CAPÍTULO 18

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Se preparem pro tiro!!! :)

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O delegado Reis está sentado em uma poltrona atrás de uma mesa de vidro. Assim que entro em sua sala, ele aponta para uma cadeira à sua frente, e eu trato rapidamente em me sentar.

- Descobriu alguma coisa? – Pergunto de uma vez, sem querer enrolar muito.

O Sr. Reis usa um terno escuro forrado de um tecido que parece ser caro, junto com uma gravata dourada. Sua pele é pálida. Sua barba é desenhada e curta, enquanto seu cabelo é longo e penteado para trás. Ele está com as mãos entrelaçadas sobre a mesa, me fitando como se me desafiasse, sua postura ereta e séria – uma postura que eu sempre quis ter.

- Não foi fácil, tenho que admitir. – A voz rouca do delegado me dá arrepios. – E eu tenho uma coisa para te falar, que com certeza, você não vai gostar.

Estremeço.

- O que é?

O Sr. Reais mexe em alguma coisa embaixo da mesa. Ouço um pequeno rangido, e depois outro. Ele abriu e fechou uma gaveta. Depois disso, o delegado coloca o que parece ser um tubo pequeno de mangueira amarela em cima da mesa. É tão pequena que parece ter sido cortada.

- O que é isso, senhor? – Pergunto, com as sobrancelhas erguidas de pura confusão.

- Isso. – Ele levanta o tubinho de plástico. – É um pedaço da mangueira que ligava o botijão de gás ao fogão da casa de seus pais. – Ele estica o braço. – Pegue.

Hesito por um instante, com medo do que realmente possa ser. Mas acabo pegando, e encaro-o na palma da minha mão. Não sei o que o Sr. Reis quer que eu veja, não tenha nada de errado. Pelo menos, não para mim.

Levanto meu olhar para o delegado novamente.

- Não vejo nada de errado, senhor.

Ele respira fundo e pega o tubinho novamente.

- Dylan. – Seu tom de voz passou de firme para pesaroso, o que me faz ficar aflito. – O vazamento de gás na casa dos seus pais não foi acidente. – Encaro-o com olhos arregalados. – Achamos este tubinho da mangueira do botijão espelhado pelas tralhas queimadas enquanto estávamos investigando. E pelas laterais você consegue ver que foi cortado. Dylan, alguém cortou a mangueira do botijão dos seus pais porque queria mesmo atear fogo lá.

- Não... – Minha voz falha. – Não pode ser. Não pode.

Começo a soluçar, mas engulo rapidamente o choro. Não quero chorar na frente do Sr. Reais; não quando ele é tão seguro de si. Ele sim, parece nunca chorar.

É difícil conter o choro. Mas as palavras do delegado me pegaram de surpresa, como se eu tivesse recebido um chute no estômago.

- Agora eu preciso saber. – O delegado continua. – Dylan, você conhece alguém com quem os seus pais não se davam bem o bastante para colocar fogo na casa deles? Você sabe se eles têm rixa com alguém?

- Não. – Digo, desta vez mais firme, mas os meus olhos continuam ardendo com as lágrimas acumuladas. – Não, de jeito nenhum. Eu os conhecia bem demais para saber que eles não eram brigados com ninguém.

- Não que você saiba. – O Sr. Reis solta.

Olho-o, desconfiado.

- Como assim?

- Você acha que alguém entraria na casa de seus pais, cortaria a mangueira do botijão de gás e acenderia um fósforo lá dentro à toa?

Outra pergunta que me pega de surpresa. Encolho.

Diz que você me ama (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora