Capítulo Sete

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 Não afogue seu coração

Apenas respire

Seeb - Breathe


Caralho, por aquela eu não esperava.

Eu, simplesmente, peguei o Cláudio comendo a viúva do Mauricio. Bom, eu já tinha conseguido o que queria. Eu só precisava sair dali sem ser visto. Com a mesma circunspecção que abri a porta, eu a fechei. Vi que não fiz cagada, quando a porta já estava completamente fechada e ainda assim, eu ouvia os gemidos baixos vindos lá de dentro.

Desci os degraus como se estivesse flutuando.

Cara, ele devia estar traçando ela há muito tempo. Isso, por si só, já podia explicar como o Cláudio conseguira tanta coisa contra o Mauricio. Se bem que, havia algo naquela mulher que me intrigava. Apesar de toda a estupidez que ela esbanjou em nosso primeiro encontro, eu sentia que ela era mais ligeira do que queria aparentar. Seguindo por essa linha de raciocínio, ela bem que podia querer "algo a mais" também.

Bonita, com roupas caras e vida de luxo, ela não parecia ser o tipo de mulher que se deixa levar por homem. Cláudio não era de todo o feio, mas se comparássemos ele com o Mauricio, eu mesmo não via muita discrepância entre as aparências. Não... ela estava ganhando muito mais naquilo do que apenas uma trepada. Alguma chance de angariar ainda mais dinheiro com Cláudio do que com Mauricio? Talvez...

Eu não pretendia entrar no jogo só com a cara e a coragem, tal como fiz com Mauricio. Eu tinha de usar aquilo em meu favor, para caso fosse necessário. Eu só precisava descobrir um pouco mais.

— Falei pra você — disse a recepcionista quando me pus ao seu lado, tirando-me de meus devaneios. — O Cláudio falou um monte, né?

Olhei surpreso pra ela.

— O que? — então, a ficha caiu. — Não... eu nem fui lá. Pensei que tinha banheiro lá em cima — meti o louco.

— Lá em cima? — ela estranhou.

— Lá em cima, ué. O pessoal do segundo andar não caga nem mija agora, é?

— Grosso — ela rosnou. — Nem me conhece direito e já me tratando assim.

— Peraí... você não é a mesma recepcionista de antes?

— Como assim?

— De antes — repeti. — Quanto tempo 'cê tá aqui?

— Faz pouco tempo.

— E a outra?

— Acho que ela foi pro...

— Onde é que fica o banheiro mesmo? — a interrompi, olhando na direção da escada. Não seria uma boa ideia estar ali quando a mulher fosse embora. Se é que ela ia...

— Ali, no fim do corredor — ela apontou para o lado direito da escada.

— Obrigado — acenei breve pra ela e fui.

Fiquei uns dois minutos no banheiro e logo saí, tamanha minha inquietação.

Como eu pretendia voltar e entrar na sala do Cláudio, a recepcionista poderia achar estranho se eu passasse muito tempo no banheiro.

Assim que voltei, perguntei pra ela:

— Ele tá ocupado ainda?

— Tá.

Linhas Estreitas (3ª Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora