Os detetives estavam agora voltando para a homicídios, ainda era cedo, pois, não ficaram muito tempo conversando com a Mabel. Dentro do carro, o mesmo silêncio predominava, Green não fazia questão de dizer uma só palavra, já Byron se sentia constrangido por não saber o que dizer para que quebrasse o gelo entre os dois. Ele então resolveu ficar em silêncio também, mas ao perceber que Green cerrava os punhos, o detetive resolve dizer algo.
- Hannah... hãn... está tudo bem? - Aquilo soou mais estranho do que o normal.
- Hãn? - A detetive fingiu não ter entendido.
- Você me parece um tanto distante... - Byron aperta o volante do carro. Engole seco, após ser fitado por ela.
- Não é nada... Só estou pensando, não se preocupe. - Ela abaixa sua cabeça.
Byron assente e não fala mais nada, até que Green o surpreende fazendo uma pergunta não muito convencional.
- Luian, você já se arrependeu de algo? - Sua voz estava diferente, baixa, trêmula mas séria, seus olhos estavam direcionados para frente, ela nem se quer olhou para Byron.
- Não. - Seu tom de voz soou um pouco grosseiro. - Quer dizer, uma vez ouvi uma frase que levo comigo todos os dias. Nela dizia: "Nunca se arrependa do seu passado, leve as coisas boas como lembranças, e as ruins como aprendizagem." Então não há motivos para que eu me arrependa de nada! - Ele sorri.
- Não acredito nas suas palavras. - Green falou em um tom de seriedade.
- O quê? Hannah, o que está acontecendo? - Byron se manteve calmo, sem levantar a voz. Ele havia se sentido ofendido pela maneira que Green se dirigiu a ele.
- D-desculpa... - A detetive abaixa novamente sua cabeça. - Eu só estou pensando que... bom, pensando que as vezes seria bom poder mudar o passado, afinal, cada escolha sua representa uma mudança drástica no seu futuro.
- Tudo bem, mas entenda, nem tudo é o que queremos, às vezes não temos outra escolha, então somos obrigados a aceitar o que está reservado para nós... - Seus olhos começam a lacrimejar.
Green não o responde mais, ela simplesmente fica em silêncio durante todo o percurso. Byron estava pensativo, mas não ousou dizer nenhuma palavra.
...
Na homicídios estava tudo normal, se não fosse por Carol Torrez estar a espera dos dois na entrada, ela estava com uma expressão desagradável, aparentemente incomodada, eles então se aproximam.
- Algum problema chefe? - Green arquea a sobrancelha.
- Precisamos conversar. - Carol Torrez olha com seriedade para os dois.
- Pois então diga! Assim você nos deixa nervosos. - Byron franzi a testa.
- Por favor, venham comigo. E isso não foi um pedido! - ela arquea a sobrancelha.
Os detetives a seguem, sem fazer nenhuma pergunta se quer, quando chegam, os dois se sentam, Carol Torrez pega uma xícara de café quente na cor preta, ela se senta em seguida, pega levemente o copo e vira o líquido dentro de sua boca.
- Tenho duas noticias, uma boa e uma ruim, qual querem ouvir primeiro? - em nenhum momento ela sorri.
- A boa. - Diz Green
- A ruim. - Diz Byron
Ambos em uma única voz, a chefe deles arregala seus olhos castanhos, ainda mantendo-se séria.
- Ok, acho que vou contar primeiro a boa notícia! - ela toma mais um gole de café. - Os pais de Àlissa aceitaram vir aqui reconhecer o segundo corpo que chegou.
- Entendi, isso é muito bom. - Byron dizia, mas sua expressão de desapontamento dizia ao contrário.
- A ruim é que recebi queixas sobre vocês. - Carol Torrez franzi o cenho.
- O quê? - os detetives falam em um só som.
- Parece que vocês fizeram uma certa cafeteria perder alguns clientes.
- Fundamental LA! - Green cerra os punhos.
- É, por que foram para lá? E várias vezes. - Carol Torrez arquea a sobrancelha.
- Primeiro, nossa vítima costumava ir lá, precisávamos verificar o local. - Byron mostrava os dedos contando. - segundo, uma testemunha trabalha lá! Mabel, uma amiga de Àlissa.
- Sabem que precisam de um mandato, não sabem? - Carol Torrez abaixa sua cabeça.
- Mas ela aceitou conversar conosco!!! - a voz de Byron era grave e séria.
- Não é o que parece, ela disse que se sentiu forçada a falar algumas coisas.
- Mas que porra... - Antes de completar a frase, Byron é interrompido por Carol.
- Se acalme, Luian!!! Continuem fazendo o trabalho de vocês. Podem ir! - Carol aponta para a porta.
- Certo, chefe. - Green se levanta e sai, Byron olha indignado para Carol, mas faz o mesmo.
...
- Que porra é essa, Hannah?. - Ele anda de um lado para o outro.
- Parece que alguém está com medo da polícia. - Green sorri, em seguida se senta no sofá.
- O que? - Byron, para, e arquea a sobrancelha.
- Luian, você realmente acreditou, nas palavras da Mabel? - ela se espreguiça.
- Se ela estava fingindo, ela é uma ótima atriz! - Byron sorri de canto, indo em direção a Green.
- Nesses anos que trabalhei na polícia, aprendi que, nem tudo que parece ser, é. - Green fita Byron, que a corresponde com o franzir de sua testa.
- Sabe, Hannah, às vezes tenho medo de você. - ambos dão risada.
- Vou te dar alguns motivos pelo qual nossa querida testemunha, a senhorita Mabel, aparentemente estava mentindo, mesmo acreditando que você deveria ter percebido!!! - Isto soou um pouco grosseiro, mas Byron só cruza os braços e arquea a sobrancelha, olhando fixamente para Green.
- Certo, diga.
- Não percebeu que ela estava tremendo? Bom, eu percebi.
- Comum para alguém que estava falando com dois oficiais da lei, não? - seu tom era gozado.
- Para alguém que deve para a justiça, sim. - Green cruza os braços.
- Nossa, você é bem insensível, Hannah. - ele ri.
- Realista meu caro.
- ha ha ha, se você diz, minha cara. - O detetive se aproxima de Green. - Hannah, é... hoje... sei lá... hãn... você quer jantar comigo? Mas só se você quiser é claro, poderíamos debater sobre o caso, não é nada... não é nada além de um jantar entre dois colegas. - Byron olha para o chão.
- Você está me convidando para sair? - Green arquea a sobrancelha.
- Para conversar, coisa de amigo, seria bom. Precisamos falar sobre Àlissa Chase. - suas bochechas ficam um pouco coradas.
- Certo, eu aceito. Não dispenso comida. - Green sorri.
- E assuntos de trabalho, não é!? - Byron sorri um pouco constrangido.
- Claro! Precisamos colocar nossas teorias em dia.
- É. Bom, Hannah... eu vou pegar algo para beber no refeitório, quer algo?
- Aceito um chá, sem açúcar. - Green sorri quase fechando os olhos.
- Ah, ok. - Byron sai, deixando Green sozinha.
Em seguida, Érika entra com uma expressão de assustada, ela estava com os olhos arregalados e estava um pouco pálida.
- Hannah!!
- Érika, o que houve?! - Green se aproxima da legista.
- Acho que talvez o corpo encontrado, possa ser de Àlissa Chase. - ela entrega um papel para Green.
...continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
3:00 A.M. - Quando o mar ficou vermelho
Mystery / Thriller→ Vencedor do 1° lugar no concurso palavras douradas → Vencedor do 1° lugar no ConcursoFD → Vencedor do 2° lugar no concurso Estrela de Athena → Vencedor do 2° lugar no concurso Diamond Writers → Vencedor do 3° Lugar no Concurso Rosas&Cravos → Ven...