quarenta e dois

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Já era dia e Boo Seungkwan acorda, sem auxílio de nenhum despertador pois o seu relógio biológico não costumava falhar a essa altura. Antes mesmo de abrir os olhos, se espreguiça na cama quentinha e boceja lentamente. Deveria sair dali o quanto antes para tomar o seu café antes da aula.

Assim que se assenta na cama, colocando os pés para fora dela, seus olhos percorrem o quarto e acabam achando algo interessante próximo à porta. Sempre deixava tudo muito bem organizado, retirando todo o lixo do chão e mantendo o ambiente bastante limpo, contudo não estava lembrado daquele pequeno papel na entrada do quarto. Ao andar até lá, diversos palpites vêm à mente, porém todos passam longe. Era ele, de novo.

Precisamos conversar. Por favor, não amasse isso.
Me encontre às duas no parque que fica há três quadras da faculdade. Juro que se não valer a pena, eu deixo que dê quantos tapas na minha cara você quiser.

Hansol

Seungkwan amassa o bilhete, rindo baixinho do quão bobo Hansol poderia ser. Mas de uma maneira muito estranha, era exatamente isso que o atraía em segredo ultimamente.

Jun continua a caminhar, sendo puxado por Minghao, que por sua vez parece muito animado com o que viria acontecer. Seria algo bem emocionante ver Hansol levar algumas bofetadas ou alguns beijinhos ali ao vivo. Talvez um abraço e palavras de consolo, mas aquilo não era pelo que ele estava esperando.

— Não acha que já deve estar na hora de você me explicar alguma coisa? — Jun bufa, olhando ao redor.

— Eu disse que algo emocionante iria acontecer, por que Hansol vai se declarar para o mimado filhinho da mamãe. — Diz, e o namorado une as sombrancelhas. — O Seungkwan, óbvio.

— Ele é um cara legal. Mas uma coisa é certa: o seu amigo vai apanhar.

— Lógico, por que acha que estou te trazendo aqui? Vamos ficar escondidos.

Os dois chegam na praça, procurando pelo "casal" no local, mas apenas conseguiam ver Hansol, o pateta que carregava flores em suas mãos. Com o mesmo pensamento de diversão, Chan, Jisoo e Wonwoo chegam respectiva e separadamente. A garota soube da notícia por Jisoo, e ambos fingiram não se importar, porém era nítido que todos queriam saber da fofoca na manhã seguinte. Wonwoo obteve as informações diretamente da fonte, e implorou para Hansol que ele ficasse ao lado deles tocando alguma música da Taeyeon no violão no momento da declaração. Porém, o máximo que conseguiu foi a permissão de assistir de longe e lhe fazer no máximo três perguntas depois do ocorrido. Malditos ocidentais, não conseguem compreender a plenitude do amor.

— Estão vendo alguma coisa? — Wonwoo se enfia no meio de Junhui e Minghao, tentando enxergar algo, com a visão sendo atrapalhada pelos galhos e folhas das árvores.

— Você está ficando maluco? Meu coração quase pulou para fora, seu filho de...

— Ali! Seungkwan chegou. — Wonwoo ri e se prontifica a gritar por Hansol, discreto como uma sirene de ambulância. — Chegou! Ele chegou!

Todos olham atentos a cena do pequeno garoto caminhar em seus passos curtos e rápidos pela praça. Junto dele, Mingyu e Dokyeom nutriam uma conversa desencanada, uma vez entendendo o nervosismo do amigo.

— Estou preocupado, o quê será que ele vai dizer, hã? Espero que não te faça nenhum pedido tosco. — Mingyu começa a rir baixo e o namorado lhe dirige um olhar desaprovador. Ele protesta levando os ombros, deixando evidente em sua feição que não sabia o que fazer. Dokyeom sussurra um "deixa comigo".

moans [verkwan]Onde histórias criam vida. Descubra agora