Capítulo 11

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Pedro


A água estava muito boa por sinal, me fazendo relaxar durante um bom tempo sob os reflexos do sol.
Por incrível que pareça, hoje a piscina não está tão lotada como os outros fins de semana, apenas algumas crianças na piscina infantil e seus respectivos país as observando de longe.

Logo que termino, subo novamente para o quarto e começo a prender minha atenção em um programa que está passando na TV, até cair no sono e acordar por volta das sete.
Encontro Mateus analisando alguns papéis no sofá e logo falo:

– E aí como foi no cinema? – Pergunto.

– Ah, foi ótimo. – Diz tirando sua atenção dos papéis e me olhando. – Foi pra piscina?

– Sim. – Digo me encaminhando pra varanda.

– Ah, a gente encontrou Isabel lá, assistimos um filme juntos...

– Sério? – Pergunto voltando à sala.

– Sim. – Diz sorrindo.

– Droga! – Pronuncio profundamente arrependido por ter recusado o convite de Mateus.

– Ah... Já saquei... Você está de olho nela não é? – Diz também percebendo meu arrependimento.

– Não, é que... Ah! Deixa pra lá, é complicado... – Falo pensativo.

Não queria ter que explicar à Mateus tudo que aconteceu no passado entre nós, sentiria vergonha de mim mesmo, talvez antes eu me gabasse por isso, mas agora sinto que fui um idiota. E por isso ela me odeia tanto.

– Tá certo. – Fala como se me analisasse de alguma forma. – Mas talvez você ainda tenha uma chance...

Depois que Mateus me contou que ouviu Isabel falar sobre uma tal boate que iria hoje a noite, sem pensar duas vezes corro para um banho e logo já estou vestido pegando as chaves do carro e seguindo para lá.

Entrando lá começo a observar as pessoas ao redor, nenhum sinal dela a vista. Vou ao balcão, peço uma cerveja e continuo a analisar atentamente cada canto da boate.
Até que a avisto no centro da boate, mas ela não está sozinha. Droga!
Fico no mesmo lugar, apenas observando o cara dar em cima dela, até que ele a abraça.
Beleza, ela já tem um acompanhante, poderia ser eu, mas sou idiota o bastante para ter disperdissado minha chance quando tive a oportunidade.

Espera!
Tem algo de errado ali.
Num instante Isabel está super de boa conversando com o cara, e agora está praticamente sendo arrastada por ele.
Decido ir até lá, não vou deixar Isabel ser levada nesse estado por ele.
Caminho entre as pessoas, esbarrando em algumas, mas enfim consigo chegar neles.

– Isabel? – falo, e ela nem sequer consegue levantar a cabeça para ver quem é.


– Isa? Você está bem? Ta bêbada?
– Viro pro cara e pergunto. – Quem é você?

– Sou Alexandre, amigo dela. Você é o quê dela mesmo?

– Sou o namorado dela, agora vê se cai fora senão eu te arrebento. – Digo e no mesmo instante ele a solta.

– De boa cara, só ia levar ela pra pegar um ar e...

Isabel me olha e como se não suportasse o peso do próprio corpo cai nos meus braços desacordada.

Pego ela no colo e vou em direção à saída. Coloco ela no carro, arrumo o cinto de segurança em sua volta e começo a dirigir de volta pro hotel.

Já no estacionamento, pego Isabel em meus braços e sigo pro elevador.
Chego chamando por Mateus ao entrar no apartamento e imediatamente ele sai do quarto.

– Pedro o que aconteceu? – Pergunta assustado ao ver Isabel naquele estado.

Conto toda a história para Mateus, de como a encontrei até chegar ao hotel.
Enquanto isso a coloco na cama retiro seus sapatos e a cubro com o edredom.
Mateus ainda tenta fazer ela cheirar um pouco de álcool, mas ela apenas delira e volta a "dormir".

Mateus e eu ainda ficamos por um tempo conversando até que ele decide dormir. Me abrigo no sofá, já que Isabel está na minha cama.
Não consigo pregar o olho, a cada minuto olho para dentro do quarto e ela continua do mesmo jeito.
Não nego a enorme preocupação que senti ao vê-la desmaiar daquele jeito.
E de uma coisa eu sei, aquele cara não tinha as melhores intenções com ela.

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Será que dá pra gente voltar no tempo?Onde histórias criam vida. Descubra agora