Na tarde anterior, todos haviam criado confusão, e tiveram que ficar até mais tarde de castigo.
A sala 303 estava trancada, a chave pendurada brilhava nas mãos de Sr. Pat, o homem narigudo do bigode volumoso, Sentado atrás da mesa e observava a todos com precaução. Seus óculos tinham as lentes tão grossas que deformavam seu rosto. Piscou os olhos com o toque nervoso que possuia e levantou:- Vou ao banheiro - sua voz era fraca e impotente como a de uma criança de seis anos amedrontada por argumentar com adultos - E não quero nem um pio! - guardou as chaves na gaveta e bateu a porta atrás de si. A onomatopéia oca ecoou junto com o choro sofrido das fechaduras.
- E-ei - Bill sussurrou, depois de ver Sr.Pat se descolando até o final do corredor e sumindo ao longe - Ei - chamou de novo, cutucando Ben com a ponta de um lápis amarelo roído na ponta.
- O que foi?! - ele se virou, deixando algumas coisas caírem. Eram livros e folhetos antigos, tudo sobre uma lenda velha que ele acreditava.
- V-vcê acha q-que ainda dá pa-a-ara fazermos... A-aquilo? - espremeu os olhos - Sabe? A-aquilo?
- Ei, ei, ei, olha só meus rapazes! Não aceitamos pornografia nessa sala! - Richie se virou para os dois e forçou uma voz que deveria ser parecida com a do Sr.Pat. Não deu certo.
Os garotos olharam para ele com uma expressão de dúvida.
- Só releva - Will disse do lugar onde estava, sem se virar para trás.
- Releva seu cú, Byers! - April caminhou até os três e se sentou do lado de Richie, dividindo a cadeira pequena com ele - Do que estão falando?
Bill e Ben se entreolharam.
- N-nada - os dois disseram, em coro nervoso.
- Ah, falem logo, caralho! A gente promete que não conta - Richie deu um tapa de leve no ombro de Bill, o gago.
- Pode apostar seu couro nisso! - April sorriu, lembrando da expressão que usava quando tinha uns 12 ou 13 anos.
- D-desculpa - Bill franziu a testa.
- Não mesmo - Ben meneou a cabeça - É segredo de estado, praticamente.
- Mas por favooor - April praticamente gemeu, fazendo uma cara de dor.
- Aip - Richie colocou o braço sobre os ombros dela.
- Que?
- Não gema na frente dos nossos amiguinhos. Por favor - ele riu
- Nos encontrem às oito da noite no lixão do Campus, atrás de um caminhão amarelo enferrujado - Ben convocou - Levem o que vocês mais gostam junto, e deixamos entrarem para o clube.
- Que clube?
- O dos alunos que colocam fogo no Campus - Stan apareceu misteriosamente atrás de todos. Sua voz era tão sombria quanto o seu rosto. Não deixava transparecer sentimentos e tinha os olhos petrificados. - Querem entrar ou não?
- Queremos - April e Richie disseram ao mesmo tempo, entrelaçando suas mãos, com medo do que estava por vir.
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Amor em Toronto
RomanceQuando duas adolescentes brasileiras - April e Spencer - de personalidades totalmente diferentes resolvem cursar a universidade no Canadá, conhecem Richie (um garoto rebelde) e Will (o nerd mais bonito do Campus) se apaixonar no campus não é tão fác...