Isabel
Abro meus olhos devagar, por um minuto achei que não estaria mais ali, mas continuo infelizmente no mesmo lugar, odiando com todas as forças possíveis Luan.
Ainda desorientada e com muita dor consigo me sentar encontrando-me na coluna, olho em direção a porta e vejo uma garrafa de água junto com o que eu presumo ser comida.
Me arrasto até lá e pego a garrafa, bebo a água, difícil o suficiente até para engolir.
Me encosto na parede e permaneço lá, viajando em pensamentos por vários minutos até me assustar com a porta se abrindo.O cara com a máscara entra e me pega pelo braço me fazendo levantar, me curvo no mesmo instante por conta da dor, mas ele simplesmente continua a me puxar e me leva em direção a mesma porta da esquerda em que estive.
Quando ele abre a porta vejo Luan sentado em um dos banquinhos segurando uma arma em uma das mãos e o celular na outra.
– Põe ela aqui. – Diz apontando pro banco a sua frente.
Quando me sento Luan aponta a arma para mim e fala:
– Nós já descobrimos a localização de onde sua mamãezinha mora, e se você não obedecer dessa vez, é muito simples acabar com a vida dela em um segundo.
Fico olhando para ele querendo mata-lo. Lágrimas saem dos meus olhos no mesmo instante.
Minha mãe... Não, isso não está acontecendo...– Vou ligar agora para o seu querido pai e você vai falar pra ele que está tudo bem, e vai implorar ajuda pra ele... – Fico calada o olhando. – Entendeu!? – Luan bate forte com a mão na mesa me assustando.
Ele coloca o telefone pra chamar no viva voz e continua apontando a arma para mim.
– Alô... – Hero diz com a voz agoniada ao telefone, como se ele realmente se importasse.
– Oi... – Digo.
– Isabel, minha filha você está bem? – Diz e imediatamente lágrimas saem dos meus olhos, como que depois de vários anos ele ainda é capaz de me chamar de filha, e ainda mais, fingir que está preocupado?
– Sim... Eu... – Tento continuar mais não consigo agir e falar com ele como se realmente o conhecesse.
– Filha, vou providenciar tudo pra resgatar você, você vai sair daí logo logo querida, não se preocupe...
– É bom que não demore Senhor Wilford, ou caso contrário você já sabe os resultados... – Luan se pronuncia.
– Eu já falei que vou providenciar seu dinheiro, me diga o local de entrega que levarei pessoalmente e...
– Certo Senhor, e nada de polícia. Se você aparecer com alguma gracinha ela morre... Em breve lhe direi o dia e o local...
Assim Luan encerra a ligação me olhando.
– Boa garota, não foi tão ruim assim não é Isabel? – Diz se levantando e vindo em minha direção, se posicionando ao meu lado.
– Vem, vamos voltar para o seu adorável lar.
Com isso, ele me faz levantar segurando pelo meu braço e me encaminha para dentro do lugar onde estava antes, trancando a porta logo em seguida quando sai.
Nossa, quando isso vai acabar... Só quero voltar pra casa.
Será se já deram por minha falta e estão me procurando?***
Pelas minhas contas se passou uma semana desde que falei com Hero, ninguém diz absolutamente nada e já estou a ponto de enlouquecer com tudo isso. Preciso achar um jeito de fugir daqui, possivelmente Hero não está nem aí pra nada, ele nunca me considerou como uma filha...Ouço passos vindo em direção a porta, Derrepente ela é aberta e Luan aparece.
– Vem... – Diz ainda parado próximo a porta.
Me levanto calmamente sentindo tudo girar ao meu redor.
Ele me segura pelo braço me levando até a frente da outra porta a direita.– Aí dentro tem roupas limpas e toalhas, tome um banho que em breve estaremos indo encontrar com seu amado paizinho...
Giro a maçaneta e vejo um banheiro.
Em cima da pia encontro toalhas e roupas, junto com algumas coisas de higiene.Tiro a minha roupa e vou em direção ao chuveiro.
Rapidamente tomo um banho, com medo de que ele abra a porta.
Pego a toalha e me enxugo, visto a calça e quando vou vestir a blusa, a porta é aberta.– Vamos, depressa!
Visto a blusa rapidamente e ele algema meus braços atrás das costas.
Ele me segura enquanto me guia até a porta da frente.
Quando ele a abre, vejo que estamos numa antiga linha ferroviária, que pela vista, há décadas parou de funcionar.
Não faço idéia de onde estamos, só sei que isso não fica nem perto de ainda estarmos perto da cidade.Vamos em direção a um carro que está parado próximo aos trilhos, reconheço o carro na mesma hora, o carro de Paul.
Entramos no carro, Luan no banco do motorista e o cara mascarado no banco de trás junto comigo.
Luan começa a dirigir em direção a floresta, entrando numa trilha que havia alí.
Demora alguns minutos até surgir uma estradinha de terra, que dividia os dois lados da floresta.Mais algum tempo chegamos em um galpão, e pelo tamanho do mato, sem dúvidas estava abandonado. Luan estaciona o carro atrás do galpão entre o enorme matagal.
O cara ao meu lado abre a porta, e me puxa em seguida junto com ele, para fora do carro.
Luan dentro do carro fala ao telefone e em menos de um minuto também sai e fala:– Beleza, vamos esperar lá dentro. Em meia hora ele deve estar chegando... E você... – Aponta para o cara – Vai pra estrada oeste verificar se ele vem mesmo sozinho, e me avisa pra dá o fora caso dê merda, entendeu!?
O cara confirma e sai andando pela beira da estrada.
Luan me arrasta até o interior do galpão, o analisando primeiramente.Espero que isso realmente dê certo, só quero ir pra casa. Mas quem garante que Luan me soltará quando pegar o dinheiro, e se ele matar o Hero ou até mesmo a mim... Meu Deus, o que pensar...
Passa-se por volta de uns quarenta minutos quando escutamos um carro chegar, oh céus, é agora...
O carro para, mas deixa bem claro que não é apenas um.– Luan, aqui é a polícia, saía imediatamente do galpão, estamos cercando-o e você não tem escolha a não ser se entregar... – Uma voz masculina soa alto num alto-falante.
Polícia?
Minha nossa... Luan vai me matar.– Droga, aquele imbecil de merda foi pego e ainda revelou nossa localização, idiota! – Luan resmunga.
Rezo internamente para ele se entregar e parar com toda aquela loucura.
– Luan, você não precisa mais fazer isso, você não tem escolha, está cercado e... – Começo.
– Calada! – Diz me cortando. – Eu sabia que aquele idiota do Hero iria tentar algo, eu sabia...
Luan com uma grande agilidade me puxa pelo braço e vai em direção aos fundos do galpão onde se encontra o carro.
– Luan, o que você está fazendo? – Grito desesperada.
– Vamos embora daqui princesa...
Ele diz isso e para analisando os fundos do galpão, há dois policiais posicionados próximo à entrada, Luan atira sem dó na cabeça de um e acerta o peito do outro, com isso ele corre comigo para o carro e me empurra lá dentro, entrando logo em seguida, o que não dar tempo para mim tentar alguma coisa. Droga!
Ele acelera rapidamente o carro e em um piscar de olhos ele está na estrada dirigindo velozmente, fugindo dos carros de polícia que vem em seu encalço.
Eu poderia tentar atrapalha-lo, mas pela velocidade que estava, na certa o carro acabaria capotando e resultando em morte.Luan estava a uma boa distância dos carros da polícia, ele tinha ganhado tempo quando saiu em disparada do galpão. O que me deixava cada vez mais aflita. O que vai acontecer, agora que tudo foi por água abaixo?
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Será que dá pra gente voltar no tempo?
RomantikIsabel é uma garota bem tranquila de 23 anos que vive no seu mundo de trabalho, mas também adora uma festa. Ela prefere ser descompromissada, nunca mais se apegou à ninguém depois do que lhe aconteceu no passado. Ela se tornou amarga. Pedro é um eng...