Capítulo cinquenta.

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Lua🌙

A

cordei com dor de  cabeça, meus olhos estavam doendo e vermelhos, de tanto chorar, Nicolas ficou a noite toda comigo, não saiu do meu lado por um segundo, mas agora de manhã precisou ir pra boca, eu precisava tirar minhas dúvidas a limpo, precisava saber de certas coisas que me amedrontam. Tomei um banho e vesti uma calça jeans e uma blusa, ambas pretas, calcei minhas havaianas e sai de casa, sem tomar café, não estava no clima pra isso, eu só precisava tirar minhas dúvidas.

Peguei meu carro e fui em direção ao Alemão, pedia de todas as formas para que o que eu tinha em minha mente,fosse uma coisa aleatória, que não se concretizasse!

Desci na boca e passei sem cumprimentar ninguém, na sala lá estava ele, fumando, como sempre, ele se assustou assim que me viu.

Polegar: Qual foi? - Me sentei na cadeira.

Lua: Só preciso que me responda uma coisa.- Ele desviou o olhar.- Foi você, não foi!?

Ele olhou pra um ponto fixo do chão, minhas lágrimas já desciam sem freio, eu me negava a acreditar nisso, precisava ouvir de sua boca.

Polegar: Lua....Eu..- Neguei com a cabeça.

Lua: Só me responde, por favor! - Implorei.

Polegar: Foi.- Baixou a cabeça.

Pela primeira vez, ele baixou a cabeça! Ele sabia que tava no erro, isso foi como um tiro pra mim, porra, não tinha necessidade, só não entendia o porque, Samuel nem conhecia Lucas direito.

Lua: Por que?

Polegar: Queria me livrar dos demônios do passado, de tudo que me fizesse lembrar dela...

Lua: O Samuel nem sabia da tua existência.- Neguei com a cabeça.- Ele nem sabia que ela tinha filho, quando ele conversou isso comigo fiquei pasma! Natália tinha falado que era solteira, sem ninguém! Eu quis contar a ele, mas prefiri deixar ela falar.- Falei atordoada.- Você tirou mais uma vida injustamente, Polegar.

Polegar: Não foi só eu.- Resmungou

Lua: Quem ajudou? - Ele negou com a cabeça.

Sai dali puta, sai dali quase atropelando todo mundo, fui bater na casa de Erick, quem me recebeu foi Ana.

Ana: Olha a sumida.- Brincou, mas mudou a expressão assim que viu me estado.- Hey, tá tudo bem?

Ela me abraçou me puxando pra dentro de casa, sua barriga de 5 meses já era bem visível! Logo Erick e Leo apareceram, Leo veio correndo me abraçar.

Leo: Qual foi mãe? - Beijou minha testa.

Lua: Erick.- Chamei por ele que sentou do meu lado.- Quem veio aqui ontem, falar o polegar?

Ele me olhou estranho.

Erick: De diferente só o Nicolas pô.- Desabei mais ainda.- Mas ficaram só um tempinho, depois saíram os dois.

Neguei, não pode ser! Ontem ele viu como eu tava sofrendo, ele sabia que Samuel era importante pra mim, por qual motivo? Não entendia, era impossível entender, Samuel era na dele, mal vinha pro morro, nunca fez mau a alguém.

Sai dali e entrei no meu carro seguindo direto pra casa da minha mãe, precisava do seu colo, precisava conversar!

Assim que ela viu me estado, mandou as crianças irem brincar e me abraçou, desabei mais ainda em seus braços. Contei toda a história a ele, ela ficou horrorizada, ela amava Leo como um filho! Disse que eu deveria me afastar do morro por um tempo, até eu colocar as idéias em seus devidos lugares, assim eu irei fazer!

Fiquei a tarde toda com os meninos e ela, mas eu estava inquieta, uma angústia era formada em meu peito, uma dor imensa! Eu precisava ir no morro buscar algumas coisas, não queria ir, não queria ver a cara do Nicolas, sentia ódio dele, mas eu tinha que ir, não iria adiar!

Marie: Tens certeza? - Assenti.

Lua: Eu volto logo mãe, prometo.

Segui pro morro, tinha vários carros de polícia e alguém entrando neles, pela cara dos policiais deve ter sido alguém muito importante, dei meia volta e entrei pela parte de trás mas neguinho me parou.

Neguinho: Vai andando.- Ele tinha os olhos vermelho, estacionei o carro e desci.

Lua: Hey, tudo bem? - Abracei ele.

Neguinho: Suave.- Sorriu fraco.- Bh quer falar contigo.

Lua: Tudo bem, fica bem! - Beijei sua bochecha.

Fui andando pelos becos e pude ver muita gente morta, ai meu Deus, havia tido invasão, bem pesada dessa vez! Meu coração errou nas batidas por um momento, era por isso que Neguinho chorava? A cada passo que eu dava meu coração doía mais, cheguei perto da boca principal e criolo também chorava,meu Deus.

Criolo: Diz gatinha.- Limpou as lágrimas. - Vamo, vou te levar!

Abracei ele que despejou um beijo em minha testa, já considerava a maioria dos vapores e dono de outros morros aliados, como irmãos pra mim, assim como eles! Ele me deixou na porta da casa do Nicolas, estranhei mas não contestei, nós nos despedimos e eu entrei na casa visualizando Bruno e Cami chorando abraçados, me preocupei logo e fui até eles.

Lua: Hoje é dia do choro? Tá todo mundo chorando.- Brinquei.- Que invasão foi essa?

Cami: Amiga..- Me abraçou.- Tu precisa ser forte tá?

Lua: Tá, mas antes posso falar com o Nicolas? Quero mandar ele tomar no cu! - Eles se entre olharam.

Bruno: Lua, calma tá!? - Sorri sem graça.

Lua: Ele matou meu amigo, não quero ficar calma, quero matar ele.

Cami: Foi ele? - Assenti.

Lua: Junto a polegar, mas cadê ele gente? Por que vocês tão chorando? Falem logo.

Eles se olharam e soltaram a bomba!

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