vinte e cinco

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Fora exatamente uma hora para que o garoto pudesse se deslocar até o endereço combinado. Não era uma surpresa para Hansol, tendo visto a velocidade que seu amigo Jihoon chegara, arrastando os pés e sempre quase caindo. Ele sorri quando o vê.

— Me ajude, Vernon, não fique só olhando. Acho que fui atacado por um guepardo. — Começa a rir.

— Por Deus. — Hansol anda alguns passos até ele, segurando em seus ombros e falando ao olhar nos olhos, para que não se esquecesse. — Eu tenho que sair agora, mas nós estamos no número cinquenta e sete. Caso você veja dois caras transando na sala, sim você está no local certo, continue o caminho até o quarto onde Wonwoo deve estar dormindo. Você consegue.

Ele bate em seu ombro, não esperando mais palavra alguma sair da boca do menor. Apenas mantém uma pequena corrida até que vire a esquina da rua. Não era um horário muito agradável para aquele bairro, tinha certeza de que próximo ao local da festa era como se a noite ainda estivesse a começar. Não que fosse pessimista ou coisa do tipo, mas se existe uma coisa da qual estava certo, é de que o garoto que ocupa a mais nova maca do hospital ele conhecia muito bem. E a cada passo, sua preocupação aumentava.

— Alô? Yuha?

— Sim, americano. Eu estou aqui, o quê quer essa hora da noite? — diz num arrastar de palavras, que fizera Hansol torcer para que fossem de sonolência.

— Desculpe te incomodar, mas eu precisava saber. Houve um acidente na festa e alguém foi para o hospital, sabe qual? Eu queria uma boa indicação, não conheço muito bem a vizinhança.

— Você está bem?

— Sim... Não, eu estou com um pedaço de ferro enfiado no estômago que está me incomodando a horas. Vamos lá, onde fica o hospital? — questiona, impaciente.

— Fica a sete quadras da faculdade, na rua de cima da prefeitura, vai ter que andar um pouquinho. Tchau, Vernon.

— Muito obrigado, você é um anjo.

Ela desliga; Hansol sorri caminhando energético pela rua. Ora, cantava algumas frases de músicas aleatórias que se lembrava, perturbando o sono de alguns moradores próximos.

Em alguns minutos seus olhos conseguem ver o clarão que indica o hospital pronto-socorro. Não há muitas pessoas ali.

— Com licença, eu sou o namorado de Boo Seungkwan... — ele diz, olhando para os lados.

— Você é quem? — A atendente une as sombrancelhas, como se tivesse entendido errado.

— Primo. Sou o seu primo, tenho certeza de que ele está aqui, procure a ficha.

Ela volta os olhos ao monitor a sua frente, digitando as letras que formariam o nome do paciente. Novamente se dirige a Hansol:

— Ele está em observação, sim. Mas já há alguém com ele lá em cima, sua avó.

— Sua avó? Porra... Q-quero dizer... Que bom que ainda está do jeito que mandei, agora já estou aqui, e ela pode voltar para casa e descansar. — sustenta a mentira, apoiando-se no balcão. — Vamos lá, é necessário o descanso para uma senhora de sessenta e quatro anos...

— Cinquenta e dois.

— Cinquenta e dois anos e você ainda me diz que vai deixar ela dormir num sofá de hospital ao lado do neto, numa maca! Isso é tão desumano.

— Quarto dezoito, pegue isso. — Ela lhe entrega um cartão, com os escritos "ACOMPANHANTE". —
Vá, mas um dos dois deve descer em cinco minutos, caso contrário eu chamarei os seguranças.

— Muito obrigado pela compreensão, minha querida. — lhe responde num meio sorriso, dando uma piscadela. Ele caminha até o elevador, que o levaria aos quartos.

O corredor é calmo e não se ouve muitos barulhos, a não ser o de médicos falando ao longe. A maioria dos pacientes dorme; Hansol chega no quarto dezoito, silencioso e com cautela. A senhora de cabelos curtos e grisalhos está sentada numa poltrona vermelha.

— Boa noite, quem é o senhor? —  antes que pudesse respondê-la, a senhora volta a falar. — Seungkwan acordou há mais de dez minutos atrás, mas não veio nenhum enfermeiro aqui. E então? O quê vão fazer para melhorar o quadro do meu bonequinho?

— Senhora...

— Receitem qualquer coisa, Seungkwan não pode beber e fazer todas aquelas coisas, o seu estômago é tão fraquinho. Ele poderia ter morrido! Se ele pegar algum tipo de bactéria neste hospital, doutor, eu juro que...

— Estamos cuidando de tudo senhora. Assim, estou aqui para avisar que daqui a pouco virão levá-lo até alguns tratamentos, avaliações rígidas em seu quadro e não será permitida a presença de acompanhantes. Como serão necessárias algumas horas neste processo, aconselho a voltar para casa hoje.

— Voltar? E deixar Seungkwan aqui? Ele é tão frágil, preciso estar ao seu lado. — Ela passa a mão sobre o braço do neto desacordado.

Hansol tentava não olhar muito para o castanho, que mantinha uma feição angelical em seu rosto. Um instinto primitivo seu o instigava a beijar aqueles lábios não importando a situação em que estavam.

— Senhora, volte aqui pela manhã e ele estará melhor, eu lhe prometo.

Há uma movimentação na cama vinda do garoto. Ele abre seus olhos, tranquilamente.

— Seungkwan, meu querido, você está bem?

— Sim? — Ele se espreguiça, sentindo uma forte dor no estômago e levando a mão até a região.

— Estou aqui com o doutor, nós estamos decidindo as coisas. Acredita que você irá ter de fazer alguns exames e eu não poderei ficar? Isso é um ultraje.

— Doutor? — Ele eleva os seus olhos, escondendo um sorrisinho. — Ah, sim, o doutor Hansol. Você deveria ouvir o doutor, ele sabe bem como agir.

— Tem certeza de que ficará bem? Eu venho na hora que me chamar, não importa qual seja.

— Eu tenho sim. Eu amo você. — A abraça por alguns segundos, deixando um beijo na sua bochecha. — Só preciso descansar agora, obrigado por ter ficado, vovó.

— Tudo bem, estou indo. Cuide do meu neto, doutor MyeonSoo. — Ela deixa o pequeno cômodo rapidamente.

Vernon dá uma risadinha, rodeando a maca de Seungkwan. O garoto parecia pensar as mesmas coisas que o outro.

— O quê foi isso?

— No começo, eu estava um pouco bravo. Mas agora, somos só eu, você, um quarto calmo e nosso. De acordo com aquele horário — Aponta para um aviso na parede. — a próxima pessoa a te visitar vem daqui à duas horas, e é a enfermeira Sun.

Seungkwan umedece os lábios, o analisando.

— Então o quê quer fazer? Eu ainda estou dolorido...

— Se acalme, se acalme. Vamos apenas brincar.

desculpa demorar, foi culpa da preguiça, pressão de estudar pro enem, e tcc

mas eai gostaram? vou betar dps

PS: eu nunca beto

moans [verkwan]Onde histórias criam vida. Descubra agora