Capítulo quatro.

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Acordei sentindo a cama afundar e um perfume masculino invadir minhas narinas, me virei pro lado e ignorei ele.

-Vamos gorda, acorda.- Fez cócegas em mim, chutei ele.

Lua:  Vai se fuder - Me sentei na cama e ele tava deitado no chão com uma careta de dor.

Bruno: Bom dia pra tu também.

Peguei meu celular que marcava 06h da matina, olhei incrédula pra ele.

Lua: Olha a hora Bruno,que merda.- Ele sentou na cama.

Bruno: Eu deveria ter vindo mais cedo, eu sei.- Bufei.

Me levantei da cama indo em direção ao banheiro, tomei um bom banho demorado e coloquei uma calça jeans rasgada no joelho e um cropped. Peguei meus documentos e ajeitei tudo numa bolsa.

Sempre quis fazer faculdade de fotografia mas com duas crianças em casa era quase impossível.

Passei uma leve maquiagem e calcei um tênis da addidas, voltei pro quarto e Kauã e Analu já estavam lá, fui até eles beijando a a cabeça dos dois.

Kauã: Você vai ver o papai, mamãe? - Perguntou curioso.

Lua: Sim.

Nalu: A gente também? -Bruno me olhou.

Lua: Vocês querem? - Eles assentiram animados, suspirei.- Vão se arrumar então.

Eles saíram e eu olhei pro Bruno com cara feia.

Bruno: Ana precisa conhecer o pai.- Deu os ombros.

Lua: Tanto faz.

Bruno: Leva uma roupa, hoje tem baile.

Lua: Não vou.- Dei os ombros.

Bruno: Vai sim.- Ele falou.

Sabia que ele não ia desistir mas eu iria arrumar uma desculpa pra sair com meus filhos e não ir pra esse baile. Coloquei uma blusa preta e um short jeans claro e coloquei na minha bolsa.

Fui pro quarto dos meninos que já tomavam café e separei uma roupinha pra cada um também, depois de nos comemos os meninos saíram na frente com Bruno, ficando eu e minha mãe pra trás.

Marie: Segue teu coração menina, cuidado!

Lua: Vamos passar no shopping pra te buscar.- Desviei do assunto.

Dei um beijo na bochecha da mesma que fez uma careta de brava, sorri e saí indo em direção ao elevador. Apertei o botão -1 e esperei chegar, assim que chegou fui em direção do carro onde todos já me esperavam...

Kauã: Vamos andando mãe, tô com saudades daqui.- Falou assim que chegamos no pé do morro.

Lua: Vamos.

Todos descemos e Nalu pulou logo pra meu colo, Bruno chamou um dos vapores pra deixar o carro lá na casa dele, assim que eu vi de quem se tratava, sorri.

Caio: Lua? - Perguntou sorridente.

Fui até ele o abraçando com força,ele pegou Analu do meu colo e brincou um pouco com ela.

Naty e Bruno são padrinhos do Kauã e Camila e Caio da Ana.

Depois de falamos com ele começamos a caminhar.

Pouca coisa tinha mudado, o morro parecia não ter muita alegria mas mesmo assim ainda era possível ver crianças brincando, mulheres dançando...

Analu desceu do meu colo e foi andando com Kauã, entrelacei meu braços no de Bruno e assim fomos, por onde passávamos todos olhavam, alguns homens me comiam com os olhos, os vapores sorriam, umas putas me encaravam feio e assim vai.

Chegamos na casa de Nicolas e nada tinha mudado, mesmas cores escuras, vapores fazendo guarda, o jardim sem vida alguma, é, parece que pelo visto pouca coisa mudou.

Entramos na casa sem convite ou permissão, assim que entramos sinto o perfume dele no ar, olho pra mesa que tinha no centro e tinha fotos nossas e do Kauã, sorri. Nicolas tava sentando de costas pra gente tomando café e nem se deu o trabalho de olhar.

Kauã: Papai! - Gritou e seus olhos encheram de água.

Nicolas virou rapidamente e assim que visualizou Kauã abriu um sorriso de orelha a orelha, Kauã correu pra abraçar ele e Analu veio pra meus braços.

Analu era uma mistura minha e de Nicolas, os cabelos castanhos como o meu, os olhos verdes como os meus, a boca perfeita como a de Nicolas, ela era uma mistura de meu medo com a coragem dele.

Nicolas abraçou Kauã girando o mesmo no ar, Nicolas deixava algumas lágrimas escaparem, Kauã já chorava feito um bebê e eu, Bruno e Analu só olhávamos aquilo.

Me sentei no sofá com Analu que estava abraçada a mim encolhida, Depois de um tempo Nicolas soltou Kauã e veio em nossa direção em passos largos, ele não mudou nada, mesma cara de bosta, mesmo cabelo sendo uma mistura de loiro e castanho, mesmo olhos castanhos mas agora com brilho.

Nicolas: E aí.- Falou sem jeito.

Mil borboletas passearam pelo meu estômago, dei um sorrisinho.

Lua: Oi.- Ele sorriu de lado e olhou pra ela.

Nicolas: Quem é a piveta?

Kauã: Minha irmã, papai.- Sentou do nosso lado, Nicolas me encarou.

Analu: Eu tenho medo dele.- Sussurrou para Kauã.

Nicolas me olhou e depois olhou pra ela, parecia analisar cada centímetro dela, depois ele olhou pra mim.

Nicolas: Ela é a tua filha? - Sua voz saiu fraca.

Lua: Ela é a nossa filha! - Falei e ele me encarou.



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