O Conselho dos Mestres Elementais

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  P. V. O. Narrador

   Marianne recebeu um chamado urgente, precisava se juntar aos Mestres Elementais, pois eles estavam querendo esclarecer sobre a aparição de Yaclos, ela chegou rapidamente lá e sentou-se a mesa do Conselho dos Mestres, a mesa era quadrada e grande, acima dela havia um lustre feito de cristais.

   O ambiente era aconchegante e muito bem iluminado, a sede deles fica na capital de Atenas (que no passado na época de Malker, era apenas uma grande cidade, desde então expandiu seus territórios formando a atual grande republica), era uma mansão enorme e bem decorada, no centro da cidade de Mégara, todos os Mestres Elementais se encontravam ali com frequência.

   Mas hoje a demora deles fez com que Marianne ficasse com grande temor, estava a pensar que as coisas estavam ficando piores e que algum deles sofreu algo no caminho antes de chegar. Meia hora depois aquela sala estava com todas as cadeiras ocupadas, cada um dos Mestres era de uma cultura diferente e criaturas diferentes.
   O Mestre das Águas era um elfo de cabelos compridos e possuía um olhar amigável, além de ser baixo e possuir a pele bem clara. Seu nome é Thor

   Seu corpo era todo malhado devido os constantes treinamentos para a dominação de seu elemento, ele geralmente usa camisas jeans azuis e justas a seu corpo.

   De olhar marcante e intenso, Lara era uma bruxa muito poderosa, além de ser a dominadora do elemento fogo, sua personalidade forte fazia com que quase sempre tivesse conflitos com os outros Mestres, Lara possui cabelos ruivos e lisos, seu corpo atraente a fazia ser uma arma perigosa. Quase sempre de vestidos roxos ou vermelhos

   De atitudes sérias e um olhar sóbrio, Dionísio era astuto e tranquilo, sua dominação do elemento ar deu a ele uma grande paciência e sabedoria, ele é um dos poucos humanos que entrou no Limbo, mas com o passar dos anos adquiriu magia.

   E por fim Alexandre, o anão dominador de terra, ele era impaciente e sempre causando confusões, Alexandre aprendeu a lidar com sua dominação quando já estava na fase adulta, dominador de terra muito habilidoso, ele sempre está de armadura, todos sentaram-se e cumprimentaram-se um ao outro

   — É mesmo verdade que Yaclos voltou? — Dionísio rompe o silêncio com sua voz rouca

   — Se for mesmo verdade eu quero pisar na garganta daquele maldito — diz Alexandre virando num gole só a garrafinha que trouxe consigo

   — Temos que agir de forma prudente, não sabemos como iremos deter ele — Marianne lança um olhar de reprovação a ele

   — O que quer que façamos? Que sentamos com ele nessa mesa e façamos um encontro fraternal? Não devemos agir assim — faz uma pausa e encara a todos com furor no olhar

   — Então o que sugere? — Lara olha para ele séria e com certo temor da resposta que ele poderá dar

   — Eu sugiro que vocês sejam energéticos, devemos agir como Mestres Elementais e não como amigos desse louco, devemos agir como Jahi fez em sua época — seu tom de voz estava embargado pela admiração

   — Que legal, vamos agir como ele e mesmo assim ele vai se safar — Dionísio diz junto com Lara essas palavras que ecoaram pela espaçosa sala

   — Então não nos resta muita escolha, ou matamos ele ou ele acaba com tudo — Alexandre diz fazendo com que todos o olhem surpresos, principalmente Marianne que convocou a reunião ali

   — O Conselho dos Mestres Elementais não foi criado para decidir quem vive ou quem morre, estamos aqui com o propósito de proteger o mundo das perversidades, fomos criados para fazer o bem e trazer a esperança — a fala de Marianne provocou sensações gostosas em Lara,  Dionísio e Thor, que até então nada houvera falado

   — Olha posso até concordar com você e com o que disse, mas eu acho que devemos fazer como Alexandre disse, as coisas mudaram desde quando esse grupo surgiu — diz Lara que os encarou séria

   Todos ali estavam ficando cada vez mais sem tempo, sentiam que suas magias estavam ficando cada vez mais enfraquecidas, enquanto Yaclos conseguia dominar cada vez mais corações para a sua causa, mais e mais pessoas começavam a ser seduzidas pelas trevas, e com isso ele adquiria mais poder.

   Alexandre ficou relutante sobre Yaclos realmente estar vivo, mesmo continuando a dizer que o melhor a fazer era matar ele. Uma nuvem enorme envolve a sala, se transformando em um nevoeiro sombrio, sua risada percorreu toda a sala e ele apareceu no centro da mesa

   — Ahhh Alexandre! Você não acreditar em mim é muito patético — os olhou, todos lançaram contra ele olhares de ódio

   — O que faz aqui? Não foi convidado

   — Só vim dizer que o tempo de vocês está acabando, tic-tac, tic-tac — fez uma pausa e mostrou os ponteiros do relógio com um sorriso maléfico

   — Não temos medo de você, nunca tivemos — diz Alexandre em um tom sério e furioso com a presença dele

   — Meu querido anão, vocês em breve irão ter medo de mim, as Trevas tem aumentado suas forças desde quando esse mundo surgiu, mas a diferença é que agora eu irei destruir tudo e vocês vão assistir isso sem poder fazer nada — moveu-se veloz fazendo o nevoeiro causar reboliço dentro da sala, assustando a todos ali e com isso desapareceu

P. V. O. Jonny

Quando cheguei em casa Kraller estava tomando de raiva, seu olhar de ódio era fulminante embora engraçado, me segurei para não rir dele, pois o mesmo estava com uma cara muito hilária.

   — Do que está rindo seu babaca? — diz chutando a mesinha de centro

   — Ele é sempre assim? — diz Thalia entrando tranquila como sempre

   — Assim como? — diz sem olhar para ela

   — Nervoso e estressado — digo em meio a gargalhadas

   — Que esquisito você era desse mesmo jeito seu palerma — tenta me acertar um chute na canela

   Eu e Thalia saímos rindo, mas ele me puxou pela barra da jaqueta, o olhei sem entender o que ele queria

   — O que você quer Kraller? Por Deus diga logo — digo revirando os olhos

   — Hoje será o Festival da Colheita — diz enfurecido

   — Não é hoje não bobo! — Thalia diz rindo dele — O Festival será daqui uns dias ainda

   Continuamos a rir de Kraller que estava cada vez mais enfurecido, saiu dali xingando vários palavrões, fomos nós dois para o quintal da casa. Pedi a Thalia que fizesse algo para nós, já que cozinhar nunca foi meu forte. Quando finalmente fiquei sozinho, vi novamente aqueles olhos sombrios que sempre via em meus sonhos, esses olhos me acompanhavam em cada movimento que fazia e parecia ainda mais desalmado do que antes, senti um grande medo tomar conta de mim, me fazendo sentir arrepios no corpo todo.

   Logo constatei uma coisa que me assombrou mais ainda, era o Devorador de Almas que estava ali, me olhando no meio daquele matagal todo. . .

Presos no Limbo II: O Devorador de Almas Onde histórias criam vida. Descubra agora