Presos no Limbo II: O Devorador de Almas

O Festival da Colheita

   Assim que terminei de me arrumar fui buscar Thalia na casa dela, ela estava belíssima com um vestido verde esmeralda combinando com o tom de pele dela que era muito clarinha, seus olhos azuis intensos me enfeitiçaram desde quando a conheci, a vi descendo as escadas de sua casa, ela morava ao lado da cidade de Sophia, era na fronteira das Eras Moderna e Medieval (o tempo passa de modos diferentes em regiões diferentes, conforme vamos indo em direção a leste e sul as Eras vão se aproximando do futuro), por isso a cidade dela tinha uma aparência similar as cidades das décadas de 80 que vi em muitas fotos, aquela visão dela descendo as escadas vindo em minha direção ficou marcada em minha cabeça.

   — Pronto pra me levar ao Festival? — diz com um leve sorriso no rosto

   — Se estou pronto? Nunca estive mais preparado na minha vida — ajeitei a jaqueta e o capuz dela, estendi a mão para Thalia — Madame! — digo sorrindo para ela

   — Você é muito doidinho — riu pegando em minha mão e desceu os últimos degraus

   Fomos juntos até o jardim, ela abriu o portão da frente e pegamos carona com Kraller que veio com o carro dele em cima da hora, sua constante pontualidade me irritava muito

   — Irritavelmente Kraller sempre chega pontualmente — falo lançando um olhar sério pra ele, porém assim que ele desceu do carro comecei a gargalhar, era impossível não rir dele daquele jeito, estava muito hilário de terno e gravata.

   — Do que você está rindo seu babaca? — já veio com o soco armado preparado para me dar um soco na cara

   — Kraller não precisa disso, vamos com calma e paciência para o Festival — Thalia como sempre diz em seu tom calmo e sereno, o que me fez querer beijar ela naquele momento

   Ele concordou e nós três entramos no carro, eu e Thalia fomos de mãos dadas na parte de trás do carro, levou 1h45 min para irmos até lá.
  
   O caminho para a cidade de Tebas, era tomado de florestas intensas, estávamos indo para a Republica da Dracia, segundo o que Kraller me contou essa republica toda se passa na Era do Futuro e então as coisas lá são muito impressionantes, morávamos próximos a fronteira.
  
   As árvores eram parecidas com pinheiros, eram altos e de madeira escura, todo o ambiente tinha o som dos pássaros e de animais que moravam na localidade. Eu simplesmente me perdi naquela paisagem tranquila e convidativa, os céus estavam quase sem nuvens, o dia era calmo e delicioso, nem vi o tempo passar, apenas me deixei levar enquanto via a floresta que cercava a estrada de todos os lados, era uma estrada com duas faixas para ir e duas para vir.

   Todos já estavam a espera dos 5 Mestres Elementais, assim que chegamos na borda da cidade Kraller parou o carro

   — Por que está parando? — o olho curioso

   — Simples, estamos na Era do Futuro, devemos pegar um táxi aqui, eles são mais rápidos do que o meu carro — ao dizer isso ele tira o sinto e retira de dentro da sua carteira três notas de dinheiro (nunca tinha visto o dinheiro deles antes, agora tive a oportunidade de ver como era, as três notas eram de cores verdes claras, eram pouco parecidas com o real usado no Brasil)

   Chamamos um táxi, ao ver ele se aproximar fiquei perplexo, o carro flutuava a poucos centímetros do chão, e veio rápido, ele era prateado, me fez querer dirigir eu mesmo, a porta de trás subiu lentamente assim que chegamos perto, dentro dele estava uma temperatura agradável que me fez relaxar.

   Fiquei olhando todo o carro por dentro, era sensacional, nunca pensei que veria algo tão belo na vida, Kraller ria a todo o momento, e quando o carro começou a se mover eu passei a encarar a paisagem futurística da cidade de Tebas, a festa será nessa cidade, na verdade no Bosque Dourado, que fica entre 4 Repúblicas importantíssimas para a região, da cidade de Tebas para o Bosque será mais 50 minutos de viagem.