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  Ao chegar no restaurante, fizemos os nossos pedidos e nos sentamos.
Como não tinha nada a fazer além de esperar nossa comida chegar, ficamos encarando um ao outro.
Lari: Pergunte logo.
João: Por que voltou tão rápido? Como se estivesse fugindo.
Respirei fundo e repousei minhas mãos em meu colo.
Lari: Meu pai tinha Alzheimer, e na cabeça dele eu tinha apenas sete anos, desde que fui morar em Nova York foi assim. Até que certo dia minha tia ligou, disse que ele estava lúcido e que estava me chamando. Quando cheguei, conversamos por cerca de menos de dez minutos, e ele morreu.
João: Desculpa por ter tocado no assunto.
Dei de ombros.
Lari: Sem problemas, já aceitei o que aconteceu.
Ele apoiou o cotovelo na mesa e seu queixo em sua mão, e me olhou com a sobrancelha arqueada.
João: E a demissão?
Respirei fundo novamente.
Lari: Foi outra decisão muito difícil.
João: Volta.
Lari: Eu quero voltar, nem queria ter saído. Mas tenho que superar tudo primeiramente. E como você mesmo disse eu teria que começar meu trabalho todo então por que não em outra empresa?
João: Esse sempre foi o meu medo.
Apertei os lábios para não voltar em uma discussão antiga.
Lari: Eu ainda tenho vontade de dar na sua cara.
Ele sorriu.
João: Respeitarei seu tempo, mas vou passar ele com você.
Lari: Você não vai largar do meu pé? — fiz cara de nojo.
João: Isso. Quando vou bater um papo com sua tia? Hoje no jantar? Arregalei os olhos.
Lari: Você é um louco.
João: Você é a única pessoa que eu conheço, não vai abandonar um pobre turista sozinho nesta cidade enorme, não é mesmo?
Lari: Só piscar para qualquer mulher que elas caem aos seus pés.
João: Sério? Vou tentar.
Ri e revirei os olhos  

Jolari - Meu Melhor Problema(CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora