3:00 A.M. - Quando o mar ficou vermelho

Cap. 8 - ※ O depoimento de Danny Velásquez ※

No ar, percorriam medo misturado com o choque das palavras da legista: "Acho que, talvez o corpo encontrado, possa ser de Àlissa Chase." Os olhares aflitos da detetive e da Érika, causavam total desconforto.

- Abra o envelope!!! - aquelas palavras soaram como uma ordem. Mas Green não negou.

"Causa da morte; asfixia."

Àquilo era o suficiente para deixar a detetive paralisada e bastante nervosa. Além da causa da morte ser a mesma, tudo que estava no envelope, diziam exatamente a mesma coisa da anterior, porém, desta vez, algo de diferente.

- Isto aqui é um coração? - diz Green pegando uma foto anexada junto ao resultado da autópsia, havia uma pequena cicatriz no ombro na parte inferior, em um formato perfeito de coração.

- Acredito que sim. Também fiquei assustada, mas acho que ela sofreu esta pequena tortura, acredito que feita pelo menos três dias antes, dela vir a óbito. - Érika suspira, seu olhar era pouco revelador.

- Pelo menos alguma coisa de diferente do corpo anterior... Mas, por que disse que acredita ser Àlissa?! - Green contrai os lábios.

- Pelo parecer da discrição de seus pais, a vítima tem exatamente a mesma, 1.75 de altura, pele clara, cabelos castanhos, nenhuma marca de nascença. - ela cruza dos braços e olha fixamente para o envelope.

- Droga... - a detetive fica ereta.

- Bom Hannah, preciso ir. Se precisar de qualquer coisa, sabe onde estou. - Érika sai da sala, deixando Green sozinha.

...

Byron retorna para a sala, ele estava acompanhado de uma jovem morena, ela tinha cerca de 1.65 à 1.70 de altura, seus cabelos negros estavam soltos, escorrendo por seus seios.

- Por aqui, senhorita Velásquez. - Ele permite que ela entre primeiro.

A detetive que estava pensativa, agora fixa seus olhos da jovem, que era muito bonita, ela se aproxima da moça, sem entender exatamente quem era, Green sorri.

- Está é Hannah Green, ela também é detetive, somos parceiros. - Byron olha para a detetive.

- Oi, Hannah. - ela sorri meio desajeitada.

- Hannah, está moça é amiga da Àlissa. Seu nome é Danny Velásquez.

- Oi, Danny. - Green se senta em uma cadeira que fica atrás da mesa a qual ficava um computador.

- Eu vim falar sobre a noite de sexta passada. - sua voz estava trêmula.

- Owh... Isto seria de uma ajuda. Nós íamos atrás de você, para que desse seu depoimento. - Green estava com uma expressão séria.

- Vou falar tudo...

- Irei gravar tudo, certo?! - Byron pega um gravador. Danny assente.

- Bom, pode nos contar tudo, por favor, não deixe de falar nada, qualquer informação que você puder nos dar, será de suma importância. - a detetive estava séria.

- Eu e Àlissa, somos amigas desde que eu tinha 5 anos e ela 11. Ela sempre foi uma excelente pessoa, sempre me tratou como uma verdadeira irmã.

- Àlissa é 6 anos mais velha que você?

- Sim. Nos conhecemos ainda na infância, bom, mas acho que isso de como nos conhecemos não vai ajudar, não é?!

- Se deseja falar, mas se não, pode pular para as partes importantes da noite de sexta.

- Antes de falar sobre sexta, preciso falar sobre nossa adolescência. Foi quando Àlissa conheceu o... - sua voz fica fraca. - James Sullivan. Mas ele é mais conhecido como Jimmy.

- O namorado?!

- É, eles eram apenas amigos, foi o Jimmy que apresentou a Àlissa para o Sr. Bean, nosso chefe. Ele é um velho conhecido dos pais do Jimmy. - Danny faz uma pequena pausa, e olha para os detetives na espera de alguma ordem.

- Prossiga. - fala Green.

- Bom, ele parecia um bom homem, até virar o namorado dela à 2 anos atrás. No começo ele era um bom homem, mas a um certo tempo, ele passou a bater nela... ele ameaçava a Àlissa.

- Eles se encontrou com ela sexta?

- Na sexta... - Danny olha para o chão. - fomos ao luau, nós três, eu, Mabel e a Àlissa. Ao chegar lá, Mabel sumiu, achamos ela beijando um cara, foi até engraçado... - a jovem limpa uma lágrima que escorre por seu rosto. - então eu fiquei com a Àlissa, ela quis voltar para casa assim que chegou.

- Algum motivo em especial? - Green arquea a sobrancelha.

- Um homem vomitou em seus pés, eu insisti para que ela ficasse, e disse a ela para lavar no mar. Depois de certo tempo, o clima ficou mais pesado, posso perder meu emprego por dizer isso, mas o sr. Bean, bom, ele... - ela estava um pouco trêmula.

- Ele...?

- Ele se aproximou ela, pediu para que eles tivessem uma conversa, eu me afastei um pouco, só vi ele tentando beija-la, ele empurrou ela e a xingou.

- O que houve em seguida?

- Ele foi embora, junto de sua filha.

- Tem certeza?! - Green a olha com um ar de dúvida.

- Não posso te dar cem por cento de certeza, mas eu acredito que sim. Em seguida... bem, em seguida o Jimmy apareceu lá, não sei o que eles conversaram, mas ele estava lá, eles se afastaram. E o Jimmy, bom... ele saiu, mas ele voltou mais tarde, ele trajava uma roupa branca, e seu cabelo estava diferente, não lembro o que, mas estava diferente.

- Ele voltou a falar com a Àlissa?

- Não, ele só estava a observando de longe. Mas não era só ele, o namorado da Mabel, ele veio falar com a Àlissa, os dois se beijaram!

- O quê?! Mabel viu? - Green arregala os olhos.

- Viu, ela gritou com ambos, me lembro claramente dela ter dito "Eu vou matar você", mas não me lembro se era para a Àlissa ou para o Gus.

Os detetives se entreolham, pois, no depoimento, Mabel não havia mencionado nenhum daqueles casos, apenas que Jimmy não era um bom namorado.

- Por favor, continue.

- O Gus também brigou com ela, disse que ela era a culpada! Sei que depois daquilo fui com a Àlissa dar uma volta, ela havia bebido muito, precisávamos ir para casa.

- Vocês saíram da praia?

- Sim, a ultima vez que vi a Àlissa foi entrando em um táxi, como moramos em bairros opostos, eu peguei outro táxi.

- Então ela não estava na praia? Danny, se lembra de quem ou como era o motorista do táxi? Ou se havia alguém junto a ele?

- Não, infelizmente não...

- Tem certeza?

- Espera... acho que havia um homem, ele entrou junto com a Àlissa, a roupa dele parecia muito com a de algum participante do luau, estava todo de branco, mas o rosto dele virou um borrão na minha mente... Aí! - Danny esfrega suas têmporas.

- Bom, Danny, muito obrigada, você realmente nos ajudou muito. Qualquer coisa que você se lembrar, por favor, me liga! - a detetive entrega seu cartão pessoal.

- Ok. Bom, então tchau! - a jovem sai.

- Luian, nosso assassino pode ser qualquer um que estava no luau.

- Talvez nosso assassino queira que pensemos isso!

...

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