• doze

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B e r n a r d o

- os biscoitos estavam ótimos, mas eu tenho que ir. - ela levantou do sofá.

- eu achei que você fosse ficar mais tempo. - Sam disse.

- filha, acho ela tem que ir, ela deve ter coisas pra fazer. - sorri fraco.

Samanta não disse nada, apenas abaixou a cabeça e fez um bico enorme.

- me desculpe, Sam, mas eu preciso fazer um coisa muito importante. - ela se abaixou e fez Sam a olhar. - mas eu prometo que outro dia eu volto e fico mais tempo. - Sam sorriu.

- isso, eu vou te esperar então.

- beijo pequena. - ela a abraçou.

Samanta a largou e sentou no sofá dirigindo sua atenção para o desenho que passava na televisão.

- eu gostei dos biscoitos, não ficaram tão ruins. - ela riu.

- quem sabe na próxima eu te dou a honra de provar o macarrão do papai. - ela franziu a testa. - Sam que deu o nome, é um macarrão com toque especial.

- e posso saber qual é esse toque?

- não, você vai ter que vir comer pra saber. - ela sorriu.

- tudo bem, eu espero o convite. - assenti. - até outro dia, senhor cobertura.

- me chame de Bernardo, por favor. - ela apareceu pensar.

- Bernardo. - ela pensou. - não, eu ainda prefiro senhor cobertura. - nós rimos.

- tudo bem, garota do 605.  - ela se aproximou e depositou um beijo do lado direito do meu rosto.

- tchau, obrigada pela companhia. - sorri. - tchau, Sam. - ela gritou da porta.

- ela está muito concentrada no desenho ou.. - me calei ao ver que ela já estava dormindo. - ela dormiu.

- ela cansou fazendo os biscoitos e comendo todos depois. - rimos.

Acabamos de rir e nos encaramos, senti minha respiração acelerar e desviei o olhar dela.

- melhor eu ir. - falei e ela sorriu fraco.

- tudo bem, eu agradeço novamente. - ela assentiu e entrou no elevador. - a propósito, meu nome é Malu. - sorri.

- Malu, não, eu ainda prefiro garota do 605. - eu disse antes do elevador fechar.

Eu sorri sozinho, acho que talvez eu tenha comido muito chocolate e esteja com o sorriso frouxo.

×

Acordei com o despertador e encarei Samanta dormindo serenamente ao meu lado. Na noite anterior ela tinha corrido para o meu quarto por conta da chuva, ela nunca gostou dos trovões. Levantei e tomei um banho quente, hoje o dia parecia ficar bem frio. Coloquei o café pra fazer e fui acordar a pequena garotinha manhosa.

- meu amor, levanta, está na hora de acordar. - beijei sua testa.

- bom dia, papai. - ela sorriu ainda de olhos fechados.

- dormiu bem, princesa? - ela concordou.

- a sua cama é mais gostosa que a minha. - eu ri.

- é porque eu estou nela.

- isso também, eu adoro dormir com você. - ela me encarou com aqueles olhos herdados de mim, mas claro que nela eles ficam bem mais bonitos.

- vamos levantar, dona preguiça, vamos fazer panquecas pro café.

- oba. - ela pulou na cama e depois correu pro banheiro. - pega minha toalha, papai.

- ah não, vou deixar você se secar com o papel higiênico. - ela riu.

- vou gastar muito papel, papai, pega logo. - eu ri e liguei o chuveiro pra ela.

Fui até o seu quarto e peguei sua toalha, a colocando na tampa da privada.

- sem demorar em mocinha. - ela assentiu. - e pode molhar o cabelo, se quiser. - na mesma hora ela enfiou a cabeça na água. - parece um peixinho. - ela sorriu.

×


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