- Capítulo 13 -

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Ouvi um barulho de espirro e abri os olhos. Eu estava deitada na cama no meu quarto do palácio e Kaden estava numa cadeira ao meu lado.

- Me desculpe, não queria te acordar.

- Não... não tem problema - me sentei na cama e me espreguicei. - Há quanto tempo você está aqui?

- Desde que o doutor Philips disse que você poderia vir para cá.

Fui até a janela e abri as cortinas, vendo um céu alaranjado.

- E isso foi quando? - perguntei, meio confusa por causa do entardecer.

- Na hora do almoço, mais ou menos.

- Meu Deus, eu dormi tanto tempo assim?!

- Você estava cansada. É normal.

Senti que Kaden queria dizer algo a mais, então falei primeiro.

- É... Você espera eu tomar um banho para depois conversarmos?

Ele assentiu.

- Vou esperar lá fora - se levantou e saiu.

Depois de tomar banho coloquei um vestido bem solto, fiz um rabo de cavalo no cabelo, arrumei a cama e abri a porta. Ele estava lá, com as mãos atrás das costas e a cabeça abaixada. Quando Kaden levantou a cabeça, ele olhou para mim como se fosse a coisa mais bonita que já tinha visto na vida.

Eu devia estar horrível, com os olhos inchados de tanto dormir, pálida por causa dos dias que me alimentei mal, o verde dos meus olhos devia estar apagado e se duvidasse minhas sardas deviam ter sumido.

Me repreendi por estar pensando nisso. Minha autoestima não ficaria baixa de novo.

Ele entrou no quarto e ficou de pé. Eu disse que poderia sentar na cama. Ele se sentou na ponta oposta da cabeceira e eu me sentei na ponta da cabeceira.

Ele soltou um suspiro e passou a mão no cabelo, me olhando.

- Desculpa - falei, por fim.

Ele pareceu confuso.

- Desculpa pelo o que, Nina?

- Por sumir por tanto tempo e não dar explicação.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro, com os olhos arregalados.

- Não foi culpa sua! Eu que tenho que pedir desculpa por tudo que aconteceu com você. Não pensei que... que eles poderiam fazer isso.

- Kaden - toquei a mão dele. - Seria muito difícil impedir algo assim. Foi tudo muito planejado.

- Mas como aconteceu? Minha mãe tinha me chamado e quando fui te procurar você não estava mais lá...

- Assim que você saiu - comecei - senti algo batendo em mim, abaixei para ver e vi alguém parando a minha frente, mas quando levantei a pessoa tinha saído. Ignorei e peguei o copo e tomei um gole, tinha um gosto meio estranho. Um cara ruivo, que acho que era Nichol, apareceu na minha frente de novo e disse que aquilo era sonífero.

"Eu apaguei e acordei numa cela, com as mãos amarradas. Nichol estava na minha frente e começou a falar algumas coisas, mas uma delas me interessou. Ele meio que disse que minha mãe está viva. É muito estranho, eu sei. Mas então me lembrei que algumas se encaixavam, como o fato de minha mãe se chamar Mariana, e a letra inicial ser M. 'Prisioneira M'", fiz aspas com os dedos. "E também não podemos ver o corpo da mamãe quando ela tinha morrido. É porque ele não estava lá. Apesar de tudo ninguém me explicou nada concreto. Cassemeck, por mais estranho que pareça foi bom comigo. Ele tirou minhas algemas e assim eu fiz uma faca com a minha máscara. Todo dia um cara chamado Susen levava chá e algumas torradas para o dia inteiro. Depois de um tempo Cassemeck disse que eu teria uma chance para fugir, mas seria só essa. Quando Susen e um outro garoto foram me levar até 'ela', eu... eu fugi" poupei os detalhes.

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