trinta e três

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Hansol suspira, encarando o teto. A luz da lua refletia nele, o que prendia totalmente a sua atenção. Silêncio. Imagina que Seungkwan já tivesse dormido, pode sentir a sua respiração calma e fica feliz pelo castanho ao menos uma vez estar descansando quietinho. Pouco tempo depois ele se mexe na cama devagar, abraçando o garoto. Hansol sorri, e nota a sua respiração ficar mais forte; Ele acordara.

— Eu pensei que estivesse num de meus sonhos favoritos. — deixa um beijinho no ombro do loiro, por cima da sua camisa larga e rasgada que insistia em chamar de pijama.

— Não fique falando demais, você acorda cedo amanhã.

— Você também, idiota.

Hansol se vira até ele, o encarando. Começa a rir baixo.

— Será que posso te pedir algo? — afaga sua mão pequenininha.

— Sim, o quê?

— Vamos sair para algum lugar legal amanhã? Depois das aulas.

— Hoje.

— É, sim. Hoje.

— Tudo bem. — Seungkwan sorri, o que faz Hansol se estremecer por dentro. — Achei que não iria chamar.

— O quê disse?

— Nada. Eu não disse nada.

O castanho deixa um beijinho na ponta de seu nariz, e Hansol repete o mesmo fazendo com que ambos riem. Os olhos do mais velho vão se fechando aos poucos e o momento é acompanhado com atenção pelo loiro. Hansol o abraça embalando-o em seus braços: tão quentinho.

Na verdade, ele não conseguia pensar em outra coisa. Estava nos seus olhos, no seu sorriso, nas suas expressões. Estava na sua fala calma, nos seus cabelos tão bonitos. Era impressionante o quanto cada detalhe seu era inigualável a qualquer outro já visto por ele.

Seungkwan era seu pequeno pontinho de felicidade num quadro escuro de tristeza.

De todas as maneiras o conseguia fazer sorrir, era impossível não se alegrar ao ver as bochechas se tornarem vermelhinhas por qualquer motivo. Ao ouvir sua voz adoçar aos ouvidos quase que numa canção. De todos os minutos do dia, estar com ele significava os melhores minutos.

Seungkwan era seu. O seu.

— Hansol? Hansol, por favor acorde. Hansol? vamos lá, preciso de você aqui.

Ele se levanta um pouco atordoado com as frases que chegavam desconexas até seu cérebro. Acompanhado por elas, Minghao o cutucava na cama diversas vezes a fim de que despertasse. Hansol tenta procurar Minghao no quarto escuro, processando tanto as frases que o garoto acabara de dizer quanto outros ruídos diferentes. Onde está Seungkwan? Nós dormimos juntos.

— Hansol, que bom que acordou! — Minghao afaga seu braço tentando encontrar os olhos do amigo, compreendendo que ele ainda estava reorganizando os pensamentos por causa do sono recente. — Eu voltei faz pouco tempo e o encontrei nesse estado, você sabe o que está acontecendo? Por quê ele está... gemendo?

— G-gemendo?

Minghao caminha até o interruptor e acende a luz do quarto, fazendo com que Hansol finalmente associasse os barulhos aos acontecimentos. Seungkwan estava ao chão reproduzindo os mesmos sons daquela noite, quase tão altos quanto. Ele se contorce pelo chão sem parar de gemer e arfar ali.

" Que diabos irei dizer a Minghao?"

Apaga! Apaga a luz, ele não pode acordar... agora.

— Por quê? Ele está precisando de ajuda. — caminha até ali, incerto.

— Eu ajudo. — o chinês o obedece. — Preciso acordá-lo com paciência, depois eu te explico, tudo bem? Agora nos deixe a sós, ele vai ficar envergonhado se souber o que você viu.

— Você tem certeza? — o garoto abre a porta, sendo induzido a sair por Hansol. — Eu posso chamar algum dos garotos, e se ele estiver com a respiração fraca? Jun aprendeu primeiros socorros na escola primária...

— Eu preciso que você vá, eu sei lidar com isso, entendeu? Vou acalmá-lo e fazer com que ele durma tranquilo aqui hoje, nós conversamos sobre isso amanhã.

— Então, boa noite. E boa sorte, qualquer coisa estarei aqui por perto.

— Boa noite. — assente, fechando a porta.

Hansol vira de costas, arregalando os olhos para a cena da qual definitivamente não gostaria que acontecesse. Não de novo. Por mais que houvesse cogitado a ideia de despertá-lo e explicasse com jeito o que ele estava fazendo, o garoto caminha pelo quarto analisando as possibilidades. Não, ele estava certo de que não iria jogar a chance no lixo.

— Onde está? Porra...

Vasculha por cima das prateleiras maiores, sem sucesso. Repete a ação em sua mala de viagem onde ainda havia alguns livros e papéis de balas. Não havia nada sobre sua cama, nem sobre as dos garotos. Quase se dando por vencido, puxa para cima o seu travesseiro que revela o pequeno aparelho. Após ter o gravador em mãos, manuseia os botões a fim de ligá-lo.

Kwan, me perdoe por isso. Eu juro que irei ajudá-lo mas agora é a hora de saciar as MINHAS necessidades; Você não entenderia.

Observa o garoto se mexer ao chão e pronunciar palavras inaudíveis. Ele estava inquieto e, numa parte de Hansol havia um sentimento de compaixão que gostaria de fazer algo por ele.

Mas esta parte era muito pequena.


tava na praia sem internet deu pra exercitar o pensamento bastante p escreve merda

moans [verkwan]Onde histórias criam vida. Descubra agora