Quando me despedi de Heitor no refeitório, segui o caminho que levava até a república.
Peguei na maçaneta da porta de entrada assim que cheguei em frente à casa. A força que exerci sobre ela não fez a porta se abrir.
Só poderia estar trancada.
Bati o punho na porta duas vezes. Alguns segundos se passaram e ninguém veio abrir para mim.
Só podia ser brincadeira.
Bati novamente e chamei em voz alta:
- Alguém pode abrir essa porta, por favor?!
- Não. Ninguém mais vai entrar aqui - a voz de Doris soou irritantemente do outro lado da porta após dois segundos.
Não acredito.
- Doris, para de brincadeira! - falei.
- Não é brincadeira, Analu. Você chegou tarde de mais. Sinto muito.
Maldita.
- Cala essa boca e abra essa porta! - berrei.
- Já disse que não vou abrir. Tente de novo amanhã, querida.
Ah, essa garota...
Dei um passo para trás e joguei o ombro contra a porta, na tentativa de que ela pudesse abrir. Mas nada aconteceu.
- Abre essa merda agora! - gritei, num impulso.
- Não adianta tentar arrombar. Se fizer isso, você vai ter que cobrir com os estragos, além de ser expulsa da república, é claro - Doris anunciou. - Pense bem antes de fazer uma besteira.
Eu queria socar a boca dela.
- Cobra! - disparei, com o calor causado pela raiva subindo pelo meu rosto.
Tentei respirar fundo e pensar em alguma coisa para tentar entrar na república, mas só me veio a imagem de Doris sendo nocauteada por mim.
Por fim, contornei a lateral da casa e me deparei com a janela da sala. E para a minha surpresa, ela também estava trancada. De repente, a figura de Doris se materializou do outro lado do vidro. Ela estava se aproximando da janela.
- A partir de agora temos horário para chegar em casa, Analu - ela disse através do vidro. - É importante que você saiba disso.
- Me deixa entrar! - exigi, batendo a mão no vidro na janela.
- Cuidado, querida - ela sorriu em deboche. - Não tenho culpa se você não obedece as regras.
- Vai se foder!
Doris alargou ainda mais o sorriso e disse, em um tom mais alto:
- É melhor tomar cuidado com o bandido que ataca as garotas - ela riu. - Ele pode ir atrás de você.
Eu a fulminei com o olhar. Em seguida, me forcei a ficar calma. Fechei os olhos e respirei o mais fundo que consegui.
Estava tudo bem. Eu só precisava resolver isso com a coordenadora e ia ficar tudo bem. Para a minha sorte, senhorita Lúcia não parecia ser tão má quanto a filha.
Deixei a república para trás e fui até o escritório da coordenadora. Ele não ficava tão longe. Cheguei lá em menos de dez minutos e toquei a campainha ao lado da porta.
Esperei alguns segundos.
Toquei a campainha de novo.
Bati na porta cinco vezes.
Chamei senhorita Lúcia três vezes.
Mas ninguém atendeu.
Provavelmente ela nem estava no escritório.
![](https://img.wattpad.com/cover/130909694-288-k196499.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Anseios (PAUSADO TEMPORARIAMENTE)
Romance**A HISTÓRIA NÃO ESTÁ CONCLUÍDA E EU NÃO VOU POSTAR MAIS ATUALIZAÇÕES. PORÉM, VOU PUBLICAR NA AMAZON E SE VOCÊ QUISER ACOMPANHAR O LIVRO ME SIGA NO INSTAGRAM @reisescritora Analu gosta de aproveitar a vida ao máximo. Ela não se importa com as regra...