Cap. 19 - ※ Vítimas podem matar ※

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    Patrine estava assistindo aos noticiários. No canal jornalístico só passava sobre o caso de sua amiga desaparecida, em muitos canais já se afirmava que ela havia sido vítima do suposto serial killer.

    A jovem estava assustada demais para ficar sozinha, então sempre costumava ir a casa de amigos ou até mesmo permanecer na faculdade. Mas hoje ela estava disposta a ficar um tempo sozinha, trancou todas as janelas e portas de casa, permaneceu em silêncio, apenas ouvindo o barulho da tevê.

   Por horas ela ficou assim. Já estava quase noite, a jovem resolveu ir ao banheiro tomar um banho, seguiu para o cômodo. Despiu-se e entrou no box, a água quente fez ela se sentir aconchegada. Do lado de fora, ela ouviu algo quebrar, deu um grito de susto, correu em direção a porta do banheiro e a trancou, desligou o chuveiro e se sentou em pleno silêncio.

    Seu coração estava acelerado, sua respiração ofegante, ela suava mesmo estando molhada, Patrine estava com medo. Não ouviu mais nada do lado de fora durante os trinta e cinco minutos ali parada. Lembrou que seu celular estava em seu quarto, ela poderia ligar para a detetive que tanto lhe ajudou.

    Ficou por alguns instantes se olhando no espelho e se perguntando se sair do banheiro seria a decisão mais inteligente que ela faria. Há pouco tempo, ela havia saído com o psicólogo misterioso, que prometeu lhe ajudar.

   Pegou uma toalha e a levou junto de si, mesmo assustada, decidiu que não poderia passar toda sua vida com medo. Abriu a porta e caminhou em direção a seu quarto, a casa toda estava iluminada, por seu medo.

    Seu quarto era um dos únicos sem luz acesa. Ao entrar, sentiu um ar Roma diferente, um cheiro um tanto peculiar, algo podre. Acendeu a luz, mas não viu nada de diferente, além da janela que estava aberta, isso a deixaria assustada, mas sabia que não havia ninguém naquele quarto além dela. Imaginando que havia esquecido de fecha-lá.

   Caminhou até a janela e a fechou, ao se virar, deparou-se com algo que ela jamais iria se esquecer, estava escrito em sangue na parede "Álissa está morta" e em cima de sua cama, havia um braço em início de estado de decomposição. A jovem gritou o mais alto que conseguiu, chamando a atenção de seus vizinhos. Patrine sentiu o peso de seu corpo a levando para o chão, sua visão ficou escura e depois disso, só ouviu algumas vozes distantes.

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...Dois dias depois...

   A detetive mal pôs os pés para dentro do departamento e já encontrou um homem andando de um lado para o outro. Ao vê-la, ele correu em sua direção, aparentemente ele tinha quase cinquenta anos, era médio, cabelos grisalhos e barba feita.

   Hannah Green então julgou que o sujeito provavelmente era o pai de Natalie, a primeira vítima do possível serial killer, visto que estava sendo esperado há alguns dias.

— Olá, o senhor é...?

— Kay Collins, pai da Natalie... - seus olhos estavam marejados.

— Entendo. Venha comigo, precisamos falar um pouco sobre ela.

    O homem seguiu a ruiva. Foram em direção a sua sala, seu parceiro ainda não havia chegado, ele não costumava ser muito pontual, sempre se atrasava. Fez sinal para que o homem se sentasse, enquanto ela ligava o computador, para que assim pudesse pegar seu depoimento.

   Enquanto ele aguardava, Green sentiu um clima pesado, Sr. Collins não parecia nem um pouco desesperado ou triste pela filha, bem diferente de Débora Males e do casal Chase. Os segundos viraram poucos minutos. A mulher começou a digitar.

3:00 A.M. - Quando o mar ficou vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora