Capítulo 19

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Eu havia dito que o amava.

Dá para acreditar que alguém havia se declarado para mim? De que foi a pessoa de quem eu realmente queria ouvir isso e não sabia desse meu desejo até ouvir?

Meu coração poderia sair para fora da boca à qualquer instante, sob tamanha felicidade, mas ainda assim, precisava me segurar.

Haviam coisas para se colocar no lugar antes de que Ryan e eu pudéssemos ser apenas um só.

Suspirei para o pensamento enquanto olhava nossas mãos unidas no caminho de volta para casa. Tínhamos um ao outro e conseguiríamos fazer tudo.

Trocamos um abraço e beijo caloroso antes de nos despedir e cada um entrar em seu apartamento. Confortável, mas sabíamos e como sabíamos bem...

Beijos não entrariam para a lista, naquele momento.

Não até conseguirmos solucionar o mistério sobre Mary.

Não até ele ir ao evento com Seline.

E, não, não mesmo, até que ele a supere.


•••


Minha cabeça deu mil voltas antes de dormir, mas após um cochilo bem dado, era hora de acordar — antes do horário habitual — para entregar o Livro, recém recuperado, para a gráfica.

Dessa vez, tudo saiu tão bem que poderia gritar. Essa edição da Glam sairia por minha causa — e quase não saiu por minha causa, também, mas tudo estava bem.


— Diz que deu certo. Diz. Que. Deu. Certo. — Alex passou cochichando pela minha mesa.

— Deu. Tudo. Certo. — Ri para ele.

— Com esse sorriso? Do que exatamente estamos falando?

— Da Glam, eu imagino.

— Anna...

— Estou bem com Ryan! — Disse, após olhar ao redor e nos notar sozinhos.

— Pela milésima vez e pelos próximos dez minutos.

— Desta vez é sério.

— Ouvi isso antes, também. Tenho certeza.

— Vai para a sua sala!


Ele riu e saiu como eu ordenei. Queria poder contar tudo para ele, mas não se conta um segredo que não é seu. Não sem permissão.


— Bom dia, querida. A gráfica me avisou que a revista estará nas bancas em cinco minutos. Parabéns! — Diane me deu um tapinha nas costas, seguido de um sorriso. — Desça na parte tecnológica da revista e peça para a ativarem para compras no site.

— Obrigada pela confiança, Diane. E vou agora mesmo!


A despedida foi com um sorriso e corri, como sempre. 

Era sobre isso meu trabalho na revista. Uma maratona. Pernas para um lado e para o outro e meu cabelo ficando para cima.

Todo o contrário das modelos que passam pelo estúdio do Ryan.

Será que posso não pensar sobre isso, agora?

Quando desci ao andar tecnológico, me senti em uma série de hackers como Mr. Robot. O ar condicionado era mais frio, provavelmente para manter as máquinas sem esquentar e travar. E as paredes eram brancas, exceto por uma pagina impressa com o logotipo da Glam. Isso era tudo de rosa que eles poderiam suportar, eu acho.

O cara da sala ao ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora