Pedro
Segunda-feira, de fato o dia hoje não estava tão legal.
Primeiro esqueço as chaves do escritório em casa, depois o pneu fura no caminho de volta e agora me deparo com a situação mais bizarra de todos os tempos.– Pedro, eu... – Choro. – Eu também não queria isso entendeu, eu não sei o que fazer, eu...
Permaneço intacto no mesmo estado de ebulição que fiquei ao receber aquela notícia tão... Inadequada, seria uma palavra provável?
– Pedro, você ainda está aí? – Ela fala do outro lado da linha soluçando.
– Eu... É... Preciso de um tempo Carla...– Dizendo isso desligo imediatamente.
Senhor, o que fazer agora?
Depois de tudo que aconteceu, depois que eu finalmente consegui a confiança de Isabel, de estarmos juntos... Isso não pode estar acontecendo...Um filho?
Não, não e não...Carla foi apenas uma "peguete" de fim de festa, seria impossível uma única vez ter feito tudo isso acontecer?
Droga!
Mais aposto que isso não irá muito longe, porque supostamente esse filho não é meu, concerteza é mais uma querendo ganhar na loteria. Um teste de DNA cairá como uma luva!De volta ao escritório, após ter passado na oficina, caminho silenciosamente em direção a minha sala, sentindo o peso dos olhares dos funcionários pela minha demora.
Assim que me sento vejo Nicole entrar na sala e colocar sob minha mesa uma pilha de papéis.– O quê é tudo isso? – Pergunto a olhando e apontando para os papéis.
– São planilhas para conferência, plantas para revisão, contratos para assinatura e nesta pasta em exclusivo, um contrato para a maior obra prevista. – Fala apontando para a pasta.
– Ótimo. – Digo olhando para tudo aquilo.
Após a saída de Nicole, começo a remexer nas pastas, mas nada parece ter um foco exato, não consigo me concentrar em nenhuma circunstância.
A ligação não sai da minha cabeça, e então começo a imaginar milhares de possíveis causas para aquele filho não ser meu, eu nunca havia vacilando antes e não seria agora que poderia ter acontecido, mas como esperando, justo nessa única vez eu não estava sóbrio o bastante para lembrar.
O jeito era seguir o protocolo e esperar pelo teste.Encontro com Mateus na hora do almoço em um restaurante, que por sinal bem luxuoso, a pedido dele, e ele ao contrário de mim, esbanjava um enorme sorriso:
– E aí meu brother... – Diz tocando meu ombro.
– E aí cara... – Falo, já concerteza mostrando meu estado de desânimo.
– Opa, que quê isso cara, muito trabalho no escritório? – Pergunta me encarando.
– Mais antes fosse... – Falo baixo e recebo uma cara com um ponto de interrogação de Mateus. – É que o dia não tá bom... – Digo em seguida.
– Hum, mas para sua surpresa, ele pode melhorar... – Diz abrindo um sorriso.
– Ah, sério? – Digo não mostrando interesse.
– Sério Pedro, adivinha? – Diz com um sorriso ainda maior, me deixando claramente ainda mais agoniado.
Nossa conversa é interrompida quando um cara também vestido de executivo aproxima-se da gente.
– Boa tarde senhores. – Diz nos cumprimentando com um aperto de mão.
– Pedro, esse é Christopher Waylan, dirigente da NNS Empraise.
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Será que dá pra gente voltar no tempo?
RomansaIsabel é uma garota bem tranquila de 23 anos que vive no seu mundo de trabalho, mas também adora uma festa. Ela prefere ser descompromissada, nunca mais se apegou à ninguém depois do que lhe aconteceu no passado. Ela se tornou amarga. Pedro é um eng...