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Apolo Phillips

Eu caminhava tranquilamente pela praça de alimentação da universidade quando, em uma das mesas, avistei uma cabeleira cacheada escondida atrás de um livro velho e marrom.

Sem delongas, eu tratei de me juntar a pessoa que se assustou com a minha presença repentina e gritou.

Jesus Cristo, pare de gritar, você está parecendo uma louca! — a alertei e a garota em minha frente colocou a mão sobre o peito.

— Que droga, Apolo! Você quer me matar? — Astride perguntou enquanto tentava controlar a respiração ao mesmo tempo que sentia os seus batimentos cardíacos.

— Você sabe que eu posso — brinquei com a nossa situação e ela arregalou  os olhos.

— Está louco? Já pensou se alguém escuta você dizendo uma coisa dessas? — sussurrou irritada.

— Pelo visto, eu não sou a única que está paranóica — Diana comentou repentinamente enquanto chegava perto de nós, se sentava ao lado da Astride e espalhava seus livros pela mesa.

— O que vocês pensam que estão fazendo sentados todos juntos desse jeito? — Isaque perguntou com um ar de preocupação, ele manteve as mãos dentro da sua calça folgada de tecido.

— Não fique com ciúmes, pode se sentar com a gente. Já dividimos muito mais do que uma mesa, certo? — brinquei novamente com um sorriso debochado e recebi como resposta um chute na canela dado por Astride, que me repreendeu com o olhar.

— Eu não sei o que estão fazendo sentados aqui, mas que bom que estamos todos reunidos. Assim podemos decidir o que vamos fazer. — Isadora chegou falando descontroladamente enquanto limpava a cadeira com um guardanapo antes de se sentar.

— Como assim "o que vamos fazer"? — eu perguntei o que todos queriam saber. Havia uma interrogação na expressão de cada um.

— O quê? Não me digam que vocês não sabem. A universidade inteira está comentando sobre isso. — a loira relatou incrédula.

— Bom, eu sou uma fonte de notícias ambulante e não estou sabendo de nada — Diana disse meio ofendida por não estar por dentro do assunto.

— O que está esperando, Isadora? Desembucha logo! — Astride mandou impacientemente.

— O acharam — ela finalmente revelou e, quando percebeu que demoramos para entender ao que se referia, ela continuou: — Acharam o corpo do Roger — disse em um sussurro, mas as suas palavras chegaram perfeitamente aos nossos ouvidos e atingiram a todos como um soco.

— Estamos ferrados! — Isaque falou e, finalmente, se sentou na mesa por não ter mais forças nas pernas para se manter em pé.

— Eu pensei que fossem encontrá-lo depois de uma semana ou algo assim — Diana comentou assustada.

— Talvez nem o encontrassem. Eu soube que foram alguns pescadores que o encontraram que, por algum acaso, decidiram pescar naquela área hoje mais cedo — Isadora narrou o que ouviu das fofocas.

— O que vamos fazer? — eu retornei à pergunta que Isadora havia feito anteriormente, mas a dirigi para Astride que parecia pensar em algo.

— Nós sabíamos que iam encontrar o corpo mais cedo ou mais tarde. Agora só nos resta esperar e rezar para que nada ligue ele a nós — ela tentou acalmar a todos, que assentiram.

Deixei meus ombros caírem e suspirei.

— Além disso, não pode acontecer mais nada de ruim hoje, certo? — eu tentei ser otimista.

E quase como uma resposta do destino, uma voz feminina soou nos alto-falantes distribuídos por todo o campus com um aviso.

"Atenção, estudantes, a direção pede para que todos compareçam ao auditório geral da universidade Clifford para uma reunião de urgência."

A mulher repetiu o mesmo aviso mais duas vezes.

— Se você abrir a boca mais uma vez, eu corto sua língua fora — Astride me ameaçou por ter desafiado o universo.

— Mas eu...— ela me interrompeu.

— Eu juro que corto, Apolo! — ela disse firme e eu me calei, acreditando em sua palavra.

— Qual a probabilidade dessa reunião não ser sobre o Roger? — Diana perguntou enquanto juntava seus livros para se levantar da mesa.

— Vinte porcento — Isaque a respondeu, parecendo fazer um cálculo mentalmente.

O celular de todos apitaram e Isadora foi a mais rápida do grupo ao ler.

— Agora é oficial: a universidade inteira já sabe — ela mostrou a manchete do jornal da universidade.

— Okay, agora a probabilidade caiu para um porcento — Isaque disse e todos engolimos em seco.

— Okay, agora a probabilidade caiu para um porcento — Isaque disse e todos engolimos em seco

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A Cinco ChavesOnde histórias criam vida. Descubra agora