A Oito

- Capítulo 27 -

* altamente recomendável - por mim, mesmo - que você leia ouvindo as músicas que aparecerão *

~ não me matem pela demora ~

:*

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Senti alguma coisa molhada no meu pescoço. Depois algo macio. Minhas pálpebras estavam pesadas e meu rosto parecia meio molhado. Mesmo assim forcei-as a abrir. Pisquei algumas vezes, estranhando o lugar. Era um quarto completamente diferente do meu no castelo.

- Senhorita, deixe-me ajudá-la - uma voz falou.

Percebi que eu estava de bruços na cama e alguém passava algum medicamento no meu pescoço.

A mulher da voz me ajudou a sentar na cama, e, mesmo que estivesse meio tonta, consegui reconhecer quem era. Nunca, em um milhão de anos que eu não reconheceria. Era a senhora Schreave!

BEM ALI, NA MINHA CARA!

Eu nunca tinha estado tão cara a cara com uma pessoa tão importante. Quer dizer, tinha Kaden, mas não contava muito.

- Majestade - pigarreei. - Perdão...

- Ah, pare com isso - ela sorriu. - Já encontrei lhe uma vez e disse que não sou mais rainha, não? - seu sorriso parecia sincero e seu tom de voz estava amigável, então relaxei.

- Já tive a sua idade - ela continuou, me dando uma piscadela. - Me meti em uma confusão muito grande também, envolvendo coisas do tipo - seu olhar era nostálgico e tentei imaginar o que ela já tinha feito. Não consegui chegar à conclusão alguma, mas não era pra pouco. É difícil imaginar alguém tão refinado da realeza se metendo em enrascadas. - Mas sabe, tudo passa. E só as coisas boas ficam. Como, aprender a cuidar de cortes assim.

Sorri. A senhora Scrheave era incrivelmente gentil. Nada parecido com os estereótipos que se imaginaria. Na verdade, tirando Tognetta, todas as pessoas da realeza vinham me dando surpresas.

- Obrigada por cuidar do corte - falei sorrindo também.

- Você tem sorte de não ter precisado de pontos - ela se sentou de frente para mim na cama. - E de ter alguém como Kaden - sua mão tocou a minha. Para uma mulher com seus mais de quarenta anos, a senhora Screhave tinha uma aparência impressionantes, com um brilho no olhar de algum jovem de vinte anos. - Ele não queria envolver mais ninguém nisso, para manter sua privacidade. Vim lá de Illéa para ajudá-la.

- Ahn... de Illéa? Onde estamos? - perguntei, aproveitando a brecha.

A antiga rainha tampou a boca com as mãos, como se não devesse ter dito aquilo.

- Ah, eu e minha boca grande.

No momento em que eu abri a minha boca para protestar, senti uma fisgada no pescoço. Soltei um "ai" lento.

- Acho melhor você recostar a cabeça um pouco, senhorita Melina. O machucado começou a cicatrizar e é melhorar tomarmos cuidado para não piorar.

Ela afofou os travesseiros para mim e encostei a cabeça.

- Além disso, tem alguém interessado em falar com você...

A senhora Schreave foi até a porta de mogno à nossa frente e a abriu, saindo.