Se preparem pro tiro!!! :)
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O delegado Reis está sentado em uma poltrona atrás de uma mesa de vidro. Assim que entro em sua sala, ele aponta para uma cadeira à sua frente, e eu trato rapidamente em me sentar.
- Descobriu alguma coisa? – Pergunto de uma vez, sem querer enrolar muito.
O Sr. Reis usa um terno escuro forrado de um tecido que parece ser caro, junto com uma gravata dourada. Sua pele é pálida. Sua barba é desenhada e curta, enquanto seu cabelo é longo e penteado para trás. Ele está com as mãos entrelaçadas sobre a mesa, me fitando como se me desafiasse, sua postura ereta e séria – uma postura que eu sempre quis ter.
- Não foi fácil, tenho que admitir. – A voz rouca do delegado me dá arrepios. – E eu tenho uma coisa para te falar, que com certeza, você não vai gostar.
Estremeço.
- O que é?
O Sr. Reais mexe em alguma coisa embaixo da mesa. Ouço um pequeno rangido, e depois outro. Ele abriu e fechou uma gaveta. Depois disso, o delegado coloca o que parece ser um tubo pequeno de mangueira amarela em cima da mesa. É tão pequena que parece ter sido cortada.
- O que é isso, senhor? – Pergunto, com as sobrancelhas erguidas de pura confusão.
- Isso. – Ele levanta o tubinho de plástico. – É um pedaço da mangueira que ligava o botijão de gás ao fogão da casa de seus pais. – Ele estica o braço. – Pegue.
Hesito por um instante, com medo do que realmente possa ser. Mas acabo pegando, e encaro-o na palma da minha mão. Não sei o que o Sr. Reis quer que eu veja, não tenha nada de errado. Pelo menos, não para mim.
Levanto meu olhar para o delegado novamente.
- Não vejo nada de errado, senhor.
Ele respira fundo e pega o tubinho novamente.
- Dylan. – Seu tom de voz passou de firme para pesaroso, o que me faz ficar aflito. – O vazamento de gás na casa dos seus pais não foi acidente. – Encaro-o com olhos arregalados. – Achamos este tubinho da mangueira do botijão espelhado pelas tralhas queimadas enquanto estávamos investigando. E pelas laterais você consegue ver que foi cortado. Dylan, alguém cortou a mangueira do botijão dos seus pais porque queria mesmo atear fogo lá.
- Não... – Minha voz falha. – Não pode ser. Não pode.
Começo a soluçar, mas engulo rapidamente o choro. Não quero chorar na frente do Sr. Reais; não quando ele é tão seguro de si. Ele sim, parece nunca chorar.
É difícil conter o choro. Mas as palavras do delegado me pegaram de surpresa, como se eu tivesse recebido um chute no estômago.
- Agora eu preciso saber. – O delegado continua. – Dylan, você conhece alguém com quem os seus pais não se davam bem o bastante para colocar fogo na casa deles? Você sabe se eles têm rixa com alguém?
- Não. – Digo, desta vez mais firme, mas os meus olhos continuam ardendo com as lágrimas acumuladas. – Não, de jeito nenhum. Eu os conhecia bem demais para saber que eles não eram brigados com ninguém.
- Não que você saiba. – O Sr. Reis solta.
Olho-o, desconfiado.
- Como assim?
- Você acha que alguém entraria na casa de seus pais, cortaria a mangueira do botijão de gás e acenderia um fósforo lá dentro à toa?
Outra pergunta que me pega de surpresa. Encolho.
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Diz que você me ama (COMPLETO)
Storie d'amoreUma história que se passa no Brasil, numa cidade chamada Lagoa da Prata, bem no interior de Minas Gerais. Dylan Sakamoto tem 23 anos e é de descendência japonesa. Ele namora há três anos, e faz planos pra se casar no ano seguinte com Milene. Mas al...