April estava sentada sobre as pernas de Richie quando abriu a fivela do cinto dele. A luz estava apagada, mas a lua entrava pela janela descortinada e era possível ver os contornos dos dois deitados sobre o chão gelado.
Ele abaixava o zíper de trás da blusa de veludo dela, que caiu e ela logo estava com os seios completamente nús. Procurou as mãos dele no escuro e as levou até seus seios. Richie podia sentir seu coração batendo junto com o dela, e talvez estivesse surtando, mas achava que também podia os ouvir.
Logo deitou-se por cima dela e beijou sua boca. Ela transou as pernas ao redor dele e sua língua procurava a outra. Desceu os beijos para o pescoço, tocando os poros dilatados da pele pelo contraste de frio e calor; enquanto ela deslizava sua mão pela barriga até a calça dele e abria o zíper.
Se deitou por cima dele e tirou a blusa que vestia. Beijou a barriga do garoto e deixou um rastro de batom escuro que só poderia ser percebido no dia seguinte. Puxou as calças que ele vestia e as jogou para qualquer lugar.
Eram silenciosos, e um dos poucos sons que se ouviam naquele momento era o da calça jeans caindo no chão. O tecido embolsando com o ar e pousando ali perto.
Eles voltaram a se beijar. Richie brincava com o cabelo dela na escuridão, muitas vezes sem enchergar quase nada. Os gestos bruscos poderiam ser erros cometidos, os gestos leves tinham a possibilidade de serem incertos.April agora beijava onde terminava barriga de Richie, onde começava sua virilha. Ela mergulhou nas lembranças dos seus primeiros fodas, e enquanto levava o garoto para algo que ele jamais havia conhecido; se perdia nas próprias memórias. Richie mantinha as mãos sobre as costas dela, que trabalhavam como cachoeiras por onde despencavam lágrimas de suor. Os óculos que ele levava no rosto estavam embaçados e mantinham gotículas chuvosas sobre as lentes. Cabelo escuro empapado e úmido grudado á cabeça. Richie dizia algo - ou gemia -, mas April não conseguia ouvir. Por mais que tentasse, isso se tornara impossível por um instante.
O quase silêncio de repente tornou-se tão forte que a ensurdeceu, pressionou seus ouvidos. Era mórbido, mas era lindo. Agonizante, porém prazeroso. Eram imagens em câmera lenta, preto e branco da escuridão e da lua, o volume desligado dos acontecimentos. A cabeça que girava, talvez pelos efeitos finais das drogas, talvez pela pré-ressaca, ou talvez pela mistura dos dois adicionada á uma dose de prazer.
Em um instante, tudo voltou ao normal, incluindo as cores e os sons. O suor secava com o vento que entrava suave pela fresta falhada janela.
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Amor em Toronto
RomanceQuando duas adolescentes brasileiras - April e Spencer - de personalidades totalmente diferentes resolvem cursar a universidade no Canadá, conhecem Richie (um garoto rebelde) e Will (o nerd mais bonito do Campus) se apaixonar no campus não é tão fác...