Cap. 16

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Emergir após você ter quase se afogado te faz sentir aliviado, exasperado, inquieto, feliz e ao mesmo tempo desesperado. Sua respiração se descontrola e seu pulso acelera inexplicavelmente. Era exatamente assim que Lauren se sentia, como se quase houvesse se afogado.

Camila era seu mar.

Os lábios quentes sobre os seus não a deixavam pensar, só sabia de algo: Precisava de mais e foi com tal pensamento que apenas permitiu a passagem da língua da menor, vibrando internamente com o contato.

Não era um beijo qualquer, era Camila ali. Camila Cabello. Ela não podia acreditar naquilo, não conseguia cair sua ficha de que beijava a garota que...

Ela vetou seus pensamentos quando a menor chupou seu lábio inferior e enfiou as duas mãos por dentro de sua camisa, arranhando as unhas curtas em sua pele, causando a inflamação de todo seu corpo. Camila voltou a aprofundar o beijo e Lauren a puxou mais para si, levando uma de suas mãos até os cabelos da nuca da menor e a enfiando ali, os puxando de leve, sentindo a textura sedosa dos fios entre seus dedos enquanto suas línguas se encontravam em um perfeito encaixe.

Camila arfou contra sua boca e apertou sua cintura, tentando juntar ainda mais os corpos, como se os tentasse fundir.

-- Detentas! -- A voz firme e ríspida de uma das guardas fez elas separarem as bocas, sem se afastarem totalmente. -- Aqui não é lugar para isso. -- Ambas assentiram, se afastando de vez uma da outra.

-- Não deveríamos ter feito isso. -- Lauren, que possuía seu lábio ligeiramente avermelhado, falou e Camila negou com a cabeça.

-- Claro que deveríamos. -- Disse, sem se importar com o fato de pouco tempo atrás ter pensado que deveria tentar não se apaixonar por Lauren.

-- Você tem problemas de interpretação? -- Lauren perguntou. -- Normani disse para você não encarar e você me encarou; eu disse para não se aproximar e você vive criando conversas íntimas; agora digo que não deveríamos e você diz que sim.

-- Não tenho problemas de interpretação. Apenas sei formar opinião própria. -- Camila rebateu e Lauren suspirou, indo em direção à sua cela.

-- Pare de me seguir, Camila! -- Lauren pediu.

-- Só quando me disser por que não deveríamos. -- Camila falou e Lauren entrou em sua cela, subindo em sua cama e se virando para a parede. Camila suspirou e se encostou na parede de frente para o beliche. -- Eu não sabia que te incomodava tanto assim. Desculpe.

-- Não faça isso.

-- Isso o quê? -- Camila perguntou e Lauren se virou para ela.

-- Esse drama todo, me mostrando que estou reagindo exageradamente. -- Lauren explicou e Camila a fitou, sorrindo fraco antes de assentir e se deitar em sua cama. O silêncio perturbador fez Lauren suspirar. -- Camila?

Silêncio.

-- Camila?

-- O que é? -- Camila perguntou e Lauren se equilibrou em seu peito, olhando para a cama de baixo.

-- Está brava comigo? -- Lauren perguntou e Camila negou. -- Então por que não me respondeu de primeira?

-- Não faz sentido as discussões idiotas que temos. Você é um maldito ponto de interrogação que fica no final de toda frase minha. -- Camila disse encarando-a, vendo os olhos verdes refletirem um lampejo de tristeza.

-- Desculpe. -- Lauren murmurou e Camila se surpreendeu. -- Só há perguntas que para a minha proteção eu devo manter as respostas para mim. -- Lauren falou. -- Eu ainda tenho mais dois anos aqui, preciso manter meu foco.

Presa Por Acaso [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora