O Outro. Absurdo.

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Aqui estou eu:

Um cantor sem canções,

Um poeta sem palavras,

Um homem sem histórias.


Nu como querias se não

Ao vento nem a outro homem digo

Mas à tua essência vazia

De tão tamanho absoluto.


É assim que me quero?

Pois bem: sem nome, sem anos,

Sem eu, sem mundo, família,

Sem outros.


Apetite guloso e bem egoísta

Deves ser para me quereres inteiro,

E tão cruel sabendo, do alto

De sua sapiência e poder

Do meu tamanho pequeno.


E ainda dessas tripas, desse

Corpo de desejo. Deste coração

De onde sai a rubra lava

Que não se estanca como queres,

Essa cinza, fuligem e fumaça,

Como queres, ah, necromante.

Improvável AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora