Capítulo Onze

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Alex

Eu tinha dirigido até a casa do Bruce, já que não tinha mais o que fazer aquela noite e mesmo não querendo, acabei pensando na nerd.

- E ai? Vamos nessa?! - Bruce me mostrava dois baseados e uma garrafa de vodca.

- Vamos. - Falei o acompanhando até a beira da piscina e tomando a vodca da garrafa.

Bruce começou a fumar o primeiro baseado, mas minha cabeça não estava ali naquele momento.

- No que você tá pensando? - Ouvi meu amigo perguntar.

- Você acredita que a nerd foi para uma balada? - Falei rindo ironicamente.

- A nossa nerd? Quer dizer... A Melinda?

Bruce me olhava como se não entendesse. Eu também ainda não estava acreditando.

- Ela mesmo.

- E com quem ela foi? - Eu estava pronto para dizer que ela tinha ido com o panaca do Spencer quando nossos celulares vibraram ao mesmo tempo.

Adele acabara de enviar para o grupo que tínhamos feito um pequeno vídeo dela e Melinda.

Melinda sorria segurando dois copos de vodca enquanto Adele a abraçava pelo pescoço e falava algo em francês que não entendemos. Conheci o garoto que envolveu a cintura nua de Melinda e tomei mais um gole de vodca para esquecer a raiva que senti.

- Francesa filha da puta! - Bruce gritou e ficou em pé caminhando para fora da sua casa.

- Pra onde você vai?!- Perguntei entrando no seu carro e o vendo cantar pneus.

- Atrás daquela demonia de cabelo azul. - Olhei para Bruce sem entender aquela reação mais uma vez e esperei que ele falasse mais. - Uma longa história Alex, depois explico.

Eu sabia que longa história era aquela, era óbvio. Bruce estava com Adele e estava puto por ela ter saído com Melinda. Acendi o último baseado, tentando esquecer aquela raiva enquanto Bruce acelerava.

Chegamos na The Machine em trinta minutos e a boate nova estava lotada e com milhares de pessoas esperando para entrar.

- Você sabe que precisamos de credencial, não sabe? - Falei acompanhando Bruce que andava furiosamente.

- O que?! Credencial?! Nossas credenciais são nossos nomes Alex! Não seja burro.

Ri com o que o meu amigo de infância falava, sabia que ele tinha razão, mas aquela era primeira vez que usaríamos a influência dos nossos sobrenomes. Um homem alto e careca nos pediu a credencial assim que chegamos a porta da boate e ouvi Bruce dizendo os nossos sobrenomes, enquanto o segurança falava com alguém através de um microfone.

- Liberados. - Ele nos disse depois de cinco minutos e Bruce entrou com tudo na pista, procurando alguém que tivesse um cabelo azul. Não demorariamos a achar Adele se a The Machine não fosse tão escura ou não estivesse tão cheia ou se a garota de cabelos azuis não estivesse apenas de sutiã e jeans.

- Eu vou matar essa francesa! - Bruce saiu empurrando todos que estavam a sua frente e os meus olhos procuravam outra pessoa. Melinda não estava perto de Adele e eu me perguntava aonde ela tinha se metido.

Bruce puxou Adele pelo braço e a garota ficou mais furiosa do que ele já estava, mas era visível que estava bêbada.

- Adele, cadê a Mel? - Perguntei interrompendo a briga que ela e Bruce estavam tendo.

- Oii Reed! - Adele me abraçou e quase caiu, mas tanto eu quanto Bruce a seguramos. - A Mel? Ban..eiro!

Bruce me olhou e logo entendi que ela estava bêbada demais.

- Vou atrás da nerd, leva a Adele daqui. - Bruce apenas assentiu e puxou Adele rumo a saída. Caminhei até o bar da boate e perguntei onde era o banheiro feminino e o bar man me mostrou a direção.

Tudo estaria perfeito, se a Lancaster não estivesse tentando se livrar de um cara tatuado que tentava beija-la.

Melinda

- Me solta! - Gritei pela terceira vez para o cara que tinha me agarrado quando saí do banheiro.

- Qual é gatinha, só uma beijo. - Senti seu bafo de uísque e tentei me livrar das suas mãos, mas ter bebido muito vodca não me ajudava em nada. Eu mataria Lucas quando o encontrasse! Por que ele tinha me deixado sozinha ali?!

- Não! Você tem problemas?! EU NÃO QUERO!

O cara tatuado parecia mais animado com a minha negativa e me puxou para mais perto do seu corpo. Parecia que eu estava sem saída e me arrependi de ter ido a The Machine.

- Você vai querer sim...

Senti ele apertar mais meus braços, eu já não tinha força e não acreditei que passaria por aquele tipo de coisa. Já tinha perdido as forças pra lutar quando senti alguém empurrando o cara da tatuagem, enquanto eu caía de bunda no chão.

Foi tudo mundo rápido e por alguns instantes achei que seria esmagada pela multidão que lotava a boate, quando senti alguém me por de pé.

- Você está bem? - Olhei para aqueles olhos castanhos claros e demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo. - Melinda! Você está bem?! Ele te machucou?!

Eu não sentia minhas pernas, mas estava aliviada por ver o rosto de Alex, por ver alguém conhecido. Não tinha palavras, então só o abracei.

- Obriga...da. - Minha voz falhou e senti vontade de chorar. Poderia parecer besteira, mas eu acabava de ser assediada.

- Ei... Calma. Eu tô aqui. - Alex me apertou em seus braços e pude sentir o seu cheiro quando encostei meu nariz em seu peito. - Vamos sair daqui.

Alex me levou daquela agitação de pessoas e logo senti o vento frio da noite tocar meu rosto. Meu mundo girava e tropecei quando caminhamos até um táxi.

- Vamos para casa do Bruce, por que preciso pegar meu carro, mas depois te levo em casa.

- Eu posso ir pra sua casa? - Perguntei sem pensar e sentindo ainda meu mundo girar. Eu não estava em condições de ir pra casa naquele momento e sabia que se mamãe me perguntasse algo, eu começaria a chorar.

- Tem certeza? - Alex me perguntou inseguro.

- Você acha que o tio Pietro se incomodaria?

- Não! Claro que não.

- Então Ok.

Minha primeira noite de balada tinha sido uma merda e tudo que eu queria era a paz de uma casa que eu conhecia tão bem quanto a minha.

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Hey pessoal! Tudo bem ?

Quero deixar claro alguns pontos importantes!

Não tenho intenção nenhuma de fazer apologia ao uso de drogas lícitas ou ilícitas. Meus personagens estão saindo da vida adolescente para vida adulta e como qualquer jovem, vivem momentos dessa fase.

Tenho certeza que aqui todos são inteligentes para saber que bebida e direção não combinam e que o nosso país a maconha não é legal. Esse livro é algo fictício, mas trás muita coisa da nossa vida real.

Tentar forçar um beijo ou qualquer tipo de aproximação com uma menina, quando ela não está afim é assédio sim! E não deixaria isso passar.

Mantenham a mente aberta ok? Sem pré julgamentos.

Beijos!!

Nós Crescemos JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora