Capítulo 8

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Pedro


Fico de longe olhando o carro em que Isa entrou, sumir na esquina.
Droga! Ela nunca vai me perdoar pelo que eu fiz à ela. Contudo, eu sei que mereço o ódio dela por mim.

Logo Mateus me avisa que vai dormir na casa da Paula, o que sugiro que a coisa ficou séria entre eles.
Apenas assinto. Ele me entrega as chaves do carro e então logo eu sigo dirigindo para o hotel.
Chego e me pego de novo pensando na Isa. Acendo um cigarro e fico na varanda, me sentindo pela primeira vez em tanto tempo solitário. Vou pra cama quando já está próximo das 4:00.

Acordo no sábado às 7:12 com Mateus chegando, nossa bem cedo para uma noite mal dormida.

– E aí brother, você e a Paula em, sei não, já estão namorando? – Digo entrando na sala e tirando ele.

– Ainda não, mas com muita certeza, em breve estaremos. – Fala sorrindo e se encaminhando para o seu quarto.

Vou tomar um banho, em seguida desço pra tomar o café da manhã com Mateus, que não para de falar em Paula nenhum instante. Quando volto pro quarto minutos depois vejo que tenho uma ligação perdida, não reconheço o número, mas supondo ser importante logo retorno.


– Alô?

– Oi gatinho... – Diz do outro lado da linha uma voz feminina que não reconheço.

– Am... Oi, quem é mesmo? – Pergunto curioso.

É a Isa fofinho! – Diz com a voz melosa fazendo meu coração acelerar, até o instante que ela se pronuncia novamente. – Isadora, é o Pedro não é?

– Am? Pedro? Não, acho que você ligou pro número errado. – Digo rapidamente recordando de imediato quem era a mesma.

– Ah! Desculpa então. – Diz meia desconfiada e desliga.

Isadora, a doida que levei pra casa no sábado retrasado. Eu em, ela era até boa de papo, mas muito grudenta.

Vou para a varanda e fico olhando as pessoas passarem lá em baixo, daqui do terceiro andar da pra ver visivelmente os seus rostos e logo reconheço um vindo distraidamente olhando as vitrines. Isabel!
Espero ela se aproximar mais um pouco e logo me pronuncio:

– Bom dia Isabel... – Falo alto, mais não num tom que pareça um grito.

Ela rapidamente olha para cima e diz:

– Ah, que susto Pedro... –  Diz retornando a abaixar a cabeça.

– Me desculpe, eu não quis te assustar... – Falo mostrando um sorriso. – Você mora por aqui por perto?

– Sim, moro logo ali. E aliás, eu preciso ir. – Diz e logo começa a retomar seu caminho.

– A gente se ver por aí... – Falo, agora num tom mais alto que antes, ela me olha e não diz nada, apenas continua seguindo.


Eu fico ali a observando caminhar com passos firmes até a porta de uma casa, entrar sem olhar para trás e fechar a porta.

Quem diria que Isabel moraria tão perto do hotel em que eu estava.
Agora só preciso de uma oportunidade para ir até a casa dela e de muita coragem.
Quem diria que eu, o cara que tem muitas aos seus pés, iria precisar de coragem para enfrentar uma.
Mas eu precisava fazer com que Isabel me perdoasse de alguma forma, precisava mostrar pra ela que eu tinha me arrependido de toda aquela merda que um dia fiz pra ela.
Eu agora tinha uma missão: Ter o perdão de Isabel.


Depois que Mateus e eu descemos pro almoço ele logo avisa que vai pro cinema com Paula. Até me pergunta se os acompanho, mas segurar vela nunca foi meu forte.
Também me sinto estranho por, a essa altura não está com uma lista de contatos para me fazer companhia.
Decido ficar pelo hotel mesmo e curtir uma piscina, enquanto Mateus sai com o mesmo sorriso que eu saia quando ia encontrar com alguma mulher, só que o dele é verdadeiro, de quem realmente está gostando da pessoa. Enquanto o meu era de satisfação por simplesmente ter mais uma presa na isca.

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Será que dá pra gente voltar no tempo?Onde histórias criam vida. Descubra agora