Capítulo dezenove.

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Lua🌙

Lua: Mas ele tá bem mesmo né? - Perguntei pelo milésima vez.

Médico: Como já disse, foi apenas um tiro de raspão, só precisa ter cuidado e não fazer esforço, fora isso está tudo ótimo! - Falou simpático.

Lua: Certo, desculpa por pergunta varias vezes mas é preocupação de mãe.- Dei os ombros.

Médico: É meu trabalho! - Nossa, que grosso.

Kauã: Vamos, quero comer muio chocolate.

Médico: Cortar os doces.- Relembrou e ele bufou.

Lua: Obrigada, vem Kauã.- Peguei a pequena mochila dele e saímos em direção ao meu carro.

Kauã: Vamos pro morro?

Lua: Só pra pegar a Ana.

Ele assentiu, passamos 3 dias aqui, parece pouco mas pra mim foi uma eternidade, todos os dias eu ia ver a Ana, tentando manter o máximo de distância possível do Nicolas, eu fico pensando se Kauã não tivesse feito algo, ele ficaria com o morro? Ele mataria o próprio filho pelo morro? Isso me mata por dentro.

Kauã: Isso não foi culpa dele, eu faria o mesmo.- Falou assim que chegamos.

Lua: Não, você não faria e nem vai fazer um dia, você não vai ser dono desse morro.- Falei firme.

Kauã: Eu sou o herdeiro daqui, é meu destino, está escrito! - Falou e saiu entrando pra dentro de casa.

Eu estava sujeita a perder duas pessoas por causa de um morro? Respirei fundo, entrei na casa e Kauã estava abraçado com Nicolas e Analu, Bruno e Cami comiam ruffles.

Bruno: E aí.- Me abraçou de lado e bagunçou meu cabelo.

Cami: Sua cara de derrotada tá pior que o normal, menina.

Lua: Aí, obrigada, era tudo que eu precisava ouvir! - Falei debochada.

Nicolas: Vamo bater um lero.- Chegou pegando o pacote de salgado da mão do Bruno.

Lua: Rápido.- Peguei o pacote da mão dele e subir as escadas indo pro quarto dele.

Nicolas: Pode dá seu sermão.- Sentou do meu lado na cama.

Respirei fundo.

Lua: Não vou brigar contigo, muito menos dá sermão, só quero que me responda uma coisa.- Sentei na sua frente e peguei seu rosto fazendo ele olhar pra mim. - Sua família ou o morro?

Nicolas: O morro é minha família também! - Soltei seu rosto e me levantei.

Lua: Tudo bem.- Falei por fim, indo em direção a porta mas ele puxou me braço.

Nicolas: Me perdoa pô, eu batalhei muito pra conseguir isso tudo.- Abriu os braços.- Como tu quer que eu deixe isso ?

Lua: Por sua família? -Perguntei debochada.-  Caralho pesadelo, tu já esteve no meu lugar? Sabe quando meu coração fica quando tem invasão? Sabe o medo que eu tenho de te perder? Sabe o quando dói você preferi a merda de um morro do que sua família?

Malditas lágrimas que já caíam descontroladamente.

Pesadelo: Eu amo vocês, mas também amo meu morro! Não abro mão de nenhum dos dois.- Sentou na cama.- Mas se tu quiser ir pode ir, só quero ver meus filhos.

Ele falou sério e pegou pistola encima da mesinha e começou a desmontar e montar, assim como faz quando tá nervoso.

Lua: Eu não posso! - Admiti com a voz falha.- Eu amo você e infelizmente quando eu me envolvi já sabia que o morro sempre ficaria a frente de mim.- Ele ia falar, mas continuei.- Tudo bem, eu entendo, do mesmo jeito que o morro tá na minha frente, meus filhos também estão a sua frente, se acontecer qualquer coisa saiba que eu não vou pensar duas vezes em sumir com eles.

Desabafei.

Nicolas: Se ficar vai te fazer mal, eu acho melhor tu ir. - Falou com a voz falha.

Lua: Me dói um pouco.- Admiti.- Mas teu amor ajuda a curar, palhaço.

Ele sorriu fraco, limpando minhas lágrimas me trazendo pra sentar no seu colo.

Nicolas: Eu te amo tanto! - Falou com os olhos fechados, era extremamente fofo/engraçado como ele tinha vergonha de admitir isso olhando nos meus olhos.
Esperei ele abri os olhos e olhei fixamente pros olhos castanhos dele.

Lua: Eu amo tu.- Ele sorriu e desviou o olhar, eu gargalhei e ele me beijou.

MaktubOnde histórias criam vida. Descubra agora