• sete

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B e r n a r d o

Minha cabeça estava girando e doendo mais que tudo, abri meus olhos e minha visão ficou um pouco turva.

- acho que você exagerou um pouco meu filho. - ouvi a voz da minha mãe e a olhei confuso.

- ah, oi mãe. - disse me sentando com a mão na cabeça. - acho que minha cabeça vai explodir.

- toma isso aqui. - ela me entregou o comprimido e um copo de água.

- obrigado. - tomei o comprimido e a água. - como você sabia?

- o porteiro me ligou, ele disse que tinha alguns barulhos vindo do seu apartamento.

- entendi. - ela se sentou ao meu lado.

- filho, o que aconteceu? - ela perguntou olhando em volta.

- eu bebi demais ontem, algumas lembranças da Laura vieram na cabeça, eu meio que surtei um pouco.

- está melhor?

- um pouco, eu consegui extrapolar ontem. - rerei fundo. - me sinto aliviado.

- filho?

- não mãe, eu estou bem.

- tem certeza? - ela passou sua mão em meu rosto e sorriu.

- tenho sim, não se preocupe. - sorri.

- tudo bem, agora levanta e toma um banho.

- pra que?

- temos almoço com a família toda. - ela disse e saiu do quarto.

Ah não!

Me joguei na cama novamente e resmunguei.

××

- olha quem chegou, Sam. - minha irmã disse assim que entrei em casa.

- cadê a mulher da minha vida? - ela me viu e correu até mim.

- senti saudade, papai. - ela me apertou no abraço.

- eu também senti meu amor. - beijei sua testa. 

Samanta não era só a mulher da minha vida, ela era a minha vida. Fui para o quintal e todos estavam lá, Rodrigo, um amigo do papai, juntamente de sua família, Augusto que também estava ali, apesar de tudo esse bicha conquistou minha mãe.

- fala meu amor. - Augusto gritou. - tava com saudades de você.

Eu juro que um dia eu mato esse idiota.

- por que você não apareceu ontem? - ele bebeu sua cerveja.

- tive uma pequena emergência.

- emergência? você vai mesmo precisar ir pra emergência quando eu acabar com você, seu merda.

- ain amor, não fala assim. - ele riu. - relaxa, toma. - ele me entregou uma cerveja. - se diverte um pouco.

- aham, pode deixar. - bebi um gole da garrafa.

- eu quero. - Sam tentou pegar a garrafa da minha mão.

- não, isso aqui não. - ri sozinho. - vou pegar um suco pra você. - fomos até a cozinha.

××

Samanta estava dormindo no meu colo, sua bolsa estava no meu braço, chamei o elevador e entrei. A maldita música estava ligada, Sam se mexeu um pouco e disse algumas palavras enroladas enquanto dormia, sorri e apertei o botão da cobertura.

- segura pra mim. - alguém gritou.

Coloquei o pé na porta e impedi que a mesma fechasse.

- obrigada. - ela disse com dificuldade de respirar. - muito obrigada.

- não foi nada. - sorri fraco.

×

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