Birthday (part 1)

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POV Sabrina
00:00. Ok, agora oficialmente eu tenho 19 anos. É tão estranho perceber que está ficando velho (e até um pouco chato) porque, pensa comigo, quando se é criança o aniversário é a melhor coisa do mundo, mas ao decorrer do tempo isso se torna algo banal, como se fosse mais uma data comum que a gente se obriga a celebrar. Pelo menos eu vejo assim agora. Não sei porquê essa data perdeu o brilho pra mim. Enquanto eu curtia os meus 19 lindos anos, no escuro do meu quarto sendo iluminada apenas pela luz da tela do meu celular o Corey me mandou mensagem.
C:"Heeeeeey aniversariante, parabéns pelos seus 19 anos! E aí? Qual é a sensação de ter quase 20 anos com a altura de uma criança de 12?"
Idiota. Mas um idiota legal.
S: "Vai a merda Corey!"
C: "Hahahahahaha é assim que você trata a primeira pessoa a te dar parabéns? Eu fui o primeiro não fui?"

Foi. Mas não era pra ser. Não costumava ser.
S: "Foi sim filho"
C: " E aí, o que vai fazer pra comemorar?"
S: "Hum... talvez encher a cara mais tarde, o que acha?"
C: "Sério que essa vai ser sua comemoração?"
S: "Sim, por quê?"
C: "Nada ue, só achei que você tivesse mudado de ideia sobre isso"
S: "Por que eu mudaria? Eu quero curtir um pouco"
C: "Ela vai?"

Ótimo. Eu realmente queria entrar nesse assunto, obrigada Corey!
S: "Não sei, eu a convidei, mas duvido que ela vá"
C: "Eu entendo"

Eu realmente queria que ela fosse. Fazem alguns meses que eu tento me reaproximar dela depois de tudo que houve, mas não acho que ela deseje minha volta tanto assim. Me lembro de que quando a convidei, que foi por sms inclusive já que não somos mais tão próximas assim, ela disse "Eu realmente adoraria ir, mas estou ocupada com umas coisas, se der eu prometo que vou, ok?". Eu respondi que estava tudo bem e ela se desculpou mais algumas vezes e nós ficamos nessa até que aquilo perdeu a graça e ela cortou o assunto com um "Ok". Nós não somos mais as mesmas, fato. Talvez não fosse saudável mesmo para nenhuma das duas esse reencontro. Eu estava recenbendo várias notificações de fãs e amigos provavelmente me desejando feliz aniversário. Eu disse provavelmente porque não estava com vontade de entrar em nenhuma rede social pra olhar isso agora. Até que ela mandou mensagem. Eu sei o quanto isso pode soar bobo, só que eu não evitei olhar o horário e ficar chateada. Tipo, ela me mandou mensagem quase uma hora depois da 0h e o nosso combinado era... enfim, quebramos muitas das nossas promessas. A mensagem dela dizia:
"Eu não sei bem como começar essa mensagem, então... Parabéns! Eu te desejo tudo de bom e que você aproveite bastante. Eu queria estar com você e gastar esse dia todo com você..."
E você pode.
"... mas nossos desejos nem sempre podem se tornar realidade. Mesmo assim eu desejo que todos os seus sonhos e desejos se realizem"
Aquilo me provocou um misto de sentimentos de medo, felicidade e o pior deles: nostalgia. Agradeci a mensagem dela de uma maneira um pouco fria por não saber como lidar com aquilo. Nós nunca soubemos lidar, por que aprender a fazer isso agora? Larguei o celular em cima do criado-mudo e me joguei na cama de costas. Levei as mãos à cabeça entrelaçando os dedos entres os meus cabelos e os apertei de leve. Fechei os olhos e tranquei a boca pra segurar o choro e me culpei, em certo ponto, por ter iniciado isso tudo, por a ter colocado na minha vida. E, como em um filme, eu comecei a reviver o momento em que nos conhecemos.


FLASHBACK ON

Ela estava lá, parada, super concentrada no roteiro, era a última audição para a série e a única coisa que eu conseguia prestar atenção era nela.

Sobre uma Garota (Rowbrina/Rilaya)Onde histórias criam vida. Descubra agora