Cliffs edge (part 1)

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Hey peaches! Gente queria deixar gravado aqui que quando eu for ryca e poderosa eu vou passar com um trator por cima daquele colégio que não vai sobrar nem o PÓ pra contar a história e depois vou erguer por cima outro colégio com o MEU NOME. Caralho.

POV Rowan

Deitada na cama eu girava o anel entre os dedos. Na verdade, era uma aliança preta. Observava cada detalhe. Eu tinha bom gosto.

Passei dias procurando algo que mais combinasse com a gente. Achei alianças de todo tipo, em sua grande maioria "Dele & Dela", o que me frustava completamente já que esses eram os modelos que eu mais gostava. Desisti de procurar e resolvi encomendar, mas nada convencional.

Por isso me encantei com a cor preta e pedi para gravar "Notre petit infini (Nosso pequeno infinito)" porque francês é uma língua que nos encanta e porque A culpa é das estrelas é a nossa história. Lembro de que o joalheiro me perguntou se era aliança de namoro e eu respondi que sim, então ele disse "Tenho certeza de que seu namorado vai gostar" e pela primeira vez eu corrigi alguém que supôs que era um menino "Na verdade é uma garota". Ele me olhou sorridente e disse "Então ela é uma moça de muita sorte". Quer dizer, aquilo foi tão legal da parte dele. Me fez aumentar a esperança de que um dia as pessoas não vão te olhar feio por você simpelsmente estar em um relacionamento homoafetivo. Preconceito, de qualquer tipo, é uma doença . As pessoas já tem tanto com o que se preocupar para você ser mais um obstáculo. Se você não pode ser a solução então também não seja mais um problema.

Caminhei até minha escrivaninha e abri uma das gavetas. Ele ainda estava lá: um papel roxo intacto com uma letra extremamente desenhada. Acho que essa foi a a coisa mais linda que ela já compôs. Coloquei o anel junto da carta e vi o casamento perfeito que eles faziam.

Você ama seu ritmo e poesia

Eu amo meus pecados

Do meu "mistério e suspense"

Vou te deixar fazer parte

Você odeia minha impulsividade

Eu amo seus cachos

Sob a sua pele quero me proteger

Minha garota favorita

Nós vamos sair nas capas de revistas

Nós seremos duas belas rainhas

Vamos nos perder em uma floresta de ouro e verde

Nós somos estranhas em um sonho

Você ama seu saco de batatas fritas

Eu amo ele também

"Então, quem vai pegar mais comida na geladeira?"

Sempre é você

Eu odeio a sua indecisão

Você ama meus olhos

Nossas roupas, nós compartilhamos, nada demais

Amantes disfarçadas

Nós vamos sair nas capas de revistas

Nós seremos duas belas rainhas

Vamos nos perder em uma floresta de ouro e verde

Nós somos estranhas em um sonho

FLASHBACK ON

- Não quero comemorar esse ano mãe... - eu tentava de todas as formas convencê-la de não chamar nenhuma amigo meu para nossa casa e fazer uma super festa como ela queria.

- Mas por quê?

- Eu só não estou animada.

- Está acontecendo alguma coisa?

Sim. Muita.

- Não, eu só não... - a frase morreu.

- Tá bom, se é o que você quer, eu só achava que poderíamos fazer pelo menos uma confraternização com os seus amigos...

- Tudo bem, mãe, faz a confraternização.

Eu já não tinha mais forças para continuar debatendo com ela e cedi. Não queria me dar ao trabalho de pensar como ia passar meu aniversário já que eu não tinha motivos para comemorar porcaria nenhuma. Só conseguia pensar no sumiço da Sabrina.

Ela simplesmente parou de me responder, não atende as minhas ligações e eu já deixei inúmeras mensagem em todas suas redes sociais. Perguntei para o Corey sobre ela e ele só me disse que ela estava bem, mas que era melhor não termos contato por enquanto.

Será que eu fiz um estrago tão grande assim na vida dela?

Minha mãe me contava as ideias que tinha e eu queria ter um pouco da sua empolgação. No final acabei aceitando tudo que ela propôs e me livrei da maioria das responsabilidades do planejamento. Com exceção da pior: convidar as pessoas.

                                                                 ¤¤¤

Eu seria muito idiota de pensar que ela me desejaria parabéns amanhã? Quer dizer, na nossa tradição nós fazemos isso a meia noite, mas ela não parece querer falar comigo. Todas tentativas de contato com ela foram em vão. Até para a minha confraternização eu tive que pedi o Corey para avisá-la! Eu já não sei mais o que fazer.

Onze horas. A foto do perfil do chat dela não aparecia para mim. Não estaria surpresa se ela tivesse me bloqueado.

Meia noite. Grudei no celular e fiquei atenta a qualquer mensagem que recebia.

Meia noite e um. Ela está um minuto atrasada. Mas tudo bem.

Meia noite e dez. Se ela queria ser a primeira a me dar parabéns tinha perdido a oportunidade esse ano, outras pessoas já o fizeram.

Meia noite e meia. Ela só deve estar ocupada. Muito ocupada.

Meia noite e cinquenta e nove. Nós nunca estabelecemos até quanto minutos da meia noite serviriam para dar parabéns. Não era como se fosse em ponto, era só aquele horário, o que significava que tínhamos de 00:00 até 00:59.

- Por favor Sabrina, não faz isso comigo... - comecei a olhar impaciente para o celular - ainda dá tempo baby, não me decepcione...

Uma hora da manhã. Eu só queria entender porquê ela não cumpriu nosso combinado. E todo aquele papo de "antes de tudo somos melhores amigas"? Era mentira? Se ainda tinha um pingo de sanidade em mim, eu joguei-a no lixo enquanto discava o número dela. E daí que ela me ignorou esse tempo todo? Eu preciso tentar. Eu preciso de respostas.

Chamando...

Coloquei o celular no ouvido escutando aquele sonzinho chato e angustiante que aparece antes da pessoa aceitar sua chamada. Chamou uma. Duas. Três. Quando estávamos indo para a quarta vez o som parou. O que eu escutava agora era o barulho de uma respiração. Eu não acredito que ela atendeu. Gelei da cabeça aos pés. Não consegui pronunciar uma palavra do que tinha me preparado mentalmente para dizer. Ela também não dizia nada.
- Sabrina...?

Sobre uma Garota (Rowbrina/Rilaya)Onde histórias criam vida. Descubra agora