Capítulo 3 Confissões.

2.1K 169 11
                                    


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


SSegunda-feira de manhã e lá estava Louis mexendo no closet de Harry procurando algo sóbrio o bastante para que ele vestisse aquele dia. O mais velho ainda dormia, e como todos os dias seu escravo estava acordado a horas. Após deixar as roupas na poltrona e acertar o despertador, ele olhou para o homem deitado naquela cama enorme, lindo só de box, deitado de bruços, não podia deixar de admirar seus músculos definidos. Deu um longo suspiro frustrado e desceu para ver se o café da manhã estava pronto e começou a se servir. A noite tinha sido bem difícil depois de lembrar da conversa que teve com seu chefe na madrugada de domingo por telefone "eu sou um lixo" , ele tinha falado do seu ex, e tinha chorado e agora tinha que encará-lo, e Harry ainda fingiu que não tinha falado nada.


- Já está comendo? que feio, nem me esperou – exclamou Harry entrando na sala de jantar, ele sorriu sem graça, o bom humor do empresário era algo estranho, ele sempre acordava de mau humor.
- Desculpe, não comi nada ontem e estou faminto – Harry sentou na sua frente e o encarou de uma forma que ele não pode decifrar.
- E o que tirou sua fome? - ele perguntou arrastado encarando o menor, aquele tom de voz deixava Louis atordoado.
- Hum ... ressaca eu acho – ele brincou e desviou o olhar – a sua agenda estava bem cheia, mas eu tirei algumas coisas depois do almoço para o senhor poder visitar seu pai.
- Eu não preciso, ele será liberado hoje e passarei na casa dele a noite – ele começou a se servir – mais deixe minha agenda livre eu preciso resolver um assunto – deu aquele sorriso que Louis já conhecia, e ele fez uma força sub-humana pra não rodar os olhos – poderia ligar pra Kendall pra mim? Tenho que me redimir por ter largado ela no meio da viagem, e reserve uma mesa para o almoço no mesmo restaurante que fomos com meu pai – Louis se limitou a assentir e anotar as coisas sem olhá-lo – você está bem? - "você se importa?"
- Sim, estou ótimo – sorriu forçado e continuou comendo, por mais que tentasse ele não conseguia não se importar com assas coisas, e ainda teria que ligar pra magricela enjoada e nem podia se negar – vai pra academia hoje?
- Não, vamos direto pro escritório – Louis estava estranho, ele geralmente não o encarava, mas estava ainda mais arredio. Ele lembrou do que sua irmã tinha falado, sobre ele ser especial e Harry está desperdiçando uma ótima oportunidade, e agora ele acabou de pedir pro rapaz ligar pra uma de suas amantes e marcar um almoço, se ele tivesse alguma chance com Louis, estava acabando com elas ali mesmo – escute, não precisa marcar esse almoço, pensando bem, ainda temos todos os preparativos para recepção da fusão das empresas, acho melhor aproveitar esse tempo, almoçamos no escritório pra passar todos os detalhes – Louis pareceu satisfeito? Sim, ele viu um pequeno sorriso ali.
- Como quiser, ainda temos que escolher o bufê, e o mapa de lugares ainda não está pronto, além dos músicos. O senhor fez questão de fazer isso pessoalmente e eu deixei tudo na sua sala – sorriu sutilmente ao terminar e pela primeira vez seus olhos pararam nos verdes de Harry "ponto pra mim" pensou o mais velho bebendo seu suco tentando conter seu próprio sorriso. Eles tomaram o café e foram para a empresa, o mais novo estava incomodado, ele tinha lembrado de boa parte da conversa que tinha tido com Harry na madrugada de domingo e sua curiosidade estava lhe matando "por que ele não comentou nada?"
- Louis? Tudo bem? - o menor saiu do franze e o encarou.
- Eu me lembrei ... do telefonema do domingo ... por que falou que dormi na linha? - Harry quis rir, ele não falou nada pois não queria constranger o menor.
- Eu achei que seria desnecessário falar sobre isso, você foi enganado por um idiota e está magoado, é normal, não deveria se martirizar por isso – tentou amenizar.
- As coisas não aconteceram desse jeito, e eu tive minha parcela de culpa em tudo – ele apertou as mãos olhando pela janela do carro e Harry fechou a divisória da limusine dando mas privacidade.
- Então me conte? Me deixe entender, Louis – o outro estremeceu. Ele não podia contar para o seu chefe aquela parte podre da sua vida assim – nos conhecemos a quase dois anos, e você me conhece melhor que ninguém, Louis. Acho que podemos nos considerar amigos, depois do que me falou e a forma que aquilo parece lhe abalar, eu realmente gostaria de saber e ajudar – ele parecia sincero mais Louis estava morrendo de vergonha.
- Eu não gosto de falar nisso, Harry – ele o chamou pelo primeiro nome sem nem perceber, o empresário amava a forma que seu nome soava saindo dos seus lábios – eu ...
- Pode confiar em mim Louis, eu seria a última pessoa que te julgaria – falou sorrindo e o outro suspirou assentindo, já tinha soltado partes da história agora não faria diferença contar o resto? Quem sabe assim ele se sentisse mais leve.
- Eu não tive muitos namorados – começou – na verdade minha vida escolar foi um inferno devido a minha sexualidade, e isso afastava qualquer um de mim, cidade pequena, sabe como é ... menos os meninos, Liam e Niall – ele suspirou – namorei um carinha aos dezesseis anos por um tempo as escondidas, pois ele tinha vergonha de assumir, e mesmo falando que me amava ele ficava com outras garotas pra bancar o hétero – riu sem humor e Harry fechou a cara, aquilo não era engraçado – o fim da picada foi quando fui espancado pelos amigos dele e ele nem me defendeu, e eu acabei tudo e passei e me esconder pelos cantos, fui perseguido até o fim da escola, foi quando entrei pra faculdade e o conheci, ao contrário de mim os meninos vieram pra Londres pra uma boa faculdade, e eu não consegui uma bolsa e acabei estudando numa faculdade publica perto de casa. As coisas já começaram erradas pois ele era meu professor.
- Você namorou seu professor? - Louis assentiu e ele suspirou.
- Ele era mais velho e experiente, me fazia sentir especial e eu me deixei levar, tudo ficou ainda pior depois que eu descobri que era casado e tinha duas filhas – sua voz quase não saia – tentei me afastar e acabar tudo, mas já estava tão apaixonado por ele, que quando ele me falou que assim que eu me formasse deixaria a esposa eu aceitei. Você entende? Eu aceitei ser amante de um cara casado e com duas filhas, vivi as escondidas por anos vendo-o com sua linda família fingindo que não me conhecia, sofri como um condenado e mereci cada minuto.
- Ele te enganou, Louis. Ele se aproveitou de você, te fez promessas, a gente não manda nos sentimentos. Você errou mais não e a pior pessoa do mundo – Harry estava realmente impressionado com a história de Louis, ele nunca imaginaria tal coisa.
- Eu poderia dizer não todas as vezes que ele me procurou, mesmo depois de ser deixado de lado por que a mulher ligava pra ele eu o aceitava de volta, mesmo quando ele me ofendia ou pressionava eu sempre estava lá pra ele, e ele me usou por que eu deixei. Quando me formei e ele acabou com tudo da pior forma – ele sentiu um nó na garganta – eu exigi que ele acabasse o casamento ou o deixaria, ele me bateu me humilhou falando o quanto eu era desprezível, uma putinha, que eu nunca substituiria a mulher dele pois eu não tinha o que ela tinha, que só servi como diversão e muitas outras coisas - ele soluçou.
- Sinto muito – Harry passou o braço nos ombros dele, ele descobriria o nome do desgraçado e acabaria com a carreira dele, seu ódio só aumentou vendo Louis chorar.
- A culpa foi minha, eu vivi de restos por tanto tempo, me deixei ser usado por ele e ainda tentei acabar com uma família, eu mereci cada ofensa e cada soco – o mais velho o abraçou mais forte.
- Você não mereceu, ele foi o culpado, ele te manipulou e enganou, ele é o monstro – ele sussurrava enquanto acalentava o menor. Nunca se imaginou nessa situação, acalentando outra pessoa e se sentindo realmente preocupado com alguém, não era qualquer pessoa, era Louis, seu assistente perfeito que cuidava dele melhor que qualquer pessoa, o cara que povoava seus pensamentos, e que deixava em dúvida se realmente valia a pena viver como ele vivia – você deveria ter denunciado ele.
- Não pude, eu perderia meu diploma e ele tem duas filhas, já me sentia culpado o bastante – ele separou o abraço e secou as lagrimas do rosto delicado do outro – entrei em depressão e passei meses sem sair de casa, até ser resgatado por Zayn que já namorava Liam e trazido pra cá, eles me ajudaram a superar e arrumar esse emprego – ele encostou na porta do carro e Harry franziu o cenho.
- Quanto tempo depois de tudo você veio trabalhar pra mim?
- Uns dois meses depois que cheguei em Londres, mas não saia de casa a quase um ano, eu acho ... por que? - Harry murmurou um "merda". Ele tinha dado em cima de Louis assim que contratou o garoto, e quando foi ao ataque o menor saiu quase correndo da sua casa, e não desistiu até levá-lo para a cama.
- Nada, vamos esquecer essa história ok? Você não pode mais viver com essa culpa, Louis. Todos erram e você se arrependeu e o que importa e a maior parte da culpa não e sua – o outro fungou a assentiu – vamos, já chegamos a um tempo e estamos empatando o trânsito.
- Ho, eu nem percebi – eles riram – obrigado por me escutar – Harry sorriu de lado e eles saíram do carro segundo para a entrada do prédio. Ele se sentia mais leve e realmente foi bom ver que Harry não o julgaria por tudo. Entrando no escritório eles começaram a trabalhar como se nada tivesse acontecido, o que foi bom pois se fossem algum dos seus amigos aquele assunto chato duraria o dia todo.

Assistente Perfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora