Será que dá pra gente voltar no tempo?

Capítulo 15

Pedro

Estava acordado já havia algum tempo, mas fiquei deitado praticamente por umas três horas imaginando, ou melhor bolando um plano para ir até a casa de Isabel, sei lá, queria chegar lá e dizer que ela havia esquecido alguma coisa aqui no hotel, mas simplesmente ela não tinha deixado nada. Droga!
Iria chegar lá e dizer que ela esqueceu um fio de cabelo no travesseiro?
Sem contar que nem essa hipótese era válida, já que a camareira fez o favor de trocar a colcha de cama e levou junto o adorável cheiro de Isabel que ficou impregnado nas cobertas.
Poxa!
Pensa Pedro... Mas e se eu chegar lá de qualquer forma e ela estiver com alguém?
Não, Isabel não é assim. Mas e aquele cara do restaurante, será que há algo entre eles?
Mais não, ela estava sozinha no clube...

Depois de tanto pensar, decido ir assim mesmo, sem razões nem desculpas de simplesmente aparecer na casa dela.
Oi Isabel, vim te visitar!

O que ela vai achar ou fazer eu não sei, apenas vou com a cara e a coragem mesmo, talvez ela me expulse ou veja que sou eu e bata a porta na minha cara, mas não vou desistir, Isabel precisa saber que eu sou o cara da sua vida.

Chego em frente a sua casa e vejo que são próximo das 20:40 da noite.
Toco a campainha.
E se ela já estiver dormindo, ou não estiver em casa ou...

– Pedro?

Enquanto estava aéreo a porta foi aberta e sou despertado quando Isabel chama meu nome.
Sério, devo está parecendo um doido a olhando vestida daquele jeito, com um conjuntinho de dormir tão sexy que sinto vontade de beija-la e...

– Pedro? – Me chama novamente. – Tá tudo bem?

– Ah, Oi Isabel... – Que droga, minhas palavras sumiram. – Tá, tá tudo bem sim...

Ela fica parada recostada no batente da porta com os braços cruzados sob o peito me esperando dizer alguma coisa que explique o motivo de minha ida até lá, mas eu não consigo dizer nada.

– Desculpa te incomodar a essa hora Isabel... É só que... – Merda, estou passando por idiota!

– Que...? – Ela diz querendo entender tudo aquilo e tentando me fazendo prosseguir.

Mais eu como um completo ET lhe suplico um pedido de desculpas e viro de costas pronto para ir embora, que merda eu fui fazer ali. Acharia que fosse fácil me desenrolar quando estivesse na frente dela, mas como fui burro. Agora só fiz papel de doido e ela está me achando um babaca e provavelmente está rindo de mim por isso.

– Pedro...? – Ouço ela me chamar assim que desço os degraus de sua varanda. – Você não quer entrar e sei lá... Você aceita um café?

– Ah... claro, claro que sim... Um café seria ótimo. – Digo praticamente gaguejando.

Ela fecha a porta logo em seguida quando eu entro, tiro minha jaqueta e ela a pega, colocando sob um dos suportes na parede ao lado da porta.

– Sua casa é muito bonita... – Digo analisando em volta.

– Ah, obrigado... – Diz se encaminhando para a cozinha.

Fico encostado no balcão que fica entre a cozinha e a sala, enquanto a vejo ajustar os ingredientes na cafeteira.
E é nesse mesmo instante que começa a cair uma verdadeira tempestade.

Enquanto Isa está ocupada preparando o café, me sinto confortável para dar uma analisada no ambiente, a casa é bem grande considerando que ela mora sozinha.
Chego mais perto de um quadro que se encontra pendurado numa das paredes da sala e fico por algum tempo tentando suprir alguma ideia que aquele quando tenta mostrar.