Cap. 23 - ※Início do Fim※

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...No dia seguinte...

   Green e Byron estavam juntos, eles aguardavam por alguns resultados, como uma possível confissão por parte de Danny Velásquez. Porém, a única resposta que receberam, foi a de Carol. A chefe entrou em seu pequeno escritório.

— Tem alguém ai que vai falar com vocês. Acho que vão gostar. - a mulher sorriu e saiu em seguida.

   Os dois se entreolharam e seguiram para a sala de interrogatório. Que não ficava lá muito distante da sala a qual os dois tinham por deles. Sentada, sozinha, estava Mabel Morris, amiga de Álissa.

— Mabel. - Green aproximou-se da jovem, com um sorriso no rosto. - que bom que veio nos visitar.

— Pode ter certeza que não foi por livre e espontânea vontade. - revirou os olhos.

— Que língua afiada. Também não é a melhor parte do nosso trabalho.

— O que estou fazendo aqui? Já não ajudei o suficiente?

— Danny está presa, e ela está encobrindo alguém. Tem algo para nos falar?

— O querem saber? Eu não matei a Álissa se é isso que esperam que eu diga.

— Que tal se nos contasse exatamente o que fez naquela noite? - a detetive a fitou.

— Tudo o que já contei? - arqueou a sobrancelha.

— Tudo o que você não contou. Que tal? - o detetive cruzou os braços.

— Detalhe por detalhe. Por favor. - Green complementou.

— Está certo. Querem saber os detalhes?
  
— Por favor. - pediu o detetive. A sala escura causava calafrios na jovem.

...17 de Junho...

   Uma traição, que jamais esperaria. Estava doendo como uma apunhalada no coração. Como alguém que se dizia tão amiga de Mabel havia traído a mesma? Foi essa questão que ficou por horas dentro de sua cabeça.

   Na areia da praia, atrás das pedras, chorava olhando as águas do mar. Ficou assim durante alguns minutos. Em sua cabeça, o desejo forte em afogar-se, chegou a dar os primeiros passos, os quais foram interrompidos por uma voz.

— O que pensa estar fazendo? - virou-se rapidamente.

— O que está fazendo aqui? Vai embora! - August tentou uma reaproximação sutil.

— Bel... eu sinto muito. Não pensei em momento algum em te trair, estou bêbado, jamais o faria sóbrio. Você me conhece!

— Eu pensava conhecer. Suma da minha vida, seu desgraçado. Eu te odeio. - ele fechou os olhos e engoliu seco.

— Odiar é um sentimento tão intenso e doloroso... Não diga que me odeia. - aproximou-se vagarosamente.

— Você me destruiu... eu te amei tanto. - já estava chorando.

— Nunca foi meu objetivo te machucar... eu realmente sinto muito, e vou aceitar sua decisão. - piscou rapidamente várias vezes, provocando uma inundação em seus olhos anil.

— Não quer me machucar? Me dê um tiro. Faça isso agora. - abriu seus braços.

— Jamais atiraria em você.

— Você fez pior. - seus olhos eram de um preto intenso. Seus cabelos voavam com a brisa da maré tocando-a. Seus pés pisavam a água.

   O silêncio reinou por alguns instantes. Ambos não desviavam seus olhos. Mabel sentia seu corpo tremer, era ódio misturado com tristeza e um pouco de rancor. Queria manter sua pose de durona, mas sua maior vontade neste momento era entrar no mar. Mabel não sabia nadar.

— Não precisa se manter forte. Sei que errei, cometi o pior de todos os erros, trai a confiança da minha amada. Sinto muito. Vou ir embora da sua vida. - abaixou sua cabeça e deu as costas.

   Mabel não lhe respondeu, permaneceu em silêncio. Com o coração apertado e os olhos inundados, ela virou seus olhos para a lua, que estava gigantesca. Ouviu os passos do homem caminhar em direção oposta, e tudo que poderia fazer naquele momento era ficar em silêncio.

   Saiu de dentro do mar, e se jogou na areia da praia. Chorou, toda aquela dor que sentia, foi levada para longe da mesma. Tudo que pode fazer após aquilo foi se levantar e seguir embora. Pela beirada da calçada. Pegou um táxi e deixou para trás todas aquelas pessoas que a machucaram naquele dia.

...atualmente...

— Não vou a Álissa após aquele evento? - indagou o detetive.

— Já disse que não. - secou uma lagrima dolorosa que escorreu por seu rosto.

— Certo. Mas sua arma foi usada para matar nossas vítimas. Como explica isso? - Green jogou em cima da mesa alguns papéis.

— A menos que eu seja sonâmbula, não me lembro de ter usado ela para matar ninguém. Tem mais de um mês que ela foi roubada.

— Sabe me dizer como? Assalto? - Green continuou.

— É, fui assaltada por um cirurgião. Engraçado, não? - sorriu e riu.

— Não. - Byron manteve seu tom de voz sério.

— Cadê seu senso de humor? É proibido brincar aqui? Se eu fosse vocês processava Hollywood. Eles fazem os detetives parecerem menos sérios.

— Certo, Mabel. Está liberada. - Green revirou os olhos e saiu da sala.

— Não pense que acabamos aqui. Ainda tenho a impressão de que te verei muito. - deu dois tapinhas em suas costas e saiu da sala.

   A detetive estava enfurecida, sentiu seu rosto ficar quente e rosado. Sentiu uma mão tocar seu ombro, virou-se na esperança de ser Byron, mas para sua surpresa, não.

— James! - assustou-se.

— Hannah. Podemos conversar um minuto? Tenho uma suspeita de quem pode ser o assassino.

3:00 A.M. - Quando o mar ficou vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora