B e r n a r d o
6:30PM era a hora que meu relógio de pulso marcava, respirei fundo e peguei toda a papelada que precisava. Tranquei minha sala e me despedi dos seguranças, indo pro meu carro em seguida. Me encostei no banco e comecei a pensar, eu estava fazendo a coisa certa? Saindo pra beber como uma pessoa sem responsabilidades e "esquecendo" que tenho uma filha pra cuidar? Era isso mesmo que eu ia fazer?
Say my name, say my name, when no one is around you, say, Baby, I love you.
Meu celular tocou e a foto da minha irmã fazendo careta apareceu na tela.
- Maldonado, o que deseja? - disse rindo.
- idiota.
- posso buscar a Sam hoje?- por que?
- papai disse que você ia sair e eu estou com saudades daquela boneca.
- tudo bem, vou buscar ela na mamãe e arruma - lá, passa lá em casa daqui uns 40 minutos.
- tá, ela dorme comigo hoje e amanhã a noite eu levo ela. - ela disse rápido.
- TA MALUCA?
- CLARO QUE NÃO, AMANHÃ EU..Ela desligou. Ela desligou na minha cara. Eu juro que mato essa menina.
Liguei o carro e sai, indo buscar Samanta na casa da minha mãe. Não demorou mais que 20 minutos para estacionar na porta da minha mãe.
- cheguei mãe. - gritei quando entrei na casa dela. - mãe? - gritei novamente mas não obtive resposta.
Procurei nos cômodos da casa e não achei, até ouvir gargalhadas de Samanta vindo do jardim.
- essa risada eu conheço bem. - sorri e fui até o jardim.
Parei na porta de vidro e observei as duas, minha mãe estava sentada no chão, enquanto Samanta estava em pé com seu urso, elas brincavam de algo e riam a todo momento. Minha mãe me viu e disse algo no ouvido de Samanta e apontou pra mim, a mesma soltou um sorriso.
- mulheres da minha vida. - sorri e fui de encontro a elas. - me sentei no chão e beijei a barriga de Samanta.
- muito bom saber disso, mas não vamos ser as únicas né. - ela disse insinuando algo.
- o que você quer dizer com isso mãe? - a olhei de cara feia. - eu já disse, estou bem sozinho.
- eu estava falando da sua irmã. - ela riu e levantou as mãos. - você entendeu errado meu amor. - ela se levantou e juntou os brinquedos.
- eu te conheço Dona Katherine Clarkson Maldonado. - disse e a mesma me depositou um tapa.
- aí mãe, o que eu fiz? - disse rindo e passando a mão no local atingido.
- você disse meu nome todo, sabe que eu não gosto disso. - ela saiu pisando duro.
Minha mãe parecia até uma adolescente as vezes.
- mãe, volta aqui. - me levantei.
Ela me entregou as coisas da Samanta.
- pronto, já pode ir.
- nossa mãe, não precisa me expulsar, eu estava brincando. - disse fingindo estar ofendido.
- eu sei, mas não quero que se atrase pra sair, vai. - ela beijou meu rosto e praticamente me expulsou de lá.
- sabia que ti.. - ela me interrompeu.
- cala a boca Bernardo Maldonado, vai logo. - ela me empurrou. - beijos Sam, vovó te ama.
- tchau, vovó.
- e eu?
- você é apenas o pai da minha neta, nada demais. - fiz cara de triste.
- beijo meu filho. - ela me abraçou e beijou a testa da Sam depois a minha. - cuida dela.
- sempre né, mãe. - ela sorriu.
- agora tchau. - ela fechou a porta na minha cara.
- grossa sua avó né Sam.
- ela só quer que você saia logo.
- sua vó é maluca.
- eu ouvi isso. - minha mãe gritou do lado de dentro.
Essa mulher era maluquinha.
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| My Little Girl |
Romance"Você me faz sentir de novo o que eu já não sentia mais."