moans [verkwan]

trinta e oito

— Ele não atende... porra.

Hansol encerrava a chamada e a iniciava novamente inúmeras vezes, perdendo a conta de quantos recados havia deixado no celular de Wonwoo. Seus pés caminham cinco passos e voltam para trás outros cinco em sinal de nervosismo. Seungkwan dá sinal para o táxi, puxando o maior pelo braço.

— Vamos, o carro chegou. Nós vamos dar um jeito nisso, tudo bem?

— O carro estava bem ali, você viu!

— Sim, Hansol, eu vi. Agora vamos.

Eles entram no veículo, indicando o local de destino. Não tarda muito a chegarem na Faculdade, pois não havia trânsito naquele horário. Seungkwan insiste para pagar o motorista e assim ambos adentram os dormitórios.

—  Você volte para o quarto e tente descansar, nós iremos denunciar o roubo pela manhã.

— Me desculpe por te preocupar com isso, Seungkwan. — Para na frente da porta de seu quarto. — Eu queria que essa noite fosse perfeita.

— E foi. — Seungkwan segura suas mãos. — Foi perfeita, Hansol.

Ele se aproxima para abraçá-lo, enterrando seu rosto em seu ombro e cheirando o local, discretamente. Seungkwan adora o cheirinho do garoto.

— Boa noite. E obrigado por tudo, tudo mesmo. — Hansol suspira.

— Boa noite. Te vejo amanhã.

Seungkwan deixa um selar no canto de sua boca, sorrindo ao se afastar e adentrar o quarto. Hansol, não muito diferente sorri feito um bobo apaixonado, girando a maçaneta e entrando em seu quarto. A cena que o faz unir as sombrancelhas e questionar sua própria existência é Wonwoo assistindo a alguma aula de ginástica em seu computador enquanto Minghao parecia dormir.

— Wonwoo? Que porra está fazendo?

— Estou fazendo a dança da chuva moderna. É óbvio que estou me exercitando, Chwe.

— Você nunca faz isso.

— Eu também nunca dei um peteleco no Minghao enquanto ele dormia, e olhe só — Wonwoo volve os olhos até a cama superior da beliche e se inclina para dar um peteleco na cabeça de Minghao. O chinês murmura um palavrão, se remexendo na cama. — Agora eu dei.

— Não! Não o acorde, precisamos conversar sobre algo.

Hansol anda até sua cama de cabeça baixa, observando alguns objetos soltos pelo quarto que poderiam ser usados para qualquer tipo de defesa pessoal. O moreno pausa o vídeo, se abanando com as mãos.

— Fala aí.

— Calma, não é assim que funciona. Simplesmente falar o negócio, isso não dá certo não, temos que ir aos poucos. É como dar o cu, você já ousou não colocar um lubrificante ao menos? — Cruza os braços.

— Hansol, pode falar, você é meu irmão do coração. Por que tá segurando o chinelo pesado do Minghao?

O outro abaixa o olhar para seu artefato secreto de luta e o joga no chão, vencido.

— Me desculpe, eu sai com o seu carro e você sabe disso, você ofereceu o carro e eu te falei que isso não ia dar certo, eu avisei desde o começo, Seungkwan não disse que queria ir num lugar muito chique e que bom que ele disse isso por que eu mal consigo pagar uma cerveja no bar ali da frente, mas então eu estava com o carro e não sabia o que fazer eu estava nervoso e disse que o carro era meu, na verdade eu não sei o que tava pensando quando aceitei eu tenho que me lembrar de não te ouvir nunca mais, agora eu estou fodido para um caralho, nós fomos na casa dos avós dele e o carro ficou na rua mas quando voltamos ele não estava na rua eu procurei no lugar onde eu estacionei,  o Seungkwan perguntou e eu não sabia o que dizer ai viemos de táxi mas o carro não está comigo por que alguém o roubou e eu não vi nada disso, eu não sei quem poderia...

— Hansol, cala a boca!

— A culpa não é minha!

— Que porra está acontecendo na minha propriedade? — Minghao diz com os olhos ainda fechados.

— Hansol, minha irmã pegou o carro. Soyeon pediu para o motorista buscá-lo pois ela vai ir para não sei aonde...

— Jeon Wonwoo, você está me dizendo que eu quase arranquei meus próprios miolos da cabeça e você estava aqui fazendo ginástica, usando o meu computador e usando roupas de mulher? — Hansol diz pausadamente.

— As calças são do Minghao.

— Eu vou te matar.

— Ninguém vai matar ninguém aqui, virou o quê? — O chinês desse da cama, coçando os olhos e indo para o banheiro.

Hansol suspira e leva as mãos à cabeça, deitando-se sobre a cama. Os meninos se encaram, comentando sobre a situação e rindo baixo, certamente ele deveria ser avisado sobre o carro mas foi a última coisa que Wonwoo havia pensado. Em sua defesa, estava tarde e poderia apostar todas as suas fichas que eles haviam ido para algum motel barato de final de rua.

— Garotos, vocês acham que eu fico melhor de terno escuro... ou quem sabe um branco?

— Por quê está perguntando isso, otário? — O loiro o encara, cruzando os braços.

— Por que amanhã eu vou acabar morrendo de tão fodido que vou estar.

att dupla até 00:00 se deus quise

fica ai de olho