Questioning - part 1

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Eles sabiam que tudo sairia dos eixos quando as gravações da caixa postal de Roger James viesse à tona

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Eles sabiam que tudo sairia dos eixos quando as gravações da caixa postal de Roger James viesse à tona.

Então foi por isso que, quando todos foram chamados para um novo interrogatório, eles mantiveram a calma.

A detetive fez diferente da última vez e começou a chamar pela ordem alfabética de maneira contrária.

Sendo assim, Astride foi a primeira a se sentar em frente à mulher que tinha sua típica expressão predatória no rosto.

Ela não vai caçar um suspeito, vai caçar uma possível testemunha que tenha exposto Regina. Foi o que Isaque disse enquanto eles acertavam os detalhes pós-plano.

— Senhorita Wilson, você parece melhor desde a última vez que nos vimos — a detetive comentou meio irônica, meio séria.

— Estou bem. Obrigada por ter me ajudado, Detetive. — Astride sorriu de maneira gentil, não deixando seu nervosismo transparecer.

— Engraçado você ter passado mal justamente no dia da invasão ao prédio de monitoração — Becker comentou, testando a garota em sua frente.

— Eu também admito que fiquei assustada com tamanha coincidência — respondeu, pondo a mão no peito de maneira teatral.

— Uma grande coincidência — a mulher semicerrou os olhos — quase que como planejada.

— Desculpe-me, estou sendo acusada de algo? — Astride perguntou falsamente ofendida — porque, se me permite refrescar a memória da senhora, eu desmaiei!

— Eu lembro perfeitamente, Senhorita Wilson — e logo acrescentou: — Você estava nervosa por conta de uma prova e de sua briga com um rapaz, certo? — Astride assentiu, sabendo o que viria a seguir — O que acontece, Astride, é que eu procurei a secretaria geral da universidade e soube que não havia nenhuma avaliação a ser feita naquela tarde — então ela puxou a cadeira giratória para mais perto da mesa, onde se curvou sobre a mesma e olhou atentamente para a expressão facial de Astride, que tratou de fazer-se de desentendida.

— Como assim não houve? É claro que houve uma prova, eu não teria para que mentir e eu posso provar — a garota cacheada puxou sua mochila, que até então estava no chão ao seu lado, tirando de dentro dela uma prova que, na verdade, havia sido realizada na sexta-feira, mas teve a data modificada por Isaque.

Astride entregou a prova nas mãos da detetive que avaliou tudo com precisão.

— Eu acho que sei o que pode ter acontecido. A prova estava marcada para sexta, mas o professor teve algum contratempo do qual não me lembro e remarcou para segunda a tarde. Então, possa ser que ele não tenha mudado a data no sistema — Astride sugeriu, torcendo internamente para que Becker caísse na sua ladainha muito bem preparada.

— É, ele provavelmente esqueceu — a detetive concordou por não ter outra alternativa, ela não tinha argumentos contra a menina e a prova parecia bem convincente.

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