Cap. 9 - ※ O depoimento de Débora Males ※

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A conversa dos detetives foi interrompida pelo detetive Rick Lewis, que entrou sem bater na porta, ele estava aparentemente com pressa.

- Louise Males, ela tinha 22 anos.

- Espera ai, do que está falando, Rick?! - Byron arquea a sobrancelha e o fita.

- A jovem que foi encontrada em Venice Beach. - retruca. - a mãe deu parte na delegacia, assim que disseram ter encontrado um corpo que fica no bairro dela, a mandaram diretamente para a homicídios, a sra. Males reconheceu o corpo por conta do esmalte das unhas.

- C-como ela está? - Green estava olhando para o chão.

- Quem? - ambos olham para a detetive.

- A sra. Males... não é nada fácil perder uma filha. - seu rosto passou do tom rosado para vermelho.

- Ah, Hannah... ela está como uma mãe que acabou de perder a filha. Demos calmante para ela. - Lewis estava com uma gota de suor escorrendo de sua testa franzida.

- Entendo... vocês pegaram seu depoimento?! - Green cruza os braços.

- Estávamos esperando ela se recompor. Ah, e também queríamos que vocês acompanhasse o depoimento, pois, talvez qualquer informação dela pode ser útil no caso da Álissa.

- Claro, vamos assistir, mas por que seria útil no caso da Álissa?! - os detetives se entreolham.

- Hannah, a Érika me falou sobre o resultado da autópsia de ambas as vítimas. Se lembra de um caso muito famoso em San Diego? O assassino da Dália.

- Claro, ele demorou alguns meses para ser resolvido, mas foi encerrado pelo detetive Muccurtney, não?!

- Sim, lembra de como ele fazia suas vítimas ficarem horrivelmente vivas por fora?

- Sim, mas o que isso tem a ver com nossos caso?

- Eu aposto 50 dólares que estamos lidando com um serial killer. - Lewis levanta a mão.

- O quê?! É sério? Vai tratar o assassinato de duas jovens como brincadeira? - Green aumenta o tom de voz.

- Uou, calma Hannah! Estou apenas amenizando este clima tenso, não quis ofender.

- Calma Hannah! Você conhece o Rick, ele não quer fazer nada além de nos deixar mais calmos. - Byron segura os ombros de Green.

- Duas jovens estão mortas, duas famílias estão destruídas! A mãe de uma delas teve a certeza por conta do esmalte da unha da filha, de tão danificado que ficou seu rosto! E você vem dizer que quer amenizar a situação?! Se você nunca perdeu um filho, não venha dizer que quer amenizar a situação. - os olhos da detetive exalava tristeza, em seu tom de voz havia rancor.

- E você sabe?! - Lewis cerra os punhos.

Green o olha de uma forma medonha, quando ia avançar para cima dele, Byron os interrompe.

- Ei, ei! Vocês estão brigando atoa, estão perdendo tempo, vamos acalmar os nervos.

- Você está certo. - Lewis vira de costas. - venham, vamos interrogar a mãe da Louise.

Os detetives assentem e seguem atrás de Lewis, não era muito longe o local onde era tomado o depoimento, alguns policiais estavam zanzando de um lado para o outro.

Somente Aline Winters estava dentro da sala, os demais detetives ficaram para o lado de fora, até que ela fizesse um sinal para que eles entrassem.

- Hannah, Luian. - ela os cumprimenta. - está é Débora Males, a mãe de Louise Males. - a mulher aparentemente tinha cerca de 45 anos, seus cabelos eram castanhos com alguns fios brancos, sua pele era clara, a aparência da mulher lembrava muito a do perfil das jovens mortas.

- Como a senhora está?! - Green se aproxima. A mulher por sua vez estava com o olhar distante.

- A Loh está morta... a minha menininha está morta, o que eu vou dizer ao pai dela?

- Sinto muito... - a detetive abaixa o tom de voz.

- Débora, pode nos contar sobre a sua filha? - pergunta Lewis, indo em direção da mulher. - qualquer informação que nos der já será o suficiente.

- Por que querem saber sobre a Loh...?!

- Certo, eu não devo omitir esta informação da senhora, há possiblidades da sua filha ser vítima de um assassino em série.

- O quê?! - Débora arregala seus olhos.

- Há esta chance, como já deve ter ouvido falar, no sábado um corpo foi encontrado na praia de Westwood. - o detetive falava em um tom de seriedade.

- Oh minha garotinha... - a mulher estava inconsolável.

- Sra. Males, por favor, nos ajude a te ajudar! - Winters apóia sua mão sobre a mesa.

- Vamos deixar que fique a vontade. - Lewis faz um gesto com a cabeça para que os dois detetives o sigam. Assim que o trio sai, a mulher começa a falar para a detetive Aline Winters.

- Louise era uma boa filha, sempre teve a esperança de que eu e seu pai, nos entendessemos um dia... - diz a mulher secando suas lágrimas. - apesar de não haver esperanças, minha garotinha vinha me ver todo final de semana, apesar de ser duas vezes por mês o tempo determinado pelo juiz, Herold nunca proibiu a ela de vir me ver sempre que sentisse vontade...

- Qual o motivo da sua perda de guarda da Louise?!

- Dinheiro. Eu apesar de ter como cria-la, o meu ex marido ainda sim conseguiu ela, por ser rico. Ele jamais negou nada a ela, minha garotinha sempre foi muito mimada, porém era uma grande mulher que lutou por seus objetivos, mesmo o pai dando a ela tudo de mão beijada, ainda sim Louise foi atrás de um emprego. - novamente Débora chora.

- Se acalme... sei que é difícil, sinto muito por sua perda. - Winters se aproxima da mulher e acaricia seu ombro.

- Ela estava acabando sua faculdade, estava com carro novo, também havia sido promovida em seu trabalho... E ela conheceu um rapaz, ou seja, minha garotinha estava feliz detetive. Por que ela se foi?! - seu rosto estava molhado de lágrimas e suor.

- Um rapaz? Poderia me dizer seu nome?

- Sei que pode parecer estranho, mas... eu não lembro de seu nome.

- Alguma característica física? Ela te mostrou alguma foto?

- Sim, ela me mostrou, ele me chamou a atenção por seus olhos azuis e bem pequeno.

- Alguma outra característica importante?

- Eles tinham uma foto juntos, seu cabelo era ruivo, isto também me chamou muito atenção. Ah, teve outra coisa. - falava entre soluços. - ele tinha uma tatuagem no pescoço, não lembro a frase, mas era bem aparente.

- Sabe me dizer a quanto tempo eles se conhecem?

- Ela me disse que o conheceu na praia, porém ele dizia já conhecê-la, só que esqueci da onde... - a mulher coloca a mão na testa tentando se recordar.

- Tudo bem, Débora! Não precisa se esforçar, os calmantes devem estar te deixando um pouco tonta. Se você lembrar de qualquer informação que eu te perguntei anteriormente, basta ligar para a homicídios ou vir aqui conversar comigo.

- O.k.

- Pode me descrever o dia de domingo?

- Loh veio no sábado por volta das 6:40 da manhã, ficamos juntas conversando, fomos ao shopping e comemos. Quando eram 4 da tarde ela saiu para ir de volta pra casa.

- Quando foi a última vez que você a viu?

- Assim que ela me deu... - as lágrimas inundaram os olhos da mulher. - o último abraço.

- Foi o último contato que tiveram?

- Bom, ela me ligou às 6 horas, me disse que me amava, que estava bem... Eu não entendi muito bem, sua voz estava baixa e trêmula, eu perguntei se estava tudo realmente bem, ela disse que sim, se despediu dizendo que ia dormir, achei estranho por ser muito cedo, então liguei para o Harold, ele então se desesperou... pois, ela não estava em casa...

...continua...

3:00 A.M. - Quando o mar ficou vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora