De noite tudo se clarifica.
Sem afãs, euforias. Sem zunidos.
É claro o raio que desce amainando
com sua ponta de leite e astro,
de fria brisa. Sem ferir os olhos.
De noite não temos máscaras, somos
nus, somos mais nós mesmos
com calma. Não há a ferocidade
e o ranger dos automóveis, máquinas,
eletricidade.
A noite nos devolve à nossa essência,
quando nela desperto,
que ao dia se tornara invisível, mas que,
agora, retornada, sempre estivera ali,
intacta, incorruptível, sem que eu soubesse.