14 //

58 5 0
                                    

Havia algum tempo que Will estava no banheiro e Spencer o esperava na sala.

- Ei - ela chamou depois de algum tempo - Não precisa ficar assim.

Ele não respondeu.

- Isso é completamente normal - Spencer foi até a porta do banheiro e pousou a mão sobre ela - Will.

Ele destrancou a porta e abriu uma fresta, pela qual espiou por alguns instantes. A garota olhou para ele, entreabriu a boca e arqueou as sobrancelhas. Ia falar algo quando ele a puxou. A beijou, segurando seu queixo com a ponta dos dedos.

- Só... Vamos esquecer isso - ele disse, ainda com o rosto perto dela.

- Por mim, nem temos o que esquecer - ela sorriu e deu um selinho nele.

Will a abraçou, e ela sentiu o cheiro de amaciante do blusão fofo e recém lavado dele. Abraçou-o também e encheu suas mãos com o tecido volumoso que ele vestia. As bochechas dela encostavam no cabelo macio dele. O abraço quente que ele proporcionava transformava o ar em rarefeito. Os dois mantinham os olhos fechados, pálpebras cobrindo imagens, cílios colados. Ela tinha os seios prensados contra o peito dele, tinha o coração batendo e retumbando, tamborilando, dançando dentro do corpo. O mesmo compasso acelerado dele. As pontas dos dedos secas, e as palmas das mãos suadas. Umidecidas pelo morno daquele abraço.
Da nuca de Spencer iniciavam-se nascentes, pequenas gotículas de suor. O choque que ela sentia a cada vez que ele se movia minimamente gelava seu corpo inteiro por dentro e a esquentava por fora. A respiração pesada dele ventando sobre o pescoço  dela. Podia-se perceber a boca dele se mechendo minimamente e sussurrando por entre seus cabelos negros:

- Eu te amo.

Mas ela não tinha certeza de que ele havia dito isso, talvez fosse apenas sua imaginação, o vento murmurando, a brisa movendo seus fios escuros. Talvez ele não tivesse dito isso. Talvez houvesse sido ela, e ele que não ouviu.

Amor em TorontoOnde histórias criam vida. Descubra agora