❦ Coisas do Passado ❦

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Anastásia Steele

Encaro as duas meninas a minha frente, sem saber se é real. Desde que os nosso pais nos mandaram embora, eu acreditei que nunca mais fosse vê-las, e agora elas estão aqui. Paradas na minha frente, tão emotivas quanto eu. Tina me encara incrédula, então rapidamente envolve seus braços na minha cintura e começa a chorar.

— Nós pensamos que você estivesse morta. — Mary sussurra tentando secar as lágrimas que escorrem do seu rosto.

— Do que você está falando? — Pergunto confusa.

— Nós fomos no seu enterro. — Tina murmura se afastando e eu encaro seus olhos azuis.

— O que está havendo, mami? — Juju pergunta extremamente preocupada.

Mary me encara e depois encara Júlia. Ela suspira antes de cobrir o rosto com as mãos e começar a soluçar.

— A sua filha tem cinco anos? — Pergunta ainda com o rosto entre as mãos.

— Sim.

— Você foi embora há quase seis anos. — Sussurra e finalmente me encara. — Ela mentiu para nós.

— É melhor nós saímos daqui. — Murmuro percebendo as pessoas olhando.

— Você vai nos deixar? — Tina pergunta me encarando.

— Não. Claro que não. — Digo horrorizada com o pensamento. — Vocês estão de carro?

— Não, nós acabamos de sair do colégio.

— Certo, então vamos.

Ajudo Juju a descer da cadeira e saio do café com elas e as minhas irmãs. Minhas irmãs. Eu ainda não posso acreditar que estou vendo elas outra vez. A parte mais difícil de ir embora foi deixá-las. Mamãe sempre foi muito controladora com elas, e de certa forma, eu conseguia protege-las... e eu não pude fazer isso, por cincos anos.

— Onde nós vamos? — Tina pergunta quando já estamos no carro, e eu dirigindo.

— Para a minha casa. O que vocês fazem mesmo em Seattle? — Pergunto com curiosidade.

— O papai deixou a mamãe... — Mary diz me pegando de surpresa. — Nós achamos melhor vir com ele.

— É mesmo... que surpresa.

— Ela nos fez acreditar que você estava morta.

— Não vamos falar disso na frente da Juju, ok? — Murmuro suspirando. — Juju, o que você achou das suas tias?

— Você disse que não tinha ninguém. — Diz simplesmente. — Eu não sei, elas não estavam aqui quando nós estávamos na rua.

— Na rua? — Mary pergunta voltando a chorar.

— Realmente é melhor conversámos em casa. Avisa o pai de vocês, para ele não se preocupar.

— Ele é o nosso pai. — Tina diz chateada.

— Com certeza.

Fico um pouco perdida em pensamentos no caminho até em casa, então não digo mais nada. Eu não sei o que dizer. Eu não posso simplesmente acreditar que minha mãe tenha tido a todos que eu morri. Não é possível. Nós éramos amigas. Nós saímos juntas sempre. Ela não pode ter matado todas as nossas memórias assim. Eu não sei se consigo lidar com isso.

— O papi chegou! — Juju grita e suspiro ao ver o carro de Christian estacionado do lado de fora.

Estaciono o carro e desço com as minhas irmãs, então ajudo Juju a descer, ela corre para dentro de casa sem cerimonias, e a única coisa que me faz sorrir é ouvir seus gritinhos animados, e depois chegar a porta e ver Christian no chão com os gêmeos ao seu lado, e nossa filha mais velha em seus braços.

À Procura do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora