Will pedia desculpas pela milésima vez, e Spencer dizia sempre a mesma coisa: "Não tem problema. Mesmo."
Na verdade, ela achava fofo ele se importar com o que ela achava dele. E ela achava fofo ele pedir desculpas todas essas vezes. Ela achava Will fofo por tudo o que ele fazia.- É que Richie, bem, ele é meio... - ele procurava as palavras certas, para não comprometer o amigo.
- Tarado? - Spencer riu, mas escondeu que uma pequena porcentagem dela estava realmente preocupada com a amiga, que havia saído com uma pessoa que nunca havia não conhecia tanto, ido para um lugar que nunca havia ouvido falar, de carona com uma pessoa que vinha sabe-se lá de onde.
- Não... Richie é meio... - ele ainda não tinha direito as palavras consigo - Não sei, talvez pornográfico?
- Hahaha - ela riu, mostrando todos os dentes escancaradamente.
Ele a acompanhou na risada.
- Você é fofo - ela finalmente disse (mesmo que sem querer) o que havia pensado e repetido para si praticamente o dia inteiro - Mesmo. Você é tipo. Muito. Fofo.
Ele deu um sorriso de canto.
- Obrigado - e olhou para baixo, pois estava envergonhado demais para manter os olhos fixos em Spencer por muito tempo. Ele nunca havia sentido algo tão forte em toda a sua vida. A dificuldade para manter uma conversa com uma garota sempre esteve lá, mas com Spencer era diferente: Ele simplesmente sentia que tudo o que ele falava parecia tão idiota...
Se pegou olhando para a boca dela, de vez em quanto. Ela também notou isso, e não soube reagir.
Mas agora, neste exato momento, quando Will e Spencer estavam sentados sobre o sofá da sala, quando o capítulo dois de The Flash rodava ao fundo, e quando quase todas as fatias de pizza com katchup já haviam sido comidas, ele olhou para a boca dela de novo.
Mas dessa vez, e pela primeira vez na vida dele, conseguiu manter o olhar. Não desviou-o sequer por um segundo.
E dessa vez, quando ela também notou que ele a estava olhando, ela soube como reagir.
Foi um movimento totalmente automático.
O rosto de Will se aproximou devagar, assim como o dela. A respiração dele estava muito pesada, era possível ver pelo peito que subia e descia freneticamente. Ele segurou a mão dela e chegou mais perto.
Seus lábios se tocaram levemente. De tão delicado, mal parecia um beijo. Quem sentia dizia ser um afago ou um toque de leve. Como aqueles que damos quando não queremos acordar alguém que dorme profundamente.
Eles continuaram nessa posição, com os rostos e lábios colados. Ela sentia o sopro quente das narinas dele sobre a sua pele e o sabor de chocolate ao leite que ele tinha.
Will tornou a beijá-la, dessa vez com mais intensidade, mas ainda com aquela leveza pura e anjelical. Ela passou a mão pelos seus cabelos curtos e claros, deslizou os dedos por entre os fios sedosos. Sentiu o calor dele.
Depois de algum tempo, a língua adentrou a boca. O beijo que acabava de se tornar mais quente tomava rumos viciosos. Os dois se envolviam em algo que parecia ir muito além de apenas um beijo, e não queriam nunca mais que acabasse.
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Amor em Toronto
RomanceQuando duas adolescentes brasileiras - April e Spencer - de personalidades totalmente diferentes resolvem cursar a universidade no Canadá, conhecem Richie (um garoto rebelde) e Will (o nerd mais bonito do Campus) se apaixonar no campus não é tão fác...