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Estava de costas, virada para a janela como que em transe. A luz que vinha de fora contornava as linhas suaves de seus corpo, assim como a rua tinha o trajeto traçado pela luz dos postes de iluminação. A porta bateu. Ela se virou.
"Eu te amo" um dos dois disse.
"Eu também te am..." Foi interrompido por algo. Um empurrão leve, porém marcante. Caiu no fofo dos cobertores e colchão velho amaciado. Spencer se deitou devagar sobre ele, com um sorriso disfarçado pelos interruptores não acionados.
"É esta a noite" pensou.
Zíperes e beijos. O barulho da calefação trabalhando sem motivo, aliás, eles já sentiam calor.
Quente, abafado, maravilhoso...
Ela tirou a blusa azul clara dele. Deslizou como sabão no seu corpo quase nú. Vestia apenas as roupas íntimas. Ela vestia somente o macacão jeans e as roupas de baixo.
Tinham nos lábios o calor, na pele a energia, na cabeça a malícia jamais tocada. A mente explorando vontades e desejos que nunca haviam experimentado imaginar.

Do outro lado do quarto, o rádio que Will havia esquecido ligado tocava, com o som fanho de aparelho velho, "every breath you take". E do lado dele, um urso de pelúcia inocente observava a situação sem entender. Teddy, o urso apeluciado, sorria com os olhos de plástico vidrados enquanto Spencer tirava a cueca do garoto e a jogava na sua frente. Ele deslizava as mãos pelas pernas dela como se fossem corremãos encerados, seu único suporte, sua ajuda.

O ambiente ficava embaçado, e os dois alcançaram, com aquele ato, o êxtase que jamais haviam chegado perto de alcançar em toda as suas vidas de adolescentes.

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