3:00 A.M. - Quando o mar ficou vermelho

Cap. 15 - ※ A quarta vítima ※

As ruas vazias da madrugada na cidade de Los Angeles causavam arrepios. Cada passo dava de se ouvir e se sentir, cada luz tornava o ambiente um pouco mais sadio. A jovem, Melina Yamamoto não conseguia esconder seu medo, em sua testa escorriam pequenas goticulas de suor, juntamente ao seus passos acelerados tão quão seu coração.

Seu acompanhante a deixou sozinha, depois de ter a dito que precisava ir para casa. Ainda um pouco assustada a jovem vai sozinha para um ponto de ônibus, o qual ela geralmente ia, quando saia para aquela boate, que não ficava muito longe de sua casa.

De repente cai sobre sua cabeleira negra uma gota de chuva, em seguida outras acompanhavam aquelas, e quando percebeu o seu corpo já estava todo ensopado. Agora sim as ruas estavam ainda mais assustadoras que antes, luzes começam a falhar e longos caminhos antes iluminados, agora estavam escuros, pouquíssimos carros passavam naquela hora da madrugada.

Melina acelera ainda mais seus passos, quando vê já está correndo para algum ponto de ônibus. Ela avista uma pequena luz sendo emitida do local onde costuma aguardar seu transporte, ao se aproximar vê que a luz era de um celular. Um rapaz sorrindente estava teclando, a jovem então se aproxima e se senta ao seu lado, o cumprimentando, ele corresponde seu gesto.

Não tentou de forma alguma puxar assunto, já que o rapaz estava muito envolvido no assunto o qual estava teclando. A chuva só aumentou ainda mais e nada do ônibus chegar, ele estava atrasado cerca de alguns minutos, então não se preocupou, e do seu lado só ouvia os "tec tec" o qual emitia o celular do jovem.

- Que droga. Será que esse ônibus não vai chegar? - acaba falando em um tom de voz estridente.

Foi ignorada pelo jovem que permanecia praticamente imóvel, algo gelado toca sua perna, ao olhar para baixo, vê a mão do rapaz tocando-a. Em um ato impulsivo ela se levanta e bate no homem, que deixa seu celular cair no chão, sendo estilhaçado. Por alguns segundos o jovem fica paralisado olhando para o chão.

- Ah, meu Deus. Mil perdões, eu não queria... É que você tocou minha coxa e... - antes de completar sua frase o rapaz se levanta e sai andando no escuro.

Assustada Melina se senta novamente no banco e pega o objeto quebrado do chão, ao olhar como estava sua tela, viu que o aparelho ainda estava prestando e ligado bem na tela onde o rapaz estava mexendo.

Com vários trincados, foi difícil perceber o que estava escrito, porém percebe que ele não estava trocando mensagens com ninguém e sim navegando em um fórum da internet. O site deixava o fundo em preto e as letras em branco, havia ali várias imagens bizarras, com legendas assustadoras, mesmo que quase ilegiveis. Seu coração acelera ao ver fotos de mulheres mortas e nuas deitadas em lugares belos, como parques floridos, cachoeiras e praias. Pareciam vivas, porém se percebia que não, pela coloração e hematomas que destacavam as mãos em sua garganta.

A mulher fica ainda mais nervosa ao ver que estava tudo escuro ao seu redor, seu coração palpitou, quando ela olhou para a direção que o homem saiu e viu uma luz sendo emitida de lá. O ônibus enfim chega, causando assim um enorme suspiro, ela adentra o veículo e cumprimenta o motorista que a corresponde com um sorriso, dentro do veículo haviam exatamente nove pessoas, dez com ela, isso fez com que ela soltasse o ar que estava prendendo.

Se senta próxima a uma mulher loira de olhos castanhos, a mulher estava com fones de ouvido e grandes olheiras criavam uma feição melancólica. Não tenta puxar assunto, pois estava um pouco assustada com a situação anterior.

Chegando em sua rua, a jovem desce sem olhar para trás. Caminhando para sua casa, ela observa que não havia ninguém acordado, o que já era de se esperar, porém ali, as ruas eram todas acesas, diferente do local o qual havia saido, só de se lembrar daquela situação, seu coração acelera.