Brilho Raro

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Tão breve a corrente acetinada

fluindo com este rio à foz.

É imensa a foz e estou nela,

sou nadador das coisas efêmeras.

A um punhado de meus dedos,

a um toque das mãos, mais se liquefazem

até a extinção.

Nenhuma gota-a-gota dura,

nenhuma placa se afigura que não

se apague e despenque, comigo

e junto à toda coisa.

Serei eu já coisa a mais, bicho de listras,

foguete fátuo, um braço de mangue

ou um barco. Um caco de garrafa que

se desprendeu e que, livre, em sua própria

memória de não pertencer, teme e espera,

sem susto ou sem medo, indiferente,

o momento de as coisas serem como são:

Efêmeras.

Improvável AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora