Kraller nos levou até o local onde ele nasceu, a cidade dos duendes, lá ele disse que ficaríamos mais seguros e que iria dar um jeito de assegurar que ninguém soubesse sobre minha chegada, ainda não entendia o por que disso tudo, a cada segundo que passava ficava mais confuso e chegava a conclusão de que as coisas não seriam facilmente esclarecidas para mim.
A cidade em si era um pouco grande e muito bem decorativa, pude notar que a cidade também era cheia de árvores por todos os lados, andamos de um lado a outro até chegarmos a casa de Kraller, uma casinha pequena muito humilde que me fez me compadecer do carinha que estava o tempo todo comigo, e eu o tratando como um lixo, ri por dentro ao lembrar de todas as enrascadas que esse carinha me colocou, entramos na casa dele pra conversarmos melhor
- Você já entrou aqui no Limbo, não faz mais sentido continuar te escondendo o seu destino
- Mas o que eu tenho a ver com todo esse mundo que nem sabia que existia? - digo sem entender nada
- Você nasceu para quebrar uma maldição, desde muito cedo venho tentando fazer você ver tudo isso, aceitar e abraçar o seu destino, mas as coisas daquele mundo são sedutoras demais para me permitir conseguir isso então não pude te deixar em paz - se jogou no sofá e nos encarou, disse tudo isso como se não fosse nada de mais o que ele fez
- Tem noção de como minha vida foi um inferno lá na Terra? Falar com duendes não é normal para as crianças de lá, eu era tido como louco por meios colegas de classe, eles apontavam para mim e riam - ao falar essas palavras vi no olhar de Clare surgir lágrimas que escorreram por seu rosto
- Mas você tinha que ter me dado uma única chance de lhe falar a verdade, você sempre esquivava do assunto, assim ficou por anos e não sei se esses anos de atraso pode ter causado algum problema aqui para o pessoal - diz em tom de recriminação
- Kraller querido você não deveria pegar pesado assim com - diz uma fada belíssima que entrou ali naquele momento, seu corpo era de um tom de pele que me seduziu na hora, uma pele nem clara demais nem escura demais, seus olhos pousaram em mim e me encararam
- Essa é uma amiga minha muito antiga, não perde essa mania de me contrariar não é mesmo Liliane? - Kraller lança um olhar de reprovação para ela, a mesma o devolve com um olhar indiferente
- Bem vamos ao que interessa de verdade - diz a jovem fada
- Olha você precisa saber que as coisas podem se complicar para o seu lado - Kraller me encara sério e faz uma longa pausa - Você veio para esse mundo para libertar o que os 4 Mestres Elementais não foram capazes de libertar, as coisas se complicaram para eles na época - diz encarando-os, parecia que ele havia vivido e estado lá na época em que tudo aconteceu
- Kraller e sua capacidade de falar as coisas como se as tivesse vivido - a fada o cutuca, encaro os dois sério, mas eles começam a conversar baixinho, para que não ouvíssemos o que estavam a falar sobre mim
Continuei sem entender nada, a fada veio em minha direção para falar sobre o que iriam fazer
- Vamos te ajudar a entender tudo que se passa, mas tudo começa com uma seguinte coisinha, você sempre foi do Limbo - assim que ela disse isso comecei a rir sem parar
- Eu? Eu do Limbo? - apontei para mim mesmo
- Sim você mesmo, você tem o sangue de Kafler nas veias, por algum motivo alguém daqui foi até a Terra e se envolveu com um humano consequentemente esse humano era da sua família e isso fez com que chegasse até você, pode ser loucura, mas você possui magia - ela me encarou feliz
- Magia? Agora não estou entendendo mesmo - comecei a andar de um lado a outro
- Por que você acha que conseguiu ver o peste do Kraller? Sendo que ninguém do seu mundo o via - diz batendo na nuca dele
Tudo começou a fazer sentido pra mim, mas ainda sim não conseguia entender de onde teria vindo minha magia se os meus pais nunca falaram nem nessa palavra, o único que pensei que pudesse ter ligação próxima a magia era um tio meu que foi dado como louco por toda a família por sempre falar sozinho, este acabou sendo internado num sanatório, ninguém nunca acreditou em suas palavras essa seria a única forma de eu ter adquirido magia.
A fada me lançou um olhar curioso
- Curioso como os humanos podem associar conhecimento a loucura, aqui no Limbo não consideramos loucura pessoas com vasta sabedoria
Antes que eu pudesse falar algo ouvimos um som estranho vindo da rua, fomos lá ver e ao abrir a porta tudo estava envolto em sombras, criaturas sombrias atacavam as pessoas a todo o momento, até que ouvi uma voz soar no meio de tudo aquilo
- Olha só quem está aqui - um homem saiu do meio de tudo aquilo, ele parecia ser feito de toda aquela escuridão
- Não temos medo de você Mestre das Trevas
Ele gargalhou e me olhou sério
- Que interessante um humano - fez uma longa pausa me pegou no braço - Nunca tinha visto você por aqui, gosto de brincar com a mente fraca que vocês humanos possuem
Seu olhar era de euforia, comecei a sentir um grande receio tomar conta de mim, mas Lívia (a fada) tocou em meu ombro me fazendo sentir calmaria novamente, ele riu do olhar que fiz pouco depois que Lívia me tocou, rapidamente sumiu junto com as Trevas que o acompanhou, enquanto fez isso aterrorizou a todos que ali estavam, fazendo-os correr desesperados de um lado a outro
- Ainda bem que eu não terei que encarar esse homem maldito
- Ahhhh! - fez uma longa pausa, com isso novamente senti um frio na barriga - Terá que encarar ele sim, pois é ele o novo responsável por controlar o Devorador de Almas e responsável por fazer a vida de todos um inferno
Minha vida mudaria por completo, e deu pra notar isso desde quando decidi entrar nessa situação toda em busca de um lugar para me encaixar, justamente encontrei mais encrenca do que pensei. . . . .
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Presos no Limbo II: O Devorador de Almas
AventuraDo mesmo universo de Presos no Limbo Jonny tem uma vida completamente patética e vazia, desde pequeno sentiu-se fora do eixo, depois de passar por inúmeros problemas em sua adolescência ele finalmente muda de vida. Até que um velho amigo imag...