Pois bem. Me ensinaste
Tuas lições de bordão mudo, escuro,
Nenhuma voz ouvida.
Ser benevolente, amar, amar.
Mas amar o quê? A mim,
Ao outro que é tão longe,
Os poros não se tocam preenchidos
De ar e inocuidade frios.
Mal conversas ouço além de dígitos
De um aparelho eletrônico.
Serás tu um velho catecismo!
Um achaque já pronto a quedar-se,
Cansado, ultrapassado, tardio
E que nada mais satisfaz e preenche
Além da melancolia de eu ter ainda
De me despegar -- o último apego,
O último a me afiançar confiante?
E ter com os olhos encharcados
Ainda de te sepultar,
Ó Deus, ó minha essência que tal
Existe inexistente.