Cap. 7 - ※ O possível cadáver ※

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Os detetives estavam agora voltando para a homicídios, ainda era cedo, pois, não ficaram muito tempo conversando com a Mabel. Dentro do carro, o mesmo silêncio predominava, Green não fazia questão de dizer uma só palavra, já Byron se sentia constrangido por não saber o que dizer para que quebrasse o gelo entre os dois. Ele então resolveu ficar em silêncio também, mas ao perceber que Green cerrava os punhos, o detetive resolve dizer algo.

- Hannah... hãn... está tudo bem? - Aquilo soou mais estranho do que o normal.

- Hãn? - A detetive fingiu não ter entendido.

- Você me parece um tanto distante... - Byron aperta o volante do carro. Engole seco, após ser fitado por ela.

- Não é nada... Só estou pensando, não se preocupe. - Ela abaixa sua cabeça.

Byron assente e não fala mais nada, até que Green o surpreende fazendo uma pergunta não muito convencional.

- Luian, você já se arrependeu de algo? - Sua voz estava diferente, baixa, trêmula mas séria, seus olhos estavam direcionados para frente, ela nem se quer olhou para Byron.

- Não. - Seu tom de voz soou um pouco grosseiro. - Quer dizer, uma vez ouvi uma frase que levo comigo todos os dias. Nela dizia: "Nunca se arrependa do seu passado, leve as coisas boas como lembranças, e as ruins como aprendizagem." Então não há motivos para que eu me arrependa de nada! - Ele sorri.

- Não acredito nas suas palavras. - Green falou em um tom de seriedade.

- O quê? Hannah, o que está acontecendo? - Byron se manteve calmo, sem levantar a voz. Ele havia se sentido ofendido pela maneira que Green se dirigiu a ele.

- D-desculpa... - A detetive abaixa novamente sua cabeça. - Eu só estou pensando que... bom, pensando que as vezes seria bom poder mudar o passado, afinal, cada escolha sua representa uma mudança drástica no seu futuro.

- Tudo bem, mas entenda, nem tudo é o que queremos, às vezes não temos outra escolha, então somos obrigados a aceitar o que está reservado para nós... - Seus olhos começam a lacrimejar.

Green não o responde mais, ela simplesmente fica em silêncio durante todo o percurso. Byron estava pensativo, mas não ousou dizer nenhuma palavra.

...

Na homicídios estava tudo normal, se não fosse por Carol Torrez estar a espera dos dois na entrada, ela estava com uma expressão desagradável, aparentemente incomodada, eles então se aproximam.

- Algum problema chefe? - Green arquea a sobrancelha.

- Precisamos conversar. - Carol Torrez olha com seriedade para os dois.

- Pois então diga! Assim você nos deixa nervosos. - Byron franzi a testa.

- Por favor, venham comigo. E isso não foi um pedido! - ela arquea a sobrancelha.

Os detetives a seguem, sem fazer nenhuma pergunta se quer, quando chegam, os dois se sentam, Carol Torrez pega uma xícara de café quente na cor preta, ela se senta em seguida, pega levemente o copo e vira o líquido dentro de sua boca.

- Tenho duas noticias, uma boa e uma ruim, qual querem ouvir primeiro? - em nenhum momento ela sorri.

- A boa. - Diz Green

- A ruim. - Diz Byron

Ambos em uma única voz, a chefe deles arregala seus olhos castanhos, ainda mantendo-se séria.

- Ok, acho que vou contar primeiro a boa notícia! - ela toma mais um gole de café. - Os pais de Àlissa aceitaram vir aqui reconhecer o segundo corpo que chegou.

- Entendi, isso é muito bom. - Byron dizia, mas sua expressão de desapontamento dizia ao contrário.

- A ruim é que recebi queixas sobre vocês. - Carol Torrez franzi o cenho.

- O quê? - os detetives falam em um só som.

- Parece que vocês fizeram uma certa cafeteria perder alguns clientes.

- Fundamental LA! - Green cerra os punhos.

- É, por que foram para lá? E várias vezes. - Carol Torrez arquea a sobrancelha.

- Primeiro, nossa vítima costumava ir lá, precisávamos verificar o local. - Byron mostrava os dedos contando. - segundo, uma testemunha trabalha lá! Mabel, uma amiga de Àlissa.

- Sabem que precisam de um mandato, não sabem? - Carol Torrez abaixa sua cabeça.

- Mas ela aceitou conversar conosco!!! - a voz de Byron era grave e séria.

- Não é o que parece, ela disse que se sentiu forçada a falar algumas coisas.

- Mas que porra... - Antes de completar a frase, Byron é interrompido por Carol.

- Se acalme, Luian!!! Continuem fazendo o trabalho de vocês. Podem ir! - Carol aponta para a porta.

- Certo, chefe. - Green se levanta e sai, Byron olha indignado para Carol, mas faz o mesmo.

...

- Que porra é essa, Hannah?. - Ele anda de um lado para o outro.

- Parece que alguém está com medo da polícia. - Green sorri, em seguida se senta no sofá.

- O que? - Byron, para, e arquea a sobrancelha.

- Luian, você realmente acreditou, nas palavras da Mabel? - ela se espreguiça.

- Se ela estava fingindo, ela é uma ótima atriz! - Byron sorri de canto, indo em direção a Green.

- Nesses anos que trabalhei na polícia, aprendi que, nem tudo que parece ser, é. - Green fita Byron, que a corresponde com o franzir de sua testa.

- Sabe, Hannah, às vezes tenho medo de você. - ambos dão risada.

- Vou te dar alguns motivos pelo qual nossa querida testemunha, a senhorita Mabel, aparentemente estava mentindo, mesmo acreditando que você deveria ter percebido!!! - Isto soou um pouco grosseiro, mas Byron só cruza os braços e arquea a sobrancelha, olhando fixamente para Green.

- Certo, diga.

- Não percebeu que ela estava tremendo? Bom, eu percebi.

- Comum para alguém que estava falando com dois oficiais da lei, não? - seu tom era gozado.

- Para alguém que deve para a justiça, sim. - Green cruza os braços.

- Nossa, você é bem insensível, Hannah. - ele ri.

- Realista meu caro.

- ha ha ha, se você diz, minha cara. - O detetive se aproxima de Green. - Hannah, é... hoje... sei lá... hãn... você quer jantar comigo? Mas só se você quiser é claro, poderíamos debater sobre o caso, não é nada... não é nada além de um jantar entre dois colegas. - Byron olha para o chão.

- Você está me convidando para sair? - Green arquea a sobrancelha.

- Para conversar, coisa de amigo, seria bom. Precisamos falar sobre Àlissa Chase. - suas bochechas ficam um pouco coradas.

- Certo, eu aceito. Não dispenso comida. - Green sorri.

- E assuntos de trabalho, não é!? - Byron sorri um pouco constrangido.

- Claro! Precisamos colocar nossas teorias em dia.

- É. Bom, Hannah... eu vou pegar algo para beber no refeitório, quer algo?

- Aceito um chá, sem açúcar. - Green sorri quase fechando os olhos.

- Ah, ok. - Byron sai, deixando Green sozinha.

Em seguida, Érika entra com uma expressão de assustada, ela estava com os olhos arregalados e estava um pouco pálida.

- Hannah!!

- Érika, o que houve?! - Green se aproxima da legista.

- Acho que talvez o corpo encontrado, possa ser de Àlissa Chase. - ela entrega um papel para Green.


...continua...

3:00 A.M. - Quando o mar ficou vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora