A Entrada para o Limbo

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   Kraller contou tudo sobre como poderíamos encontrar a entrada para o Limbo e que teríamos que confiar nele, não entendi o por quê dele já não ter falado nada antes, mas fomos andando, aquela casa não tinha o que precisávamos. Ele nos contou que a poucos metros da mesma casa que ainda estávamos por perto tem um local onde escondeu uma caixinha na qual continha a chave para o nosso portal.

   Passamos horas em busca dessa caixinha dourada que ele foi passando detalhe por detalhe de como era, encontrei finalmente um local suspeito de onde poderia estar a caixinha, cavamos feito uns loucos em busca de encontrar qualquer coisa relacionada ao portal, ao encontrarmos a caixinha ele nos lançou um olhar tomado pela alegria e euforia.

   — Ahhhh finalmente sua fugitiva eu consegui te achar — assoprou para retirar o pó e lentamente abriu a caixinha — Kafler você não faz ideia de como foi difícil achar a sua caixinha, oh cara que esconde bem as coisas.

   Colocou a caixinha a nossa frente numa pequena mesa, ele a abriu e mostrou para nós o objeto que já foram os mais procurados no Limbo, o Livro de Kafler e o Colar Dos Elementos.

   — Kafler escondeu essa caixinha com esses objetos por que todos queriam queimar ele e destruir o conhecimento que eles fornecem — aponta para o livro — O livro de Kafler quase foi queimado milhares de vezes, quando finalmente ele voltou as mãos da filha de Kafler e com isso voltou a ser protegido.

   Ele pegou o Colar e ao abrir o livro foleou várias e várias páginas, após fazer isso ele começou a ler, agora estávamos a um passo de finalmente encontrar uma passagem para o Limbo, Kraller conjurou as palavras que estavam no livro em uma língua que eu desconhecia, ergueu o Colar e o lançou no chão, eu pensei que o mesmo iria se partir e lancei um olhar furioso para ele.

   Segundos depois um enorme portal se abriu, Kraller pegou o colar que estava do lado do portal, ele era todo prateado, era tão bonito que me hipnotizou no mesmo momento, quando vimos todos Kraller fez sinal para entrarmos e todos fomos juntos caminhando em direção ao enorme portal, um som estarrecedor saia dele, parecia que iria sair um raio dali a qualquer segundo, assim que fechamos os olhos eu senti uma sensação inexplicavelmente intensamente confusa, me fez pensar muitas coisas sobre o que vivi até hoje, pessoas que conheci e o inferno que passei para chegar onde cheguei, finamente os rumos certos foram surgindo na minha vida agora.

   Ninguém poderia me chamar de louco agora ou ameaçar me internar num sanatório por estar falando com um duende e ter sonhos malucos, assim que abri os olhos vi finalmente o que só havia visto nos meus sonhos, o Bosque Dourado, ele era muito maior e haviam inúmeras árvores, olhei para cada canto daquele local admirado por tudo que estava ali, não conseguia nem se quer descrever a sensação que estava sentindo ao pisar ali.

   Ao andarmos um pouco por ali, vimos algumas fadas e alguns outros seres fantásticos, desses que eu só havia visto em contos de fada e nos sonhos estranhos que eu tive, Kraller ria com a forma como eu estava olhando para as coisas, Clare por outro lado estava com a mesma cara que eu, espantada, admirada e sem palavras, repentinamente ao olhar para o centro do Bosque quando chegamos eu vi a mulher de meus sonhos.

   — Eu sonhei com ela — apontei para a sua estátua de mármore pouco mais alta do que eu.

   — O que? Você sonhou com a filha de Malker? — o duende riu ainda mais alto do que da última vez, em certos momentos sentia vontade de enforcar ele.

   Caminhamos mais, a cada metro andado víamos uma árvore feita toda de ouro, até mesmo o chão tinha um tom levemente dourado, numa das árvores que parei de frente tinha frutos dourados brilhando tão sedutoramente que era quase impossível não sentir vontade de os devorar.

   — São maçãs de ouro? — apontei espantado com tamanha beleza.

   — Sim! São raras, encontradas somente aqui no Bosque Dourado, elas foram plantadas por Carla a filha de Kafler — diz sorridente.

   Quanto mais andávamos mais admirado eu ficava, a beleza do local todo me fazia sentir pleno e calmo, ao sair daquele mundo cinzento eu senti um peso enorme sair de meus ombros, uma leveza muito intensa que eu nunca lembrei de a ter sentido na vida.

P. V. O. Narrador

   Um feiticeiro sombrio espionava os novatos que chegaram no Bosque Dourado, ele estava disfarçado de corvo e logou voou em busca do palacete do presidente de Dalobia, uma das 4 repúblicas fronteiriças ao Bosque, assim que entrou o mesmo voltou a forma humana.

   — E então o que descobriu?

   — Aquele garoto que você ordenou que fosse morto já está aqui no Limbo, ele pisou no Bosque Dourado — diz o cumprimentando.

   — Eu quero espionar cada passo dele, mas para isso preciso dele por perto e aparentar ser amigável — diz lançando um olhar de cumplicidade para o jovem e leal seguidor.

   — Como o senhor sabe que ele é o garoto que vai destruir O Devorador de Almas? — diz receoso e em um tom baixo que mais pareceu um sussurro.

   — Eu acompanhei a vida desse palerma desde quando nasceu, fiz de tudo para que ele morresse e não descobrisse a verdadeira vocação dele, mas aquele maldito duende não abriu mão dele e isso atrapalhou meus planos — diz sentindo tomado pelo ódio.

   — No momento certo nos livraremos desse paspalho, o que mais importa é que devemos manter a nossa arma bem protegida, logo o mundo verá do que somos capazes de fazer — diz Kátia entrando logo em seguida

   — Sim e o mundo estremecerá com o nosso poder e todos os seguidores de Kafler morrerão, estaremos livres dessa corja maldita de uma vez por todas. . . . .

Presos no Limbo II: O Devorador de Almas Onde histórias criam vida. Descubra agora