Eu comecei a apertá-la mais forte e, como num gesto desesperado, disse:
- Eu sinto sua falta.
- Sabrina... - ela tirou as mãos das minhas costas e colocou nos meus braços de onde ela sutilmente tentava se soltar os empurrando para trás.
Mas eu fui firme e permanenci lá por mais algum tempo.
- Sabrina... - ela pediu de novo - você está bêbada!
Naquele momento a música e as pessoas voltaram e eu a soltei. Ficamos nos encarando por longos minutos. Ela parecia assustada e com os olhos marejados. Honestamente, não sei o que eu estava sentindo no momento, mas o álcool no meu sangue me fez dizer:
- E você acha que eu não sei o que to dizendo? Acha que é fácil pra mim ficar longe de você? Te ver na minha frente e não poder te tocar?
- Sabrina, eu de verdade não quero discutir isso com você agora.
- Isso Rowan! Fuja mesmo do assunto, é o que você sempre fez. Cadê minha garrafa?
- Eu não estou fugindo de nada! Olhe só o estado em que você está! Você não está em condições de conversar nada com ninguém.
- Eu estou ótima!
- Não está!
- A culpa é sua!
- Agora tudo é culpa minha!
Balancei a cabeça ainda procurando a minha garrafa de Kilo e virei as costas pra ela. De repente eu sinto uma mão tocar meu ombro. Permaneci de costas e parada.
- Sab, me desculpe... eu não quis... - ela suspirou - eu não devia ter vindo. Me desculpe.
Quando me virei vi que ela estava se preparando para ir embora.
- Eu ainda sinto coisas Rowan. - ela parou e voltou sua atenção para mim - Eu sei que você já deve ter superado, mas eu ainda sinto coisas. Acho que nunca vou superar você.
- Você acha que... - ela colocou as mãos na cintura e olhou pro lado respirando fundo, voltou seu olhar pra mim e eu só vi várias lágrimas caindo - você acha que é fácil pra mim Sabrina? Se eu não sentisse mais aquelas coisas eu nem teria me dado o trabalho de guardar uma coisa que me lembra tudo!
Ela não parava de gesticular com a mão, ora apontando pra mim, ora apontando pra si. Fiquei sem reação e deixei ela colocar tudo pra fora.
- Você - ela continuou - não sabe o que eu venho passando esses tempos. Fingindo que eu estou bem pra todo mundo quando não estou! - ela se aproximou de mim - E se você acha que eu tenho culpa por você estar assim, acho que eu também posso te culpar por nã...
Antes mesmo que ela pudesse terminar a frase eu a puxei pelo pescoço e juntei nossos lábios em um beijo lento e calmo. Ela resistiu no início, mas aos poucos foi se entregando. Eu estava com saudades de tudo aquilo, nossos lábios se tocando, o corpo dela contra o meu, tocar naquela pele macia. Só paramos porque ela me empurrou bruscamente para trás dizendo:
- Não, se for assim eu não quero. - e saiu correndo até que eu a perdi de vista entre as pessoas.
Algo me dizia que eu deveria ir atrás dela, só que meu corpo congelou, fiquei estagnada no lugar, mesmo com tudo isso minha boca ainda conseguiu gritar as seguintes palavras:
- Cadê a porra da minha garrafa?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sobre uma Garota (Rowbrina/Rilaya)
Romance- Eu te amo, sabia? Olhei pra ela surpresa. - De que jeito? - De todos os jeitos... Leia também: https://www.wattpad.com/story/164306792-depois-da-meia-noite-rilaya-rowbrina